Polícia prende 5 pessoas por suspeita de fraude em concurso para delegado em Goiás

Segundo a corporação, grupo cobrava de R$ 120 mil a R$ 365 mil por vaga

Yasmim Fleury
Por Yasmim Fleury
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Neste domingo (12/03), a Polícia Civil prendeu cinco pessoas em uma operação contra fraudes no concurso para delegado substituto em Goiás. Segundo informações, o grupo – que também será investigado por praticar irregularidades em outros estados – cobrava de R$120 mil a R$365 mil por vaga.

Um dos detidos é membro da quadrilha e era responsável por persuadir os inscritos. Já os outros são candidatos aprovados na primeira fase. A polícia informou que todos eles são de famílias ligadas ao Poder Judiciário e influentes em Goiânia, no entanto, não divulgou os nomes para não atrapalhar as investigações.

 

Em nota, a Secretaria de Gestão e Planejamento de Goiás (Segplan) afirmou que “aguarda  informações mais detalhadas da Polícia Civil para decidir sobre o concurso de delegado substituto (edital 007/16)”. Ainda, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária (SSPAP), haverá uma coletiva de imprensa para esclarecer o caso na tarde de hoje.

 

Irregularidades na 1ª fase
Na última quinta-feira (10), promotora de Justiça Leila Maria de Oliveira informou que investiga denúncias de irregularidades nas notas dos candidatos que realizaram a primeira fase do concurso. Candidatos questionaram o fato de um dos primeiros colocados no resultado ter suposto envolvimento em crimes contra a administração.

De acordo com Leila Maria, concorrentes também procuraram o Ministério Público de Goiás (MP-GO) para questionar a alta quantidade de notas superiores a 90 pontos. Para eles, este resultado causa estranheza pelo fato de se tratar de uma prova de grande dificuldade, em que cada questão errada provocava a perda de 0,25 pontos em relação à nota final.

Segundo a promotora, ela vai intimar um denunciante para prestar depoimento. Também está prevista uma reunião com o Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe), organizadora do evento. Ela também intimou um reclamante para coleta de informações.

Na ocasião, o Cebraspe informou ao G1 por meio de nota que “ainda não foi notificado sobre a demanda mencionada”. Ainda conforme o texto, o órgão “esclarece que, caso seja constatado processo ilícito em qualquer seleção sob responsabilidade deste Centro, a qualquer tempo, será aplicada penalidade cabível para este tipo de situação, conforme regras editalícias que regem os eventos”.

 

Concurso
A Segplan divulgou o edital do concurso em novembro de 2016. O processo conta com 36 vagas com salário de R$ 15.250,02.

O processo seletivo é composto por oito etapas: provas objetivas, provas discursivas, avaliação médica, avaliação de aptidão física, exame psicotécnico, avaliação de vida pregressa e investigação social, curso de formação profissional e avaliação de títulos.

Os concorrentes precisam ter diploma de curso superior de bacharel em direito. A jornada é de 40 horas semanais e exige disponibilidade para viagens.

O prazo de validade do concurso é de seis meses a partir da data de publicação da homologação do resultado final, podendo ser prorrogado por igual período.

 

Foto Capa: Reprodução – TV Anhanguera

Com Informações: G1