Fantasias coloridas, irreverência e folclore: conheça os mascarados de Pirenópolis

O Curta Mais registrou belas imagens da uma das manifestações culturais mais irreverentes do folclore goiano, nas lentes de Marcos Aleotti

Adelina Lima
Por Adelina Lima
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Os Mascarados de Pirenópolis são uma grande e curiosa atração do folclore goiano. Eles aparecem montados em cavalos ou até andando a pé mesmo. Estão sempre ornamentados com lindas fantasias, máscaras, roupas coloridas, luvas e botas. Quando montados, os seus animais também usam fantasias, já aqueles que andam a pé costumam ficar discretos para assustar aqueles mais distraídos ou desavisados.

O ar é de mistério. Afinal, o sigilo é absoluto e até mesmo a voz é alterada para que ninguém os reconheça. Apesar dos sustos, da barulheira gerada pelos cavalos e do tom de mistério, os Mascarados, também conhecidos por “Curucucús” em razão do som que emitem, trazem alegria e descontração para o ambiente das Cavalhadas de Pirenópolis.

Entre as ornamentações, existem diversas fantasias, sempre remetendo aos animais. A máscara mais tradicional é a cabeça de boi, assim como a de onça, a de homem e outros. Alguns também aparecem com máscaras de monstros. Em um ritmo de alegria e algazarra, eles saem às ruas e “invadem” as casas em busca de alegria, pedindo bebida e espantando os espíritos ruins e negativos.

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A origem dos mascarados é incerta. Uma versão diz que eles surgiram para confrontar a concepção de que apenas os homens mais ricos e de famílias nobres poderiam se tornar cavaleiros. Uma outra concepção diz eles seriam uma representação do inimigo e do mal, a fim de ridicularizar tudo o que é ruim. Na festa das Cavalhadas, eles realizam uma espécie de representação teatral em que um cavaleiro mouro, com máscara de onça, esconde-se e começa a espionar os cristãos. Quando é descoberto, o “animal” é morto, o que inicia a guerra.

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Qualquer pessoa pode se fantasiar na figura dos tradicionais personagens. As máscaras são produzidas por artesões locais e costumam ser comercializadas nas lojas da cidade, o que ajuda a movimentar e intensificar a economia turística local.

Uma outra marca dessa rica e interessante manifestação cultural são os protestos de cunho político. Aproveitam-se do sigilo e extravasam suas opiniões sobre o cenário político local e nacional, sobretudo no sentido de criticar ações ou personalidades que compõem o campo da autoridade pública.

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O ponto alto para quem se fantasia está nos intervalos das Cavalhadas, quando entre uma carreira e outra eles fazem suas travessuras, empinam seus cavalos, fingem-se de bêbados e divertem que assiste o espetáculo. A única regra é a desordem. Depois, a função é a do locutor de tirá-los de cena, o que costuma render muito trabalho.

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Eventualmente, durante as fetividades, ocorrem os concursos para o “melhor” mascarado de Pirenópolis. E o interessante é que não há nenhum tipo de trâmite burocrático: para concorrer, é só se vestir e começar a atuar. Os melhores são premiados.

Confira a sessão de fotos capturadas por Marcos Aleotti, da equipe do Curta Mais.

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