Escritor e folclorista Bariani Ortêncio morre aos 100 anos em Goiânia

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Faleceu em Goiânia, aos 100 anos, nesta sexta-feira (15), o renomado escritor e folclorista Waldomiro Bariani Ortêncio, mais conhecido como Bariani Ortêncio. Ainda não foram divulgadas informações sobre o velório e sepultamento, bem como a causa de seu falecimento permanece não informada.

Bariani Ortêncio, que também se destacou como jornalista, teve uma prolífica carreira literária, com mais de 50 obras publicadas. Ele celebrou seu centenário em julho deste ano. Sua jornada literária iniciou-se em 1956 com a obra “O que foi pelo sertão”, e se estendeu ao campo musical, onde compôs mais de 50 canções.

Segundo informações levantadas, Bariani Ortêncio faleceu em decorrência de um acidente vascular cerebral (AVC), enquanto estava em sua residência, em Goiânia, cercado por familiares.

Nascido em Igarapava, São Paulo, em 24 de julho de 1923, Bariani Ortêncio mudou-se para Goiânia em 1938. Ele era membro titular da Cadeira nº 9 da Academia Goiana de Letras. Deixa um legado cultural significativo e uma família composta por seis filhos.

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Goiânia recebe encontro nacional da Academia de Letras com entrada gratuita

A Academia Goiana de Letras (AGL), recebe, de 19 a 21 de outubro, o “Encontro de Academias de Letras: painel literário do Brasil-Central e convidados”, aberto ao público. O evento, que reunirá acadêmicos e presidentes de academias de letras de diversas partes do Brasil, ocorre na Casa Colemar Natal e Silva, sede da AGL, Rua 20, número 175, Centro de Goiânia. O principal objetivo do projeto é promover intercâmbio e partilha de ideias e experiências. 

As conferências vão abordar temas sobre ecologia e meio ambiente, com destaque para o enfoque sobre o Cerrado, sempre pelo viés da literatura. Participarão como conferencistas os acadêmicos presidentes de Academias de Letras do Centro-Oeste, do Tocantins, Espírito Santo e Rio de Janeiro, além do decano da Academia Goiana de Letras, Gilberto Mendonça Teles.

Na abertura haverá uma apresentação cultural dos alunos do Instituto de Educação e Artes Gustav Ritter, seguida de uma palestra do geógrafo Eguimar Chaveiro, membro do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás e professor da Universidade Federal de Goiás.

Ao final do evento será lida por José Ubirajara Galli Vieira, presidente da Academia Goiana de Letras, a “Carta de Goiânia”, documento síntese do evento, produzido pelo conjunto dos participantes, com edição final da escritora Lêda Selma, sintetizando as palestras, evidenciando suas preocupações literárias e ambientais.

Confira abaixo programação completa:
 
 
Dia 19 de outubro de 2022
Abertura do Painel Literário
 
10h – Apresentações dos convidados. Momento artístico: alunos do Instituto de Educação e Artes Gustav Rither
 
10h30min às 12h – Conferência do Professor Doutor Eguimar Chaveiro: A ocupação humana do cerrado e a narrativa decorrente. Debates
 
14:30h às 17:00h – Mesa redonda 1
 
Conferência da Presidente da Academia Mato-Grossense de Letras, Acadêmica Sueli Batista: A participação da mulher na vida acadêmica.
 
Conferência da Presidente e ex-presidente da Academia Espírito-Santense de Letras: acadêmica Ester Vieira: São José de Anchieta no Espírito Santo, poeta e dramaturgo

Dia 20 de outubro de 2022
10h às 11:30h – Conferência do Presidente da Academia Carioca de Letras, Sérgio Fonta: O Papel das Academias de Letras no Brasil
 
14:30h às 17:00h – Mesa redonda 2
 
Conferência do Presidente da Academia Tocantinense de Letras: acadêmica Meire Sônia: O papel das academias na vida cultural das cidades novas
 
Conferência do Presidente da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras – Acadêmico Henrique Medeiros – Oportunidades a ameaças enfrentadas pela literatura diante das novas mídias e os suportes
 
Dia 21 de outubro de 2022
10h às 11:30h – Conferência do Acadêmico Gilberto Mendonça Teles – A visão da Poesia e sua relação com os problemas ambientais
 
11:30h – 12h– Encerramento: Leitura da “Carta de Goiânia” pelo presidente da Academia Goiana de Letras, José Ubirajara Galli Vieira.   

 

 

As 9 escritoras goianas mais importantes da literatura brasileira

O estado de Goiás tem muitas escritoras representativas. Entretanto, o reconhecimento dessas mulheres ainda é muito pequeno quando comparada aos representantes masculinos. Essa constatação indica que apesar da existência de muitas escritoras, o processo de reconhecimento ainda é lento. Mas quem foram as pioneiras na literatura goiana?

Confira abaixo as 9 maiores escritoras de Goiás:

CORA CORALINA

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Provavelmente é uma das autoras mais reconhecidas na literatura brasileira. Tendo concluído apenas a 4ª série do ensino fundamental, Cora encanta a todos que entram em contato com seus livros, poemas, poesias e artigos que destilam a alegria de viver. Teve seu primeiro livro publicado em junho de 1965 – “Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais”, quando já tinha quase 76 anos de idade.

LÊDA SELMA

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Membro da cadeira 14 da Academia Goiana de Letras, Lêda é poetisa, contista, cronista, e integra várias antologias nacionais e internacionais. É verbete em diversos trabalhos críticos goianos, e, também, em obras de alcance nacional como “Dicionário de Mulheres”, de Hilda Agnes Hübner Flores, e “Enciclopédia de Literatura Brasileira”, Afrânio Coutinho. Publicou 14 livros (7 de poemas e 7 em prosa).

MARIA ROSÁRIO CASSIMIRO

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Natural da cidade de Catalão, Cassimiro. Educadora, escritora e professora brasileira, ex-presidente da Academia Feminina de Letras de Goiás e ex-reitora da Universidade Federal de Goiás entre os anos de 1982 e 1985. Foi a primeira mulher a exercer o cargo de reitora em uma universidade federal brasileira. As suas principais obras são “Além do Tempo” (Editora Kelps), “Umas e Outras” (Editora Kelps) e “O Processo Educativo” (Editora UFG).

LEODEGÁRIA DE JESUS

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Leodegária Brazília de Jesus nasceu em Caldas Novas em 1889. Ela foi uma das primeiras mulheres a lançar um livro de poemas em Goiás. Documentos apontam 1906 como ano da publicação da sua primeira obra, “Coroas de Lírios”, que ela teria escrito aos quinze anos e publicado aos dezessete. O fato de ter sido uma escritora negra marcou as dificuldades que a escritora enfrentava naquela época. Tanto que, durante muito tempo, sua obra caiu no ostracismo. Uma revisão da literatura aponta que os poemas de Leodegária não foram bem recebidos quando publicados. Sua literatura é autobiográfica, carregada de romantismo e forma parnasiana. Na época em que Leodegária escreveu seus livros, seu estilo literário modernista já despontava em outras partes do Brasil, principalmente no eixo Rio-São Paulo. Isso mostra o tardio contato da literatura goiana com o movimento.
A escritora Darcy Denófrio descreve Leodegária de Jesus como o primeiro punho lírico feminino em Goiás. “Mulher admirável, foi ela pioneira em mais de um sentido: estudou até Latim, numa época em que as mulheres brasileiras morriam analfabetas; foi chefe de família, quando a mulher não cumpria esta função; foi escritora, quando a mulher não escrevia; escreveu livro de poemas entre os 14 e os 15 anos, época em que a mulher aprendia tão somente os ofícios domésticos em prisão domiciliar; publicou-o mal entrando em seus 17 anos, quando os poetas, seus pares, tinham idade para ser seus pais ou até mesmo seus avós; e numa década pródiga em livros, rica para a Literatura Goiana, quando foi dela a única voz que salvou a mulher do total silêncio nas Letras, perdurando o seu solo por quase meio século.”

DARCY DENÓFRIO

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Autora de mais de duas dezenas de livros didático, crítico e literário. Sua crítica tem-se voltado fundamentalmente para difusão da Literatura Goiana. Dedicou trinta anos de sua vida ao magistério, destacando-se como professora de Teoria literária nos cursos de graduação e pós-graduação da Universidade Federal de Goiás. Seu nome integra algumas antologias, entre as quais A Poesia Goiana no Século XX, de Assis Brasil. Em 2006, contou com uma seleção de poemas publicada na revista acadêmica Sirena (2006:1), traduzida ao espanhol. Em três oportunidades teve também poemas traduzidos, lidos e distribuídos em brochuras na Middle Tennessee State University, nos EUA. Sempre lutou pela divulgação da literatura goiana.

YÊDA SCHMALTZ

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Recém-nascida no estado de Pernambuco 1941, foi levada para Ipameri (GO), terra do seu pai. É neta do poeta Demóstenes Cristino um dos iniciadores do modernismo em Goiás. Bacharel em Letras Vernáculas e em Direito, foi professora da Universidade Federal de Goiás, Instituto de Artes. Tem mais de 20 obras publicadas, recebeu inúmeros prêmios e distinções, cabendo destacar o da Associação Paulista de Críticos de Arte, reconhendo sua obra “Baco e Anas brasileiras” como o melhor livro de poesia, em 1985. Yêda foi voz feminina da poesia de Goiás.

ROSARITA FLEURY

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A grandiosidade obra dessa escritora foi Elos da Mesma Corrente, onde Rosarita retratou a realidade da mulher goiana. O livro é uma longa amarra narrativa, unindo (ou desunindo) famílias em Goiás. É um verdadeiro documentário sociológico e geopolítico de Goiás, no final do século XIX (1886-1899). Retrata os usos, costumes, indumentária, culinária, religiosidade e linguajar, tanto na zona rural quanto na velha Capital de Goiás. Há nesse romance sinais de predomínio da cultura francesa nas famílias mais abastadas, de elos mais fortes. Há também espectros de escravas mexeriqueiras, pretas-velhas carinhosas, carregadeiras d’água dos chafarizes. O legado de Rosarita é agora difundido por sua filha Maria Elizabeth Fleury Teixeira, ex-presidente da Academia Feminina de Letras e Artes de Goiás.

MARIETTA TELLES MACHADO

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A escritora foi aluna do clássico colégio Liceu de Goiânia e sua veia literária já se manifesta nos jornais estudantis da escola. Como bibliotecária e seguidamente bolsista de várias instituições, viaja pelo Brasil e pelo mundo, fazendo cursos de especialização em Biblioteconomia, sua área favorita. Tanto fundou a Biblioteca Central da UFG de que fora diretora (1973-1981). Predominantemente contista e cronista, também foi pesquisadora, memorialista, documentarista, ensaísta, poetisa, escritora de peça teatral, conferencista, produtora de cultura e conhecedora das artes em geral. Consta uma dezena de antologias de prosa e verso, verbete em vários dicionários de literatura em Goiás e de fora do Estado, como no livro Ensaístas brasileiras, de Heloísa Buarque de Hollanda e Lúcia Nascimento Araújo, dentre outros. Marietta Telles Foi tema de estudo para muitos escritores.

NELLY ALVES DE ALMEIDA

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De professora de Filologia, por sua paixão e interesse em estudar os caminhos do verbo e da culta e bela língua portuguesa, passou a ensaísta, reconhecida e admirada fora de nossas fronteiras regionais. Entusiasta e participante acadêmica, integra os quadros da Academia Goiana de Letras. Foi cofundadora da Academia Feminina de Letras e Artes de Goiás. O ecletismo de sua personalidade criadora, no dizer de Nice Monteiro Daher, fez com que sua capacidade de trabalho se estendesse aos campos da poesia, do conto e da crônica, ganhando destaque a sua produção ensaística, e da crítica, que fizeram dela o símbolo da mulher literária goiana.