Tiago Henrique Gomes da Rocha, 29, que já passou por 27 júris populares pelo assassinato de 30 pessoas, se prepara para lançar um livro sobre sua trajetória de vida.

Na obra “Tiago Rocha: Um pouco da história por trás de um serial killer” o criminoso vai contar sobre os homicídios que cometeu até a sua conversão espiritual. O livro foi escrito pelo próprio Tiago durante os dias de confinamento, desde 2014.

O material está em processo de impressão na gráfica e deve ficar pronto no mês de junho.

A capa do livro mostra um homem em uma moto, veículo que Tiago usava para escolher e matar suas vítimas; a maioria mulheres, mortas aleatoriamente.

Ele, condenado a 630 anos de prisão, teve a ajuda do padre Luiz Augusto Ferreira da Silva, suposto servidor fantasma da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), segundo o G1.

O assunto, é claro, ganhou repercussão na internet e vários usuários usaram suas redes sociais para manifestar indignação com a notícia. 

Leia abaixo alguns comentários de internautas sobre o caso:

Aqui no Brasil td normal, um serialkiller condenado a 630 anos de prisão vai lançar um livro….. pic.twitter.com/y7tH1Fph1h

— $ (@patrinewsss) 17 de maio de 2017

Só aqui em Goiânia Serial Killer faz livro auto-biografo com ajuda de Padre que já foi funcionário fantasma da Assembleia de Goiás.Tem base? pic.twitter.com/mAKadC0UrO

— Rennan Potter (@RennanPotter) 17 de maio de 2017

Reproduzo o que alguém falou no Face… Quanto menos citarmos o livro escrito pelo Serial Killer e endossado pelo padre, melhor! #lixo

— Aulus Rincon Godinho (@AulusRincon) 17 de maio de 2017

Nota de esclarecimento

Após a repercussão nas redes sociais, o padre publicou uma nota em que lamenta que o livro seja visto como “algo absurdo”. Para ele, a intenção da obra é mostrar o arrependimento de Tiago.

Leia na íntegra a nota do padre Luiz Augusto:

“Lamento profundamente a repercussão da possibilidade do lançamento de um “livro” pelo Tiago Henrique como se fosse algo absurdo. As considerações veiculadas nas redes sociais, conforme me foram repassadas logo de manhã, não têm nenhum fundamento.
Vou ao complexo penitenciário para evangelizar, não para concordar com o crime cometido por nenhum dos reeducandos. Quanto ao “livro”, não há participação de nenhuma outra pessoa; o Tiago Henrique é o único redator, cuja proposta é mostrar o seu arrependimento e também o seu processo de conversão.
“Em que momento do meu passado perdi o controle? Tenho dentro de mim um sentimento forte, é uma pena eu não ter direcionado esse sentimento para o caminho certo mas nunca é tarde para isso’’ (…)
Familiares de algumas vítimas já expressaram, por meio de cartas, o perdão ao Tiago Henrique, mesmo vivendo uma dor irreparável. Acredito que esta é a atitude cristã: condenar o pecado e acolher o pecador, oferecendo-lhe a possibilidade de uma vida nova.
O que causa toda essa repercussão, pelo fato do lançamento de um “livro” por um reeducando, é justamente por muitos não crerem nessa possibilidade. O que coloca em choque não apenas a fé cristã, mas também o judiciário. Como fica então a pratica do evangelho: “estava na prisão e viestes a mim? 
O Deus que consola os familiares das vítimas, é o mesmo Deus que perdoa e não desiste da salvação de todos nós pecadores.“
Pe. Luiz Augusto”