Sérgio Moro deve aceitar convite de Bolsonaro para assumir Ministério da Justiça

O juiz que se encontra hoje com o presidente eleito teria carta branca para assumir a super pasta

Marcelo Albuquerque
Por Marcelo Albuquerque
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O juiz federal Sérgio Moro, titular da 13ª Vara Federal de Curitiba, deverá comunicar, no encontro que terá hoje às 9h30 com o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) e seu vice, o general Hamilton Mourão, que aceita o convite feito para assumir o Ministério da Justiça do futuro governo. As informações foram dadas pela jornalista Sonia Racy, em seu blog na página d’O Estado de S.Paulo.

Segundo a nota, o juiz responsável pelos casos da Operação Lava Jato em Curitiba deverá assumir uma pasta ampliada em comparação com suas atuais atribuições. O novo desenho do Ministério da Justiça contaria com a reintegração da área de Segurança Pública, além da Secretaria da Transparência e Combate à Corrupção, da CGU (Controladoria-Geral da União) e do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).

Esta semana, Moro disse que, se confirmado o convite para compor o governo eleito de Bolsonaro, irá refletir sobre o assunto. O magistrado disse que se sentiu “honrado” pela lembrança. “Sobre a menção pública pelo senhor presidente eleito ao meu nome para compor o Supremo Tribunal Federal quando houver vaga ou para ser indicado para ministro da Justiça em sua gestão, apenas tenho a dizer publicamente que fico honrado com a lembrança. Caso efetivado oportunamente o convite, será objeto de ponderada discussão e reflexão”, afirmou em nota.

O juiz desembarcou no Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, por volta das 7h30 desta quinta-feira (1°). O magistrado saiu de Curitiba sem seguranças para conversar com Jair Bolsonaro (PSL) que, após ser eleito presidente da República, manifestou desejo de que Moro seja ministro da Justiça ou, quando houver vaga, seja indicado para o Supremo Tribunal Federal (STF).

Questionado sobre o que o motiva para o encontro com Bolsonaro, o juiz afirmou que o país precisa de uma agenda anticorrupção e anticrime organizado. “Se houver a possibilidade de uma implementação dessa agenda, convergência de ideias, como isso ser feito, então há uma possibilidade. Mas como disse, é tudo muito prematuro”, destacou Moro.

Durante o voo, ele chegou a dizer que ainda não há nada definido.

Durante a viagem, Moro também falou que considera prematuro temerem impacto negativo na Lava Jato caso aceite o cargo. “Acho surpreendente falar que não se deve nem conversar com um presidente que acabou de ser eleito por mais de 50 milhões de brasileiros”, afirmou.

Perguntado sobre o fato de a defesa do ex-presidente Lula ter questionado o fato, ele apenas respondeu que “se houver alguma alegação, será decidido nos autos”.