MP e Polícia preveem novo depoimento de João de Deus e apuram lavagem de dinheiro

Mais de 400 mulheres procuraram o Ministério Público e a Polícia para relatar abusos sexuais cometidos pelo médium

Bianca Stephania Siarom
Por Bianca Stephania Siarom
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O Ministério Público e a Polícia Civil já receberam mais de 400 denúncias de mulheres que afirmam terem sido abusadas sexualmente pelo João Teixeira de Faria, no Brasil conhecido como João de Deus. Desse total, 45 prestaram depoimento formalmente às instituições.

Os órgãos também apuram denúncias de lavagem de dinheiro, porém o médium nega todas as acusações.

De acordo com o MP e a Polícia, líder religioso será ouvido “quantas vezes for necessário” durante as apurações.

Durante o depoimento na noite deste domingo (16), acontecimentos um tanto quanto estranhos ocorreram.

Entenda o Caso

João Teixeira de Faria, 76, conhecido como João de Deus, é suspeito de abusar sexualmente de centenas de mulheres durante atendimentos espirituais que realizava em seu local de atendimento, na cidade de Abadiânia.

Após negociações entre o advogado de João de Deus, Alberto Toron e o delegado geral da Polícia Civil, o médium se entregou e foi preso neste domingo (16). O encontro aconteceu na encruzilhada de uma estrada de terra no município de Abadiânia, às margens da BR-060.

As acusações vieram à tona após o programa do Bial na Rede Globo ter entrevistado algumas mulheres que relataram os atos libidinosos do líder religioso. Até o momento mais de 300 mulheres já procuraram o MP-GO com acusações de abuso sexual praticados pelo médium.

Uma petição foi protocolada com pedido de prisão do médium na última quarta-feira (12), pelos promotores Luciano Miranda Meireles e Patrícia Ottoni Pereira que fazem parte da força-tarefa que o Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) intensificou para apurar todas as denúncias de abuso sexual do João de Deus. No último dia 14 (sexta-feira) a Justiça de Goiás decretou a prisão preventiva do médium.

O médium era considerado foragido pela força-tarefa que investiga o caso desde as 14h de sábado (15) e estava em local desconhecido desde que o pedido de prisão temporária, feito pelo Ministério Público de Goiás, foi aceito pela Justiça na sexta (14).Seu nome foi encaminhado para a lista de procurados da Interpol.

Segundo investigadores, o médium João de Deus realizou a retirada de cerca de R$ 35 milhões de reais de suas contas bancárias desde as primeiras denúncias de abuso sexual que foram mostradas na TV.

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Imagem: G1