Sofrência: por que gostamos de ouvir músicas tristes? Ciência explica

Um novo estudo, publicado na revista científica PLOS One, descobriu que as emoções negativas sentidas ao ouvir uma música triste pode, na verdade, nos fazer bem — e é por isso que, geralmente, esse tipo de música é o favorito de muitas pessoas.

“É paradoxal pensar que você poderia desfrutar de algo que o faz sentir uma emoção negativa”, diz o professor Emery Schubert, autor do estudo do Laboratório de Musicologia Empírica da Escola de Artes e Mídia, UNSW Arts, Design & Architecture, em comunicado à imprensa. “Mas esta pesquisa mostra a primeira evidência empírica de que a tristeza pode afetar positivamente o prazer da música, diretamente.”

Para chegar a essa conclusão, o estudo contou com 50 participantes, consistindo, principalmente, em estudantes de graduação em música. Eles foram instruídos a escolher uma música triste que gostassem. As escolhas incluíram desde clássicos do Beethoven, até sucessos atuais da Taylor Swift.

Os participantes, então, foram convidados a imaginar se a sua tristeza poderia ser “removida” ao ouvir a música. A maioria deles respondeu que sim. “Sabemos que muitas pessoas são bastante hábeis quando se trata de experimentos mentais, por isso, é uma abordagem razoável de usar e, na pior das hipóteses, não deve produzir resultados”, explica Schubert.

Após a “remoção da tristeza”, os pesquisadores perguntaram se os participantes passaram a gostar da música escolhida de uma forma diferente. 82% deles disseram que “remover” a tristeza reduziu o prazer com a música.

“As descobertas sugerem que a tristeza sentida ao ouvir música pode realmente ser apreciada e pode aumentar o prazer de ouvi-la”, diz Schubert.

Tristeza e “ficar comovido”

Pesquisas anteriores mostraram que a tristeza não é apreciada quando se ouve música, mas é mediada por um sentimento complexo com aspectos positivos que envolvem “estar comovido”. “Estudos anteriores referem-se a uma ‘hipótese do efeito indireto’, o que significa que as pessoas podem sentir tristeza, mas é outra coisa de que gostam – ficar comovidas”, diz Schubert.

Para discutir as descobertas desses estudos anteriores, 53 participantes de outro grupo foram instruídos que escolhessem músicas que gostavam e que consideravam “comoventes”. Essas pessoas relataram que sentiram, sim, tristeza, além de se emocionarem.

“Anteriormente, pensava-se que quando as pessoas sentiam tristeza em resposta à música que gostavam, elas estavam realmente se emocionando”, diz o professor Schubert. “Mas as descobertas deste estudo sugerem que ficar emocionado e sentir tristeza têm significados sobrepostos”, completa. Em outras palavras, ficar comovido provoca tristeza, e a tristeza leva à comoção, segundo o pesquisador.

O estudo possui algumas limitações, como o fato de permitir que os participantes pudessem escolher as músicas que os emocionam por conta própria.

“É sempre arriscado pedir a um participante que escolha uma música que ambos adorem e que os deixe tristes, pois isso pode dar-lhes uma pista sobre o objetivo do estudo”, explica Schubert. “Mas tomamos medidas para minimizar isso em nosso método, incluindo não mencionar as preocupações do estudo durante o recrutamento, examinar as peças auto-selecionadas e ter uma condição de controle.”

Portanto, mais estudos são necessários para confirmar os achados da pesquisa e de estudos anteriores.

 

*Fonte: CNN Brasil

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Estudo revela que Escrever à Mão traz diversos benefícios para a saúde

Escrever à mão se conecta diretamente com certas partes do cérebro que ativam áreas relacionadas à criatividade, lógica e coordenação motora. Isso torna a escrita um excelente treinamento para desenvolver habilidades de forma mais eficiente do que digitar em um teclado.

Muito provavelmente, nos últimos dias você escreveu algumas coisas à mão – talvez uma lista de compras, uma nota em seu calendário ou um lembrete em um post-it. Mas quando foi a última vez que você escreveu um texto longo à mão? Muitos com certeza nem lembram.

Pesquisadores da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia (NTNU) publicaram um estudo na revista científica Frontiers in Psychology mostrando a importância da escrita manual nos processos cognitivos relacionados à aprendizagem.

Para o estudo, foram coletados dados de eletroencefalograma (EEG) com um conjunto de 256 sensores de um grupo de 36 estudantes universitários para detectar sua atividade cerebral enquanto eles escreviam à mão com uma caneta digital ou teclado uma determinada palavra que aparecia em uma tela.

As diferenças nos padrões de conectividade nestas áreas do cérebro, juntamente com as frequências, demonstraram ser cruciais para a formação da memória e a codificação de novas informações e, portanto, “benéficas para a aprendizagem”, de acordo com as conclusões do estudo.

Melhoria da memória

“Focando na conectividade cerebral que comprovadamente facilita o aprendizado e a memória, investigamos áreas parietais e centrais em bandas de frequência específicas. Essas áreas cerebrais têm sido associadas a mecanismos de atenção e processos cognitivos na percepção visual”, disse o estudo da NTNU.

Ou seja, a retenção visual das formas da letra e da composição da palavra faz com que a região cerebral relacionada à memória trabalhe para poder reproduzi-la ao escrevê-la à mão, para que a capacidade seja estimulada e exercitada.

Aprendizagem mais eficiente

Escrever ainda é uma atividade psicomotora que requer sincronização entre o cérebro e a mão para segurar a caneta e desenhar as palavras no papel, interligando os diferentes símbolos. Os pesquisadores descobriram que a ativação do córtex visual, sensorial e motor ajudou a melhorar os processos de assimilação e codificação de novos conhecimentos. Portanto, se você quiser aprender algo, o melhor é escrevê-lo à mão.

Exercite a criatividade

Durante mil anos, a caligrafia foi admirada como forma de arte. Afinal, a escrita baseia-se no traçado preciso de linhas, o que acarreta um desenvolvimento cognitivo espacial que permite gerenciar a distribuição do conteúdo em um determinado espaço. Isso já representa um desenvolvimento criativo por si só.

Desenvolvimento da lógica

Um estudo realizado por Virginia Berninger, professora da Universidade de Washington (nos EUA), sugere que a caligrafia ajuda a desenvolver habilidades lógicas e analíticas. Em seu estudo com alunos da segunda, quarta e sexta séries, ela descobriu que aqueles que escreviam à mão eram capazes de desenvolver ideias de forma mais clara e extensa, com maior velocidade e usando maior variedade de palavras do que aqueles que o faziam com o teclado.

Concentração, terapia e relaxamento

Uma folha de papel em branco não recebe notificações por enquanto e nem recebe estímulos externos como as telas, sendo um excelente canal para treinar a concentração e o foco mais profundo, evitando as distrações habituais nas telas. Um estudo conjunto das universidades de Chicago (EUA) e Zhejiang (China) mostrou que a caligrafia esta relacionada com a melhoria da tomada de decisões.

Além dos benefícios cognitivos que demonstrou ter para o desenvolvimento do cérebro, a caligrafia também traz benefícios a nível psicológico, pois permite estabelecer um canal para colocar pensamentos e ideias em ordem. Muitas pessoas encontram na escrita um espaço íntimo para expressar pensamentos e sentimentos que não conseguem representar verbalmente.

 

*IGN Brasil

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Brasil dividido? Estudo revela intensificação da rivalidade entre apoiadores de Lula e Bolsonaro nas redes sociais

Um levantamento do Instituto Brasileiro para Regulação da Inteligência Artificial (Iria) revelou que a rivalidade nas redes sociais entre os apoiadores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) aumentou nos últimos meses, chegando a níveis próximos dos registrados nas eleições de 2022. O estudo analisou postagens e interações ocorridas desde o início do ano até 10 de março em redes, como Facebook, Instagram e YouTube.

No epicentro da polarização política, está o Paraná, que onde a situação é mais acirrada do que em outros estados brasileiros, conforme observou o estudo. Para o coordenador da pesquisa, Marcelo Senise, a situação pode ser explicada em razão de uma possível disputa entre a direita e a esquerda pela possível vaga no Senado a ser aberta a partir de eventual cassação do mandato de Sérgio Moro (União Brasil). O parlamentar é réu em ação apresentada pelo PT e pelo PL, por abuso de poder econômico no período pré-eleitoral de 2022, que será julgada pelo Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR).

Em uma análise mais profunda, também foi incluído o chamado “ativo social”, uma métrica que engloba o total de seguidores em todas as três plataformas de mídia social. Apesar de perdas durante o período Bolsonaro viu um aumento de 245 mil novos seguidores. Lula, por sua vez, teve uma queda de 38,8 mil, o que mostra a necessidade da preocupação do governo em melhorar sua comunicação

Estudantes goianos realizam maior projeto sobre microplásticos do Brasil

A crescente preocupação global com a poluição plástica nos ecossistemas aquáticos ganha contornos inéditos com o Projeto MicroMar, integrado por estudantes goianos e coordenado pelo professor Guilherme Malafaia, do Instituto Federal Goiano (IF Goiano).

Este empreendimento ambicioso conta com a expertise dos grupos dos professores Thiago Lopes Rocha e Boniek Gontijo Vaz, respectivamente do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (Iptsp) e do Instituto de Química (IQ) da Universidade Federal de Goiás (UFG).

Os microplásticos, partículas com dimensões entre 100 nanômetros e 5 milímetros, constituem uma ameaça silenciosa à vida aquática, penetrando facilmente nos ecossistemas aquáticos.

O MicroMar concentra seus esforços na realização do maior estudo já conduzido no Brasil sobre a poluição por microplásticos nas praias do país, visando fornecer um diagnóstico abrangente e inédito sobre essa problemática.

 

Saiba mais sobre o trabalho pesquisando os microplásticos, realizado por estudantes goianos

 

Levantamento abrangente na Costa Brasileira

A equipe de pesquisa já coletou mais de 6,7 mil amostras de areia e água em 750 praias distribuídas em 300 municípios/distritos, abrangendo estados desde o Amapá até o Rio Grande do Sul.

Com um total de 5.578 km de orla percorridos entre julho de 2023 e fevereiro de 2024, a coleta, que será finalizada até abril de 2024, cobrirá todos os estados litorâneos do Brasil.

Sob a supervisão dos professores Thiago Rocha e Boniek Gontijo, as amostras passarão por rigorosas análises laboratoriais.

Estudantes goianos realizam maior estudo sobre microplásticos do Brasil

Foto: Jornal UFG

O objetivo é quantificar e tipificar os microplásticos, estabelecer valores de background, criar mapas de distribuição da poluição microplástica e determinar índices de risco de polímero e de carga poluidora.

Além disso, o MicroMar contempla uma análise das correlações entre os níveis de poluição por microplásticos nas praias e variáveis oceanográficas, condições ambientais e aspectos do litoral brasileiro.

O professor Thiago enfatiza que o MicroMar marca um marco inovador ao reunir pesquisadores de instituições em todo o Brasil.

A proposta é fornecer subsídios cruciais para decisões locais, regionais e nacionais, visando a prevenção de danos e a minimização de gastos futuros nas esferas ambiental e de saúde pública.

O estudo, que se destaca como uma iniciativa pioneira no enfrentamento da poluição por microplásticos no Brasil, promete impactar positivamente políticas públicas e ações concretas voltadas para a preservação de nossas praias e a proteção da vida marinha.

 

O MicroMar reforça o compromisso da comunidade acadêmica brasileira na busca por soluções eficazes diante dos desafios ambientais contemporâneos.

 

Equipe do projeto MicroMar

A equipe executora do projeto MicroMar engloba, além de pesquisadores da UFG, aqueles vinculados ao IF Goiano, Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Universidade Estadual do Amapá (UEAP), Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Universidade Federal da Bahia (UFBA), Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal Fluminense (UFF), Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Universidade Federal de Santa Catarina (Ufsc), Universidade Federal do Rio Grande (FURG) e Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

Além disso, o projeto conta com a colaboração de pesquisadores do Catalan Institute for Water Research e University of Girona (Espanha), Universidade de Aveiro (Portugal), Jahangirnagar University (Bangladesh), Assiut University (Egito), Universidad Nacional del Sur (Argentina), Begum Rokeya University (Bangladesh), Universiti Teknologi Brunei (Brunei), Periyar University (Índia), University of Virginia (EUA) e Leibniz-Institut für Ostseeforschung Warnemünde (Alemanha).

O projeto MicroMar é um dos projetos apoiados pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (chamada CNPQ/MCTI-FNDCT CT-PETRO nº 43/2022), em consonância com o Programa Ciência no Mar (PCMar/MCTI) e com o Plano Nacional de Combate ao Lixo no Mar (PNCLM)

 

Assista aqui ao documentário elaborado no âmbito do projeto MicroMar.

 

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Estudo aponta que gostar de ficar sozinho é sinal de inteligência

É fato que enfrentar a solidão não é fácil, mas tem muita gente que convive bem com isso e até gosta de ficar sozinho. É natural pensar que aquelas pessoas mais sociáveis ​​são mais felizes, afinal, estar cercado de amigos, fazer boas conexões e passar momentos de qualidade com aqueles que gostamos costumam melhorar o ”astral”, certo? Porém, parece que o cenário é diferente para pessoas altamente inteligentes. Nesse caso, socializar com amigos não aumenta o nível de satisfação com a vida para elas.

Uma pesquisa publicada pelo British Journal of Psychology, revela que preferir passar o tempo sem se socializar é um traço de pessoas que têm sabedoria ‘’acima do normal’’.

Uma das explicações pode ser resultado da evolução humana: as pessoas mais inteligentes podem ter se adaptado mais facilmente a um mundo moderno, em que fazer parte de um grupo em troca de alimento, abrigo e proteção não é mais necessário.

Outra teoria envolve o lado aspiracional. Quanto mais inteligente a pessoa for, mais focada ela será em seus objetivos de longo prazo e, por isso, se socializar com os amigos pode ser visto como uma distração, porque quando você está fora de casa, se divertindo, não está produzindo.

A pesquisa

O site Inc. divulgou que pesquisadores acompanharam pessoas entre 18 e 24 anos e perceberam que a grande maioria ficava mais feliz conforme socializava com maior frequência. Entretanto, a história mudava entre o grupo considerado altamente inteligente, que se sentia menos feliz com a socialização.

Vale ressaltar que esse é apenas um estudo com um número limitado de pessoas. Mas mostra porque alguns indivíduos preferem se dedicar a um projeto ou a aprender algo novo e se distanciar de possíveis distrações.

 

*Fonte: Revista PEGN

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Estudo revela que parar de fumar em qualquer idade traz grandes benefícios à saúde

Abandonar o tabagismo traz benefícios à saúde em todas as idades, segundo pesquisadores da Universidade de Toronto. Publicado na renomada revista científica NEJM Evidence, o estudo analisou dados de 1,5 milhão de adultos em quatro países ao longo de 15 anos, mostrando que os ganhos na expectativa de vida são notáveis.

A pesquisa demonstra que aqueles que abandonam o hábito antes dos 40 anos podem esperar viver praticamente tanto quanto os que nunca fumaram. Surpreendentemente, os benefícios se estendem a todas as idades, com ex-fumantes desfrutando de uma longevidade similar àqueles que nunca adotaram o hábito, apenas 10 anos após cessar o tabagismo. Metade desses benefícios pode ser percebida em apenas três anos.

O Dr. Prabhat Jha, diretor executivo do Centro de Pesquisa em Saúde Global da Unity Health Toronto, enfatizou a eficácia notável de abandonar o tabagismo na redução do risco de morte, ressaltando que os resultados mostram como as pessoas podem colher os benefícios rapidamente.

Os dados revelaram que fumantes entre 40 e 79 anos apresentavam um risco quase três vezes maior de morte em comparação com não fumantes, perdendo em média de 12 a 13 anos de vida. Por outro lado, ex-fumantes reduziram esse risco para 1,3 vezes em relação aos não fumantes.

Parar de fumar não apenas aumenta a longevidade, mas também reduz significativamente o risco de morte por doenças vasculares, câncer e doenças respiratórias. Mesmo aqueles que abandonaram o hábito por menos de três anos experimentaram um aumento de até seis anos na expectativa de vida.

Apesar da queda global no tabagismo desde 1990, o tabaco permanece uma das principais causas de morte evitável. Portanto, os pesquisadores destacam a importância de esforços governamentais para apoiar os fumantes que desejam parar, incluindo aumentos nos impostos sobre os cigarros e a melhoria dos programas de cessação.

Os resultados deste estudo oferecem uma mensagem de esperança e incentivo para aqueles que desejam abandonar o hábito do tabagismo, enfatizando que nunca é tarde demais para melhorar a saúde e prolongar a vida.

Estudo aponta que Gatos ajudam a aliviar o estresse de pessoas altamente emocionais

O ensino superior é um ambiente estressante. Além das aulas, trabalhos e provas, a maioria dos alunos tem que trabalhar, pagar as contas e enfrentar outras pressões da vida moderna. Por isso, muitas universidades nos Estados Unidos instituíram programas onde os alunos podem interagir com animais de estimação para ajudar a aliviar um pouco da tensão.

Estudos comprovaram que, além de melhorar o humor dos alunos, esses programas realmente são capazes de gerar reações fisiológicas que aliviam o estresse. A imensa maioria (85%) desses programas utiliza apenas cachorros. Entretanto, de acordo com pesquisadores da Universidade do Estado de Washington, nos Estados Unidos, a interação com gatos pode ser extremamente positiva para reduzir o estresse e aumentar o bem-estar, em especial para pessoas altamente emocionais.

A emotividade faz parte de um modelo bem estabelecido na psicologia chamado de os “cinco grandes” (tradução livre da expressão “big five”, em inglês) traços de personalidade. Pessoas com essa característica têm emoções fortes e são altamente reativa a elas.

No novo estudo, publicado recentemente na revista Anthrozoös, os pesquisadores buscaram avaliar se haveria interesse entre os participantes desses programar em interagir com gatos, em vez de apenas com cachorros. Eles também buscaram entender como as características humanas podem influenciar essa preferência. Para isso, eles entrevistaram mais de 1.400 estudantes universitários e funcionários, de mais de 20 universidades.

Os resultados mostraram que a presença dos gatos teve grande aceitação dos participantes, em especial entre aqueles em que o traço de personalidade da emotividade era mais forte.

“A emoção é uma característica bastante estável; não flutua e é uma característica bastante consistente de nossas personalidades. Descobrimos que as pessoas na extremidade superior dessa escala estavam significativamente mais interessadas em interagir com gatos. Dado que pesquisas anteriores mostraram que esses indivíduos podem ser mais abertos a formar fortes ligações com animais, faz sentido que eles queiram que gatos sejam incluídos nestes programas”, disse a coautora Patricia Pendry, professora do Departamento de Desenvolvimento Humano da Universidade do Estado de Washington.

A associação entre a personalidade e a disposição para interagir com gatos se manteve mesmo após serem analisados outros fatores, como visitar um local que promove a interação com cães, ter um gato de estimação ou se identificar como mulher. Os pesquisadores também avaliaram o peso de influências negativas, como ter alergia ou fobia de gatos, o que logicamente reduziu o interesse dos participantes em interagir com os felinos.

De acordo com Pentry, uma das razões pelas quais as intervenções no ambiente universitário tendem a ser focadas em cães é o maior número de animais de terapia canina disponíveis e uma visão comum de que os gatos podem ser inadequados para essa função, pois são frequentemente percebidos como imprevisíveis, distantes ou mimados. Mas o estudo mostrou que além disso não ser verdade, muitas pessoas preferem interagir com gatos na terapia, em vez de cachorros.

Ter a opção de poder escolher com qual animal interagir pode aumentar o número de pessoas interessadas nesse tipo de intervenção, o que as ajudaria a reduzir o estresse e aumentar o bem-estar. “Estamos procurando maneiras de ajudar mais pessoas a reduzir seus níveis de estresse. Adicionar gatos pode ser outra maneira de atingir um público mais amplo”, afirma Pentry.

 

*Agência O Globo

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Conheça o ranking das profissões mais bem pagas do Brasil

Você já se perguntou qual profissão poderia abrir as portas para um futuro repleto de riquezas? Um estudo inovador, conduzido pela economista renomada Janaína Feijó, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV-IBRE), revelou os segredos dos salários mais suntuosos do Brasil. E adivinhe só, a tecnologia está comandando o espetáculo!

Com uma análise minuciosa de 126 profissões listadas na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), o estudo mergulhou fundo no mundo do trabalho privado, focando nos profissionais que ganham acima da média nacional, estipulada em R$ 2.836, e que possuem curso superior.

E quem lidera o pelotão das remunerações astronômicas? Nada menos que os médicos especialistas, cujos bolsos são recheados com impressionantes R$ 18 mil! Na esteira dos especialistas em medicina, surgem os matemáticos, atuários e estatísticos, embolsando em média R$ 16 mil.

Mas a verdadeira estrela do espetáculo? A área de dados e engenharia! Num cenário em que os profissionais de tecnologia brilham intensamente, seis das dez primeiras posições são ocupadas por essas mentes brilhantes. Em meio a este jogo de salários espetaculares, fica a dica: se você deseja prosperar financeiramente, o caminho dourado está nas áreas biomédicas e exatas.

Claro, isso não diminui a grandiosidade de outras profissões, mas, segundo Janaína Feijó, essas áreas são como campos promissores, onde o futuro parece estar sorrindo para os talentosos e dedicados.

Sem mais delongas, prepare-se para descobrir o top 10 das profissões que estão dando o que falar no cenário dos altos salários no Brasil, conforme revelado pelo FGV-IBRE:

  1. Médicos Especialistas – R$ 18.475
  2. Matemáticos, Atuários e Estatísticos – R$ 16.568
  3. Médicos Gerais – R$ 11.022
  4. Geólogos e Geofísicos – R$ 10.011
  5. Engenheiros Mecânicos – R$ 9.881
  6. Engenheiros Não Classificados Anteriormente – R$ 9.451
  7. Desenvolvedores de Programas e Aplicativos (Software) – R$ 9.210
  8. Engenheiros Industriais e de Produção – R$ 8.849
  9. Economistas – R$ 8.645
  10. Engenheiros Eletricistas – R$ 8.433

Agora que você conhece os segredos dos salários, qual será o próximo passo na sua jornada profissional? As respostas podem estar nas estrelas ou, quem sabe, nos números e códigos que moldam nosso mundo digital. O futuro está à sua espera.

 

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Pessoas poderão viver até os 130 anos, diz estudo

Um estudo suíço publicado pelo Royal Society Open Science mostra que as pessoas podem viver até os 130 anos. As chances são pequenas, cerca 1 a cada um milhão, contudo, os pesquisadores chegaram aos números após análises de probabilidade com base em dados de supercentenários, pessoas com  110 anos ou mais, e semi-supercentenários, aqueles com pelo menos 105 anos.

A pesquisa usa uma combinação de valores estatísticos extremos, análises de sobrevivência e métodos computacionais para analisar a mortalidade de idosos italianos e franceses com mais de 100 anos. As conclusões apresentam que não há evidências de que existem diferenças entre a sobrevivência de homens e mulheres italianos depois dos 108 anos, mas para os franceses, a longevidade é menor no sexo masculino, por exemplo.

O debate sobre longevidade na comunidade ciêntifica divide opiniões e existe um consenso que o máximo que uma pessoa pode viver é até 150 anos. Na nova análise, foram utilizadas informações médicas de mais de 1.100 supercentenários de 13 países, retiradas de um banco de dados pertencente à iniciativa global de pesquisas International Longevity Database, e de um estudo italiano com todas os viventes no país, entre 2009 e 2015.

A pessoa que viveu mais foi Jeanne Calment (foto), que morreu em 1997 com a idade confirmada de 122 anos.

 

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Pets podem “copiar” comportamentos humanos, revela estudo

Você já pensou que o seu cachorro pode te usar como modelo? Bem, é quase isso. Um estudo realizado na Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) revela que, da mesma forma que os humanos podem auxiliar na recuperação de traumas em animais, os pets também desempenham um papel semelhante.

Segundo a pesquisadora e doutora em estudos de cultura contemporânea da Unemat, Eveline Baptistella, que investiga as relações entre humanos e animais, é comum que animais domesticados imitem o comportamento humano. Conforme o estudo, eles conseguem perceber as mudanças de comportamento dos donos e reagem segundo a situação.

“Pessoas costumam pensar nos animais como máquinas programadas e se esquecem das demonstrações de inteligência e personalidade que os próprios animais de estimação dão todos os dias. Cães e gatos aprende as culturas dos lugares em que vivem, inclusive os códigos de conduta dos seus lares. Então, é natural que alguns repitam ações dos tutores”, diz Eveline.

Uma parceria entre homem e cão 

O estudo observou que é comum os animais domésticos imitarem comportamentos humanos, mas essa prática é pouco compreendida, resultando em diversos mitos e verdades relacionados a esse comportamento animal. A pesquisadora explicou que crenças e superstições contribuíram para o desenvolvimento de preconceitos em relação aos animais, sendo os gatos frequentemente mais afetados do que os cães.

Eveline destacou que os animais muitas vezes ajustam seus horários conforme os donos, tornando-se mais diurnos e solicitando comida mais cedo. Essa adaptação levou a várias crenças, especialmente em relação aos gatos, que historicamente foram associados a superstições negativas desde a Idade Média, como bruxaria e o mal.

A pesquisadora ressaltou que é uma generalização incorreta a visão de que os cachorros são sempre mais amigáveis e dóceis, enquanto os gatos são vistos como mais debochados e frios. Ela enfatizou que cada animal tem sua própria personalidade, e os estereótipos nem sempre refletem a realidade.

“No geral, cães têm habilidades de comunicação mais desenvolvidas quando se trata do relacionamento com humanos, mas há gatos extremamente amorosos e cães que não gostam tanto assim de carinho.” disse a pesquisadora em entrevista ao G1.

Eveline compartilhou que diversos estudos comprovam a capacidade dos animais de entenderem os humanos. Eles conseguem perceber quando seus donos desejam algo, da mesma maneira que é possível notar quando estão com fome ou buscando carinho. Além disso, os animais conseguem identificar quando os donos estão tristes, doentes e até mesmo diferenciar a forma de interagir com um humano de um bebê.

O álcool pode aumentar a sinceridade das pessoas, revela pesquisa

Uma pesquisa recente conduzida pela Universidade do Missouri trouxe à luz descobertas intrigantes sobre o efeito do álcool no comportamento das pessoas, sugerindo que a substância pode influenciar a sinceridade e a expressividade.

De acordo com os pesquisadores, o álcool atua sobre os sentimentos de culpa, remorso e vergonha, reduzindo-os e, assim, promovendo uma maior franqueza sem o temor das consequências. Essa descoberta aponta para uma possível ligação entre o consumo de álcool e a disposição para realizar ações que, sob sobriedade, seriam evitadas.

Para chegar a essas conclusões, aproximadamente 70 participantes foram recrutados para o estudo e divididos em três grupos distintos: aqueles que consumiram refrigerante, os que acreditavam estar ingerindo álcool mas na verdade receberam líquidos não alcoólicos, e os que de fato consumiram álcool. Após o consumo, os participantes foram submetidos a uma série de testes computadorizados, nos quais aqueles que haviam ingerido álcool apresentaram um comportamento caracterizado por uma menor preocupação com erros anteriores e uma diminuição da sensação de culpa.

Embora o álcool seja reconhecido por reduzir as inibições e promover uma expressividade aumentada, é importante ressaltar que os efeitos da substância podem variar entre os indivíduos e são influenciados por fatores como a quantidade consumida, a tolerância individual e o contexto social. Além disso, a sinceridade induzida pelo álcool não garante a veracidade das declarações feitas sob sua influência, muitas vezes resultando em arrependimento após a sobriedade.

Assim, é crucial que o consumo de álcool seja feito com moderação e acompanhado de uma compreensão dos seus efeitos sobre o comportamento humano. O respeito aos limites pessoais e a consciência dos riscos associados ao consumo excessivo são fundamentais para garantir a segurança e o bem-estar de todos os envolvidos.

 

Aplicativo pode identificar autismo com 87% de precisão por IA

Um aplicativo inovador, chamado SenseToKnow, está dando uma nova opção a milhares de famílias ao redor do mundo. Desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Duke, na Carolina do Norte, nos Estados Unidos, esse aplicativo utiliza inteligência artificial (IA) para identificar o autismo em crianças com uma precisão impressionante de 87,8%.

A notícia é um marco significativo na detecção precoce do Transtorno do Espectro Autista (TEA).

 

Como Funciona o SenseToKnow?

O SenseToKnow é uma ferramenta fácil de usar que pode ser acessada através de um tablet. O aplicativo avalia a criança em apenas 10 minutos, analisando suas respostas a jogos na tela, expressões faciais, piscadas, movimentos corporais e reações espontâneas. Através de algoritmos de IA, o SenseToKnow interpreta esses dados e identifica indicadores do autismo.

 

A Importância do Diagnóstico Precoce

Especialistas afirmam que a detecção precoce do autismo é fundamental para um tratamento eficaz. Quanto mais cedo o diagnóstico, melhores são as chances de intervenção bem-sucedida. O SenseToKnow é uma ferramenta crucial nesse processo, oferecendo aos pais a possibilidade de identificar sinais de autismo em seus filhos no conforto de casa.

 

Detalhes do Estudo e Expectativas Futuras

O estudo do SenseToKnow envolveu a análise de 475 crianças durante consultas pediátricas. Dos participantes, 49 foram posteriormente diagnosticados com autismo, e 98 apresentaram atrasos no desenvolvimento sem autismo. O aplicativo mostrou uma sensibilidade surpreendente de 87,8% para detectar o autismo, indicando sua eficácia no diagnóstico precoce.

Atualmente, o aplicativo aguarda a liberação da Food and Drug Administration (FDA), a agência reguladora de saúde dos Estados Unidos, para ser disponibilizado ao público. A equipe de pesquisa está explorando a possibilidade de fornecer o aplicativo aos pais para uso doméstico supervisionado.

 

Impacto e Futuro do SenseToKnow

A detecção precoce do autismo é um passo crucial para garantir que as crianças recebam o suporte necessário desde cedo. O SenseToKnow não só oferece esperança para famílias, mas também representa um avanço significativo na aplicação da IA para o diagnóstico médico. Espera-se que, no futuro, essa tecnologia possa ser integrada aos programas de intervenção precoce, permitindo um acompanhamento mais detalhado do progresso das crianças com autismo.

A pesquisa por trás do SenseToKnow foi apoiada pelos Institutos Nacionais de Saúde, pela Fundação Simons, pela National Science Foundation e pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos.

Para mais informações sobre essa incrível inovação no diagnóstico do autismo, acesse o site aqui.

 

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Foto: Divulgação/Duke University

Cochilo de 30 minutos pode melhorar a memória e a produtividade, diz pesquisa

Segundo uma pesquisa realizada pelo Centro de Sono e Cognição da NUS Medicine, nos EUA, tirar cochilos curtos durante o dia, de cerca de 30 minutos, ajudam a melhorar a memória e aumentar a produtividade. O estudo avaliou se existe uma duração recomendada para que as sonecas proporcionem de fato um equilíbrio e tragam um benefício significativo. Os resultados foram publicados na revista Sleep, uma das mais importantes na área de medicina do sono.

 

Para chegar a conclusão a respeito dos possíveis benefícios desses cochilos no meio do dia, os pesquisadores avaliaram as sonecas em 32 pessoas adultas que após a quantidade de sono habitual noturno foram submetidas a quatro condições experimentais: vigília e cochilos de 10, 30 ou 60 minutos em dias alternados. 

 

Os cientistas compararam o tempo de sono objetivamente por meio da polissonografia (exame realizado para medir as variáveis fisiológicas do sono), o que permitiu saber exatamente a quantidade de tempo que deveria ser destinada para uma soneca de qualidade levando em consideração o tempo médio que a pessoa demorava para adormecer. 

 

O humor, a sonolência objetiva e o desempenho cognitivo dos voluntários foram medidos em intervalos de 5 minutos, 30, 60 e 240 minutos após o despertar do cochilo para avaliar os possíveis efeitos benéficos desse cochilo. Os pesquisadores analisaram ainda os impactos desses minutos de sono na codificação da memória dos participantes. 

 

O estudo aponta que os participantes levaram de 10 a 15 minutos para adormecer. E os resultados mostram que, em comparação com a vigília, todas as durações de soneca tiveram benefícios claros na melhora do humor e no estado de alerta (desde as mais curtas, de 10 minutos, até as mais longas, de 60 minutos).

 

No entanto, somente as sonecas de 30 minutos tiveram um benefício direto na codificação da memória, o que aponta que é necessário dormir pelo menos meia hora para melhorar a memória.

 

 

 

Foto: Reprodução

 

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Estudo explica por que há pessoas que atraem mais mosquitos do que outras

Existem pessoas que são sempre as primeiras atacadas pelos mosquitos. Parece até que elas são preferidas pelos insetos – e são mesmo. É coisa de pele: um estudo do Laboratório de Neurogenética e Comportamento da Rockefeller University, nos Estados Unidos, descobriu o que atrai o Aedes aegypti, vetor de doenças. A resposta é por que pessoas com níveis mais altos de compostos chamados ácidos carboxílicos em sua pele são mais propensos a serem os “ímãs de mosquito”.

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“Todos nós temos uma secreção na nossa pele, de diversas substâncias, e aquelas pessoas que sempre são mais atrativas para o mosquito produzem um nível de ácidos carboxílicos mais alto do que aquelas pessoas que não são tão atrativas ou que até mesmo não atraem os mosquitos”, explica Anderson de Sá Nunes, professor associado do Instituto de Ciências Biomédicas da USP em entrevista ao G1.

De acordo com o professor, todos os seres humanos produzem o ácido carboxílico através do sebo da nossa pele. O sebo é então comido pelos milhões de microorganismos benéficos que colonizam a pele para produzir mais ácido carboxílico. Em grandes quantidades, o ácido pode produzir um odor específico que parece atrair mosquitos em busca de sangue humano.

Os cientistas americanos tinham como objetivo descobrir se existia algum componente específico produzido pela nossa pele que poderia ser a chave dessa atração.

No artigo, eles detalham um experimento em que foi coletado o cheiro natural da pele das pessoas por meio de malhas de nylon nos braços. Depois de um período de uso, os pesquisadores cortaram as malhas em pedaços de cinco centímetros e colocaram dois pedaços de tecido atrás de dois alçapões separados em uma caixa de plástico transparente, onde dezenas de mosquitos voavam. A partir daí, eles abriam as armadilhas e os insetos escolhiam voar para a isca – as malhas – atrás da primeira ou da segunda porta.

A partir disso, eles contaram cada vez que um inseto foi atraído para uma amostra específica. Após uma série de análises químicas do material coletado, a atração pelo ácido carboxílico foi evidenciada. “Para fazer essa identificação, eles utilizaram uma tecnologia de espectrometria de massa de última geração”, esclarece o professor ao reforçar a exatidão e complexidade da descoberta.

Por fim, no estudo, os pesquisadores utilizaram a fêmea do Aedes aegypti, o tipo de mosquito responsável pela disseminação de doenças como dengue, chikungunya, febre amarela e zika. Doenças bem conhecidas dos países tropicais como o Brasil. Portanto, um dos principais pontos da experiência é que a descoberta leve a criação de novos produtos que possam mascarar ou alterar certos odores humanos, tornando mais difícil para os mosquitos encontrar sangue humano e potencialmente reduzindo a propagação de doenças.

Como evitar picada e doenças

A transmissão da dengue acontece através da picada de um mosquito Aedes Aegypti infectado com o vírus, por isso a melhor forma de se proteger contra esta doença é combatendo o mosquito. Para isso, algumas estratégias eficazes incluem evitar o acúmulo de água parada, não deixar entulho no quintal ou colocar telas de proteção nas janelas, por exemplo.

As picadas pelo mosquito da dengue acontecem geralmente nas primeiras horas da manhã ou no final da tarde, especialmente na região das pernas, tornozelos ou pés. Além disso, a sua picada é mais comum durante o verão, sendo por isso recomendado usar repelentes no corpo e inseticidas na casa, para proteção.

Para combater o mosquito da dengue e evitar a sua picada, existem alguns cuidados que podem fazer toda a diferença, como:

. Manter as garrafas vazias ou baldes viradas para baixo;

. Não deixar entulho no quintal ou nas ruas e varrer diariamente a água parada;

. Cobrir as caixas d’água, poços ou piscinas e manter as calhas de água limpas;

. Colocar terra ou areia nos pratos dos vasos das planta;

. Manter a lata de lixo devidamente tampada e jogar no lixo cascas de coco, latas de refrigerantes, copo plástico, garrafas, embalagens, etc;

. Guardar pneus em locais cobertos, longe da chuva. Faça furos na parte de baixo ou entregue no serviço de limpeza;

. Tampar os ralos pouco usados com um plástico, jogando água sanitária no cano 2 vezes por semana;

. Diminuir o número de bebedouros de cães, gatos e passarinhos e manter o aquário limpo e fechado;

. Colocar telas de proteção nas janelas e mosquiteiros na cama para dormir.

 

*Jornal USP

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Novas espécies de cogumelos são descobertos no Parque Estadual Terra Ronca em Goiás

O parque Estadual Terra Ronca é um exemplo de como Goiás tem lugares impressionantes e de natureza intocável para conhecer. São milhares de quilômetros de mata virgem, muitas cavernas belíssimas, aventuras e riquezas da história do estado.

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Além da beleza, o local que conta com cavernas de tamanhos impressionantes, algumas com mais de 60 milhões de anos, serve para cientistas e pesquisadores estudarem e descobrirem novas espécies da fauna e da flora.

terra
(Foto: Faquini)

Foi com essa proposta que a equipe do Laboratório de Micologia Básica, Aplicada e Divulgação Científica (FungiLab) do Campus Central da Universidade Estadual de Goiás (UEG), em Anápolis, descobriu recentemente duas novas espécies de fungos no cerrado. A primeira é um cogumelo e a outra, um bolor. As descobertas são parte da pesquisa de doutorado dos estudantes do Programa de Pós-Graduação em Recursos Naturais do Cerrado (Renac|UEG) Lucas Leonardo da Silva e Antônio Sérgio Ferreira de Sá, orientados pela professora doutora Solange Xavier dos Santos.

pesquisadores

Batizado como Furtadomyces sumptuosus, o cogumelo foi encontrado em uma área de mata da Floresta Nacional de Silvânia, uma unidade de conservação na região Centro-Sul do estado de Goiás, que abriga diferentes fisionomias vegetacionais típicas do cerrado. Segundo os pesquisadores, o nome foi dado devido às características do cogumelo, que é robusto, suntuoso, bem diferente do que se conhece como um cogumelo tradicional.

Já o bolor foi encontrado em uma das cavernas do Parque Estadual Terra Ronca, localizado no município de São Domingos, no Nordeste do estado. O nome científico da espécie, Preussia bezerrensis, foi dado em homenagem à caverna onde ele foi encontrado, que é conhecida como Lapa do Bezerra. “A caverna é santuário natural, de rara beleza e muito difícil acesso e, por isso, a natureza lá se mantém quase intacta”, explica a professora Solange Xavier.

novos

A professora conta que o reconhecimento e a validação dessas espécies como novas para a ciência só foram possíveis depois de estudos bastante minuciosos que incluem a comparação com todas as outras espécies parecidas, para então constatar que de fato nunca ninguém as encontraram antes. “Para isso são levadas em consideração não apenas a aparência física, mas também outras características, incluindo a análise microscópica de suas estruturas e, também, o seu material genético, seu DNA. Isso permite ainda verificar o grau de parentesco com outras espécies de fungos já conhecidos”, salienta.

Os resultados dessas descobertas foram publicados em 2022 nas revistas científicas internacionais Mycological Progress, volume 21, e Persoonia – Molecular Phylogeny and Evolution of Fungi, volume 49.

A professora Solange Xavier explica que os próximos passos da pesquisa do FungiLab são focados na prospecção dessas novas espécies para investigação das substâncias que produzem e que possam ter aplicação em diversas áreas, inclusive moléculas desconhecidas. “Esses fungos agora estão sendo domesticados, ou seja, cultivados em meio de cultura no laboratório para que possam ser estudados quanto ao seu potencial biotecnológico”, ressalta.

Os pesquisadores

Após a conclusão do doutorado, Lucas Leonardo da Silva candidatou-se a uma bolsa de pós-doutorado no mesmo laboratório. Sua pesquisa é focada no estudo dos fungos conhecidos como orelhas-de-pau do cerrado, que quase sempre crescem sobre madeira, são grandes e facilmente visíveis.

Já Antônio Sérgio Ferreira de Sá está estudando os fungos que ocorrem em cavernas do cerrado. O pesquisador explica que entre esses fungos de ambientes cavernícolas, alguns oferecem risco para a saúde, como é o caso de algumas espécies que vivem associadas a fezes de morcegos, que podem causar séria infecção pulmonar se forem inaladas pelas pessoas que adentram essas cavernas. Esse foi, inclusive, um dos objetivos do estudo do Antônio Sérgio: verificar a ocorrência desses fungos nas cavernas do parque e, com isso, o risco de visitação turística nessas áreas.

pesquisadores

 

Fotos: Arquivo FungiLab| UEG