Porque os órgãos de Gugu não foram doados no Brasil

Família do apresentador tentou doar órgãos do apresentador a pacientes brasileiros mas não foi possível. Entenda!

Redação Curta Mais
Por Redação Curta Mais
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A vida de Gugu Liberato era no Brasil, onde ele nasceu e trabalhava como apresentador da Record. Por este motivo, a família do artista tentou doar pelo menos alguns de seus órgãos em seu país de origem. No entanto, segundo um comunicado enviado pela assessoria de imprensa do comunicador, que recebeu homenagens póstumas de muitos famosos, a equipe médica norte-americana explicou que por causa da distância e do tempo de conservação dos órgãos, isso não seria possível. A atitude do apresentador, que teve sua morte cerebral declarada após 48 horas de observação, pode beneficiar até 50 pessoas que aguardam na fila do transplante.

Os médicos do hospital também fizeram uma menção de honra a Gugu pela doação de órgãos. “Ao tocarmos a vida de muitos hoje, podemos entender nosso papel em transmitir o presente heroico da vida de um ser humano para outro”.

A doação de órgãos era um desejo do apresentador e deve beneficiar cerca de 50 pessoas.

Após a morte de Gugu e a decisão do apresentador de doar seus órgãos, o assunto despertou a curiosidade de muita gente. Curta Mais compartilha aqui uma lista do doutor Drauzio Varella com 6 dúvidas mais frequentes sobre doação de órgãos. Vale a pena ler para tomar sua decisão:

  1. É PRECISO TER ALGUM DOCUMENTO OU REGISTRO PARA SER DOADOR DE ÓRGÃOS?

Não. O mais importante é deixar claro para a família o seu desejo de ser doador. No Brasil, o transplante de órgãos só pode ser realizado após a autorização familiar. Não há nenhuma lei que garanta que a vontade do doador seja feita, isto é, se uma pessoa manifesta seu desejo de doar e, após sua morte, a família nega, seus órgãos não serão doados. Entretanto, se o assunto é debatido e a família tem conhecimento desse desejo, frequentemente ela autoriza a doação.

  1. QUANTAS PESSOAS PODEM SER BENEFICIADAS POR UM DOADOR DE ÓRGÃOS?

Um único doador que teve morte encefálica pode ajudar até dez pessoas que estão na fila de espera do transplante. É possível doar órgãos (coração, fígado, rins, pâncreas, pulmões e pele) e tecidos (ossos, córneas e medula óssea). São realizados diversos exames para verificar a compatibilidade entre doador e receptor para aumentar a chance de cirurgias bem-sucedidas. A posição na lista de espera é definida a partir de critérios como urgência do procedimento e tempo de espera.

  1. O QUE É MORTE ENCEFÁLICA?

A morte encefálica consiste na perda total e irreversível das funções cerebrais. Pela legislação, a doação de órgãos só pode ser realizada quando ela é confirmada. Algumas pessoas confundem morte encefálica com coma, mas essas são condições completamente diferentes. O coma é reversível; ou seja, a pessoa ainda pode acordar. Um paciente com morte encefálica não está em coma e não tem possibilidade de acordar novamente. O diagnóstico de morte encefálica é confiável e segue critérios específicos regulamentados pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).

  1. A DOAÇÃO DE ÓRGÃOS PODE DEIXAR O CORPO DO DOADOR DEFORMADO?

Não, a retirada de órgãos para doação é feita por uma cirurgia consolidada há muitos anos na Medicina e não causa nenhuma deformidade. Após o procedimento, a família poderá velar seu ente querido ou proceder com seus rituais normalmente.

  1. É POSSÍVEL DOAR ÓRGÃOS EM VIDA?

Sim. Existem dois tipos de doadores, vivo e falecido. O doador vivo pode doar um dos rins, parte da medula óssea, parte do fígado ou do pulmão. Qualquer pessoa que concorde com a doação, desde que o procedimento não seja prejudicial à sua saúde, pode doar. Nesses casos, é preciso ter sangue compatível com o receptor e passar por avaliação médica.

Familiares de até quarto grau podem ser doadores dentro de sua própria família. Para doar para outras pessoas, é necessário autorização judicial. Já o doador falecido é aquele que teve morte encefálica (normalmente são pacientes vítimas de problemas como acidente vascular cerebral – AVC – ou traumatismo craniano, causas de morte que na maioria das vezes mantêm os órgãos em condições de serem doados).

  1. QUAIS SÃO OS RISCOS PARA O DOADOR VIVO?

O doador está sujeito aos riscos normais de se submeter a uma cirurgia com anestesia geral, mas antes do procedimento são feitos exames a fim de minimizar os riscos. Veja os detalhes de doação e transplante para os principais órgãos:

Rim: A função renal pode ser realizada adequadamente por um único rim, sem que isso cause prejuízos à saúde do doador;

Fígado: Apesar de uma boa parte do fígado ser retirada, esse é um órgão que tem enorme capacidade de regeneração, o que possibilita que ele retome seu tamanho original após a cirurgia;

Pulmão: Esse transplante normalmente é feito de um doador adulto para um receptor criança, de forma que apenas um pequeno pedaço do pulmão é retirado e o doador consegue viver normalmente, exceto em casos excepcionais (por exemplo, se tiver uma profissão que exija sobremaneira esse órgão, como um nadador profissional);

Medula óssea: Existem dois métodos para doação de medula e apenas um deles é feito em centro cirúrgico, com anestesia geral. Os riscos são mínimos e a medula se recupera em poucas semanas.