Marina Araújo (33) é fotógrafa profissional há 7 anos. Sua maior inspiração ao escolher essa carreira foi seu pai, Aroldo, e a possibilidade de conhecer pessoas e olhar a vida por outro ângulo. A goianiense contou ao Curta Mais que na sua infância seu pai costumava comprar umas câmeras que eram descartáveis, você usava elas e depois que acabassem os filmes mandava a câmera de volta pra que as fotos fossem reveladas e junto com as fotos reveladas vinha uma câmera nova e assim sucessivamente. Ele sempre fazia questão de registrar os momentos em família. Então fui influenciada por ele no sentido de dar valor aos momentos únicos que só uma fotografia e a lembrança podem registrar eternamente.

Marina Araújo: Fotógrafa e idealizadora do Projeto Utopia 2018

Em 2011, Marina começou a estudar fotografia, se envolvendo cada vez mais com a ideia, fazendo desta, seu estilo de vida. Desde quando começou a faculdade já sabia que queria trabalhar com mulheres, mas foram suas irmãs que inspiraram o projeto que, nas palavras dela: esteticamente falando são duas mulheres lindas, magras e de uma altura legal, mas que tem o pré julgamento com o próprio corpo por este motivo não gostam de ser fotografadas. Então, em 2015, nascia o Projeto Utopia.

Irmãs e inspiração de Marina: Clara Mayra e Nara Carolina

O projeto tem como iniciativa registrar mulheres que não se enquadram nos “padrões” de beleza impostos e acatados pela maioria das pessoas.

Marina: A princípio minha idéia era fotografar mulheres mais gordinhas ou bem magrinhas. Ideias baseadas exatamente na estética utópica que vivenciamos em sociedade, a de padronizar e generalizar corpos e formas. Quando lancei a sugestão da diversidade estética para as minhas companheiras do grupo na faculdade que esse trabalho foi para o Tcc elas apoiaram e ali nascia o Utopia e o começo da realização de um sonho.

A primeira edição do projeto foi realizada no ano passado, após fazer uma publicação em um grupo fechado no Facebook, dizendo que queria fazer doação de ensaios fotográficos para mulheres. Então, recebeu 30 e-mails com as mais diversas histórias e destas, seis foram selecionadas. A segunda edição, Utopia 2018, abriu 12 vagas, para os mais diversos casos, como: mulheres com câncer, síndrome de down, negras, albinas…

C+: Por que trabalhar com mulheres?

Marina: Porque as mulheres são fantásticas, complexas e lindas de uma forma geral. E adultas porque a princípio a idéia era fazer ensaios sensuais, o ano passado foi, este ano resolvemos mudar a temática fazendo retratos femininos de acordo com cada estilo.

C+: Como você espera que esse projeto influencie na vida das mulheres?

Marina: Bom, primeiro é mostrar para as pessoas que nós podemos usar nossa profissão como ponto de partida para ajudar o próximo. Que nem sempre as pessoas precisam do dinheiro pra que sejam notadas. Uma pessoa precisa de carinho, de atenção, de afeto, de amor. Através deste projeto eu pude perceber que as pequenas coisas fazem sim a diferença na vida de alguém. Vivemos em uma sociedade egoísta e injusta, ao ponto de pensarem apenas no seu próprio umbigo e deixamos de lado o próximo, que está ali precisando de um apoio. As mulheres, nos últimos, anos tem sido alvo de muita violência, física e mental. São sexualizadas em tudo e não é essa a maneira que queremos ser tratadas. Então, eu espero que a sociedade se sensibilize, como Gandhi diz: Seja a mudança que você quer ver no mundo.

C+: Você trabalha sozinha?

Marina: No projeto, hoje, somos em três, eu como fotógrafa, o Guilherme Damazio, como maquiador, e a Eire Bonfim, que trabalha na parte burocrática.

Equipe Utopia

Projeto Utopia 2018

Para participar é preciso:

1. Ser Maior de 18 anos
2. Enviar um email para [email protected] nos contando sua história e porque você merece ganhar.
3. Locação e Figurino por conta das modelos escolhidas
4. Curtir a página https://www.facebook.com/mafotografiaoficial/
5. Curtir o vídeo oficial na página do Facebook e marcar as amigas.

As inscrições encerram no dia 15 de fevereiro.

Confira o resultado do Utopia 2017