5 coisas surreais da era medieval que não aparecem nos filmes

Nem Game of Thrones mostra isso

Yasmim Fleury
Por Yasmim Fleury
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Se você adora séries de fantasia medieval como Game of Thrones e filmes como Senhor dos Anéis e fala por aí que gostaria de viver naquela época, entre cavaleiros, reis e castelos, saiba que as coisas não eram tão mamão com açúcar quanto Hollywood mostra. Veja alguns exemplos:

 

1. Se você lembra das aulas de história, sabe que as especiarias como canela e pimenta não eram fáceis de serem encontradas – e expedições longas e caras eram feitas em busca delas. Mas você já se perguntou se tudo isso era pra deixar a comida mais especial? Nananinanão. Os temperos eram usados como moeda de troca, para preservar carnes e, pasme, como narcóticos. Tudo começou em rituais religiosos, onde os pós eram queimados e participantes aspiravam a fumaça resultante. Mas logo toda festa de respeito precisava ter especiarias queimadas. Registros de um casamento de um duque mostram que o cara se gabou de 175 kg de pimenta, 129 kg de gengibre, 93 kg de açafrão, 92 kg de canela, 42 kg de cravos da índia. E, não, isso não foi usado como tempero. Nem aspirado. Foi simplesmente empilhado lá no canto para mostrar como o tal duque era rico. Afinal meio kg de gengibre valia 18,5 anos de serviços de um artesão em Roma no século 3 d.C. É sério. Quando os visigodos atacaram Roma no século 5 d.C. eles demandaram um resgate de 1,3 tonelada de pimenta preta – pela cidade toda.

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2. Pense em uma treta qualquer que tenha rolado em seu tempo de escola. Um empurra empurra de leve e, de repente, dois meninos ou meninas caídos no chão se estapeando. Provavelmente um professor ou inspetor separou a briga em pouco tempo. Mas imagine se isso tivesse acontecido em um tempo em que pessoas carregavam espadas. Há registros de que, em 1229, um grupo de estudantes tenha brigado com os donos de uma taverna pelo preço do vinho. Outros clientes defenderam os proprietários do estabelecimento mas, no dia seguinte, os jovens voltaram armados. Também há registros de que, na faculdade de medicina de Oxford, guerras entre estudantes e até mini-facções faziam parte do cotidiano.

3. Na Inglaterra, quando pessoas precisavam ir de uma cidade a outra procurando emprego, elas causavam desconfiança e podiam ser chicoteadas por lei. Essa lei mudou em 1547, quando passaram a ser oferecidas recompensas pela captura dos pobres. Mais adiante o governo mudou as suas leis e passou a oferecer assistência social para os desempregados – mas eles precisavam usar um bordado com a letra P (de poor, pobre em inglês) nas roupas. 

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4. Sofreu com acne na adolescência? Tem psoríase? Você teria vários problemas na idade média. A psoríase, por si só, era confundida com lepra – e pacientes com hanseníase comumente eram exilados do resto da população. Tem algum machucado ou cicatriz no nariz? Ele poderia ser confundido com sífilis ou, de novo, com lepra. E verrugas ou marcas de nascença em mulheres? Marcas de bruxas que, frequentemente, acabavam na fogueira.

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5. Ir ao banheiro da firma e ver um ‘cocô-surpresa’ deixado pelo último a sair da privada é certamente desagradável. Mas não passa nem perto do sofrimento que era um banheiro romano: uma plataforma escorregadia de pedra que passava por cima de um rio de excrementos. E teve gente que, acredite se quiser, até se queimou por lá, por conta de emissões de metano que vinham do córrego de esgoto – tanto que romanos colocavam inscrições místicas em seus banheiros para que os deuses impedissem os demônios de queimar o bumbum alheio. Isso quando os dejetos não eram jogados nas ruas ou produzidos lá mesmo. Há descrições de que, quando os chãos das cidades ficavam muito sujos, outra camada de calçamento era colocada por cima da nojeira. Uma lasanha de esgoto – não precisa agradecer por essa imagem.

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Via: Cracked