Estudante brasileira de escola pública vence feira mundial de ciências e ganha asteroide com seu nome

Duas estudantes brasileiras de escolas públicas tiveram suas pesquisas reconhecidas na ISEF, a maior feira científica do mundo para estudantes que ainda não chegaram ao ensino superior

Bianca Stephania Siarom
Por Bianca Stephania Siarom
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Juliana Estradioto, de 18 anos, conquistou o 1º lugar em uma das maiores feira de ciências para pré-universitários do mundo. A jovem sempre estudou em escolas públicas e desenvolveu pesquisas no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do RS, em Osório, sua cidade natal.

Na última sexta-feira (17), Juliana conquistou a premiação máxima na categoria de Ciência dos Materiais, da Intel International Science and Engineering Fair (Isef), durante o evento em Phoenix, nos Estados Unidos. Ela fez uma pesquisa sobre o aproveitamento da casca de noz macadâmia para curativos de ferimentos da pele ou para embalagens. Esta foi a terceira vez que Juliana foi selecionada para participar na ISEF.

Por causa do resultado, Juliana também poderá batizar um asteroide com seu nome – essa chance é dada aos estudantes que conquistam os primeiros e segundos lugares em cada categoria da premiação.

A jovem acabou de se formar no curso técnico em Administração integrado ao ensino médio, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS). Durante a formação, ela investigou como a macadâmia poderia substituir materiais sintéticos, evitando a produção de lixo.

Ekarinny Myrela Brito de Medeiros foi outra estudante de escola pública que teve suas pesquisas reconhecidas na feira. Segundo a estudante, a motivação veio de uma perda em 2016, visto que, neste ano, sua tia havia falecido  em decorrência de uma infecção sanguínea ocasionada por um cateter utilizado num procedimento de hemodiálise.  Isso fez com que a estudante pesquisasse sobre infecções e descobrisse que não existia um cateter com propriedades antimicrobianas. Foi aí que veio a ideia de produzir ela mesma um cateter bioativo capaz de prevenir infecção de corrente sanguínea.

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A primeira vez que uma pesquisa de Ekarinny foi premiada foi em 2016, na Feira de Ciências do Semiárido Potiguar por ter desenvolvido uma embalagem biodegradável feita da folha do cajueiro. Desde então a jovem conquistou outros 32 prêmios.

Realizada desde 1950, a Intel ISEF é a maior feira científica do mundo para estudantes que ainda não chegaram ao ensino superior. Cientistas ganhadores do Nobel estão entre os jurados.