Prefeito telefona para médico ausente em posto de saúde e vídeo viraliza nas redes sociais

A cobrança do cumprimento da carga horária deixou os médicos insatisfeitos

Yasmim Fleury
Por Yasmim Fleury
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O novo prefeito de Caxias do Sul – RS, Daniel Guerra (PRB), surpreendeu a todos ao ligar para um médico que não estava no trabalho e exigir explicações. O funcionário público faltou ao posto de saúde em que atende devido a uma paralisação de três dias convocada pelo Sindicato dos Médicos de Caxias do Sul. Veja o vídeo:

 

A ligação foi filmada e publicada na página da prefeitura no Facebook, e acabou viralizando devido à firmeza do prefeito com o funcionário. Em menos de 24 horas, o vídeo teve mais de 123 mil visualizações, 4.879 compartilhamentos e 1.100 comentários, a maioria de apoio ao prefeito.

De acordo com a nova gestão, os médicos que trabalham para a prefeitura deveriam bater o ponto eletrônico a partir de 1º de março e comprovar o cumprimento da carga horária. Os médicos discordaram da nova política, e 85% deles aderiram à greve que se encerrou na última sexta-feira (03/03) 

“Nós tínhamos um acordo desde 1998. O médico entra na unidade às 8h, atende 18 pacientes e depois se retira”, disse Marlonei dos Santos, presidente do sindicato à Folha de São Paulo.

 

A problemática gira em torno da carga horária, já que os funcionários são contratados para trabalhar 20 horas semanais mas acabam trabalhando cerca de duas horas, já que cada consulta dura em média 15 minutos. Como os médicos não acordaram em bater ponto nem ao menos cumprir o horário, a prefeitura propôs a reduçã da carga horária e do salário. Além dos médicos rejeitarem a proposta, o sindicato pede um aumento de R$ 2.000 para que eles batam o ponto.

“Não sou político, sou gestor. Como tal fui ‘contratado’ pela população. Cumprir carga horária e bater o seu ponto é algo normal para todos os trabalhadores”, disse Guerra, que venceu a eleição do último ano com 62,79% dos votos válidos. O prefeito ainda complementou: “É uma opção (trabalhar no SUS). A pessoa se inscreve no concurso. Pressupõe-se que ela lê o edital e por isso sabe a carga horária e o valor da remuneração”.