Iphan entrega dois ícones históricos novinhos na Cidade de Goiás

Novos Museu de Arte Sacra da Boa Morte e Escola de Artes Plásticas Veiga Valle e transferência da capital marcam as comemorações

Adelina Lima
Por Adelina Lima
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No próximo dia 25 de julho, a cidade de Goiás comemora seu aniversário. Para celebrar, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), autarquia do Ministério da Cultura, irá apresentar a conclusão das obras de restauro que estavam sendo conduzidas no Museu de Arte Sacra da Boa Morte e na Escola de Artes Plásticas Veiga Valle. As solenidades de entrega dos trabalhos ocorrerão durante as festividades do aniversário, que incluem também a transferência da capital do Estado de Goiás para a cidade.

Os trabalhos de restauro e requalificação no casarão da Escola de Artes Plásticas Veiga Valle foram conduzidos pelo Iphan, com recursos de cerca de 1,3 milhões de reais advindos do PAC Cidades Históricas. Iniciadas em setembro de 2014, as ações no local incluíram o reordenamento das atividades de aula no bloco principal do edifício, a instalação da direção e copa no bloco que abrigava a cadeia, a execução de um novo anexo – para receber as salas de música e de modelagem, além de adequadas instalações sanitárias. Novos espaços de permanência também foram propostos, melhorando a interligação da escola e resguardando sua integridade.

A Escola de Artes Plásticas Veiga Valle é parte do conjunto tombado na cidade de Goiás e oferece diversos cursos, como desenho, escultura, pintura, gravura e história da arte, já tendo recebido entre seus professores alguns dos maiores nomes das artes plásticas em Goiás. Ela é formada por edifícios do século XIX, com características da arquitetura vernácula de Goiás, e foi transformado em escola de artes em 1968.

Já a primeira etapa da obra de restauração do Museu de Arte Sacra da Igreja da Boa Morte foi realizada em uma parceria do Iphan com o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), com recursos de 500 mil reais do Fundo Nacional de Cultura (FNC). Entre os trabalhos executados estão ações emergenciais, como drenagem e reforços estruturais, e ainda, serviços essenciais, como revisão das instalações elétricas, substituição de reboco, recuperação das esquadrias e repintura. Foi contemplada também a elaboração do projeto executivo para a segunda etapa da obra, a ser realizada pelo Ibram.

O local é um dos representantes da arquitetura barroca na cidade e possui relevante acervo de arte sacra, que inclui os altares da igreja, diversas imagens sacras do escultor goiano Veiga Valle e uma Nossa Senhora do Rosário de origem portuguesa, único bem móvel tombado individualmente pelo Iphan em Goiás. O Museu de Arte Sacra também possui pratarias e telas de cunho religioso, terços e coroas dos séculos XVIII e XIX, mobiliários do século XIX, entre outros.

Transferência da capital

Todos os anos, sempre durante as comemorações do aniversário da cidade e da festa de Sant’Ana, sua padroeira, o governo estadual transfere sua capital de Goiânia para Goiás. Na ocasião, as sedes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, além do Ministério Público Estadual, ficam situadas na cidade, em uma simbólica homenagem àquela que já foi a capital goiana.

A história da cidade remonta aos tempos da corrida do ouro no Brasil. Vila Boa de Goiás é considerada como primeiro núcleo urbano do território goiano e foi capital do estado até 1937, quando se oficializou a mudança da sede do governo para Goiânia. Em junho de 1983, foi criada a lei que determina a transferência simbólica da capital para a cidade, que ocorre desde então.

Além de seu conjunto arquitetônico, paisagístico e urbanístico e outros monumentos isolados serem tombados pelo Iphan desde a década de 50, em 2001, a cidade foi também reconhecida como Patrimônio Cultural Mundial pela Unesco.