A história dessa tatuagem vai te inspirar e emocionar

Essa é uma história antiga e, talvez, você já a conheça, mas vale a pena (re)lembrar

Júlia Marreto
Por Júlia Marreto
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Essa é uma história antiga e, talvez, você já a conheça. Depois que a paulista Rafaela Tulino tatuou “NEOQEAV” e publicou uma foto em suas redes sociais. A história que a tatuagem conta não foi escrita por ela, mas que inspirou seus pais a adotarem um gesto carinhoso e inspirador.

Rafaela contou ao Vix que, há muito tempo seus pais participavam de um encontro de casais da igreja quando ouviram, pela primeira vez, a história NEOQEAV. E logo começaram a aplicar os ensinamentos em casa, apesar de, na época, ela ser muito novinha para entender o que acontecia.

Então, aos 7 anos, Rafaela participou de um projeto social que reunia contadores de histórias. Coincidência ou não, um deles contou exatamente a mesma história que seus pais tinham ouvido. “Ao terminar, a contadora pediu para olharmos para a pessoa do lado e repedir a frase ‘Nunca esqueça o quanto eu amo você'”, lembra Rafaela.

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Imagem: vix / reprodução da internet

No momento, os pais da garota estavam presentes e se emocionaram em ouvir, novamente, a história. “Depois daquele dia, me lembro de chegar em casa e ver vários papéis escrito ‘NEOQUEAV'”, contou ao Vix.

Essa era uma atitude que se repetia quando ela tinha dias difíceis. “Meu pai era motorista de ônibus, então ele sempre estava viajando em aniversários, Natal ou Ano-Novo, mas as mensagens ‘NEOQUEAV’ sempre estavam presentes… Ele mandava para minha mãe, que mostrava para mim e para minha irmã mais velha”.

Em homenagem à sua família, Rafaela tatuou a sigla do jeito que seu pai escrevia “NEOQUEAV”, com U, como seu pai escrevia e não como o da história original, que não inclui o ‘U’.

A HISTÓRIA ORIGINAL

Meus avós já estavam casados há mais de cinquenta anos e continuavam jogando um jogo que haviam iniciado quando começaram a namorar.

A regra do jogo era que um tinha de escrever a palavra “Neoqeav” num lugar inesperado para o outro encontrar e, assim, quem a encontrasse deveria escrevê-la em outro lugar e assim sucessivamente.

Eles escreviam “Neoqeav” com os dedos no açúcar dentro do açucareiro ou no pote de farinha para que o próximo que fosse cozinhar a achasse. Escreviam na janela embaçada pelo sereno que dava para o pátio onde minha avó nos dava o pudim que ela fazia com tanto carinho. “Neoqeav” era escrita no vapor deixado no espelho depois de um banho quente, onde a palavra iria reaparecer depois do próximo banho.

Uma vez, minha avó até desenrolou um rolo inteiro de papel higiênico para deixar “Neoqeav” na última folha e enrolou tudo de novo. Não havia limites para onde “Neoqeav” pudesse surgir.

Pedacinhos de papel com “Neoqeav” rabiscado apareciam grudados no volante do carro que eles dividiam. Os bilhetes eram enfiados dentro dos sapatos e deixados debaixo dos travesseiros.

Esta misteriosa palavra tanto fazia parte da casa de meus avós quanto da mobília. Levou bastante tempo para eu passar a entender e gostar completamente deste jogo que eles jogavam.

Meu ceticismo nunca me deixou acreditar em um único e verdadeiro amor, que possa ser realmente puro e duradouro.

Porém, eu nunca duvidei do amor entre meus avós. Este amor era profundo. Era mais do que um jogo de diversão, era um modo de vida. Seu relacionamento era baseado em devoção e uma afeição apaixonada, igual as quais nem todo mundo tem a sorte de experimentar.

O vovô e a vovó ficavam de mãos dadas sempre que podiam. Roubavam beijos um do outro sempre que se batiam um contra outro naquela cozinha tão pequena. Minha avó cochichava para mim dizendo o quanto meu avô era bonito. Ela se gabava de dizer que sabia como pegar os namorados mais bonitos.

Antes de cada refeição eles se reverenciavam e davam graças a Deus por sermos uma família maravilhosa e para continuarmos sempre unidos. Mas uma nuvem escura surgiu na vida de meus avós: minha avó tinha câncer de mama.

A doença tinha primeiro aparecido dez anos antes. Como sempre, vovô estava com ela a cada momento. Ele a confortava no quarto amarelo deles, que ele havia pintado dessa cor para que ela ficasse sempre rodeada da luz do sol, mesmo quando ela não tivesse forças para sair.

O câncer agora estava de novo atacando seu corpo. Com a ajuda de uma bengala e a mão firme do meu avô, eles iam à igreja toda manhã. E minha avó foi ficando cada vez mais fraca, até que, finalmente, ela não mais podia sair de casa.

Por algum tempo, meu avô resolveu ir à igreja sozinho, rezando a Deus para zelar por sua esposa. Então, o que todos nós temíamos aconteceu…Vovó partiu…

“Neoqueav” foi gravada em amarelo nas fitas cor-de-rosa dos buquês de flores do funeral da vovó.

Quando os amigos começaram a ir embora, minhas tias, tios, primos e outras pessoas da família se juntaram e ficaram ao redor da vovó pela última vez. Vovô ficou bem junto do caixão da vovó e, num suspiro bem profundo, começou a cantar para ela. Através de suas lágrimas e pesar, a música surgiu como uma canção de ninar que vinha bem de dentro de seu ser.

Me sentindo muito triste, nunca vou me esquecer daquele momento, porque eu sabia que mesmo sem ainda poder entender completamente a profundeza daquele amor, eu tinha tido o privilégio de testemunhar a beleza sem igual que aquilo representava.

Aposto que a esta altura você deve estar se perguntando: Mas o que Neoqeav significa? > Nunca Esqueça O Quanto Eu Amo Você <