Em homenagem a fruto do cerrado, pai coloca ‘pequi’ em sobrenome do filho

Diante da disputa entre Montes Claros, no Norte de Minas, e Goiás para saber qual o principal ponto brasileiro do pequi, o fruto do cerrado tem outros protagonistas espalhados pelo país. Em Tocantins, um homem apaixonado pela iguaria decidiu fazer uma homenagem inusitada.

Ele deu o sobrenome de Pequi para o filho, que hoje tem 9 anos. “Eu falei, eu vou colocar o nome dele de Enzo Pequi e a mulher pulou lá longe, mas eu disse: ‘Não era eu que iria escolher? Pode deixar que eu vou escolher'”, contou o servidor público Jasmond Rodrigues, em entrevista ao portal G1.

O homem ressalta que, em toda esquina que vai tem pequi e, por isso, Tocantins deveria ser a “capital nacional do pequi”, e não Montes Claros, como deseja o deputado federal Marcelo Freitas (PSL).

A disputa ainda conta com a presença de Goiás, já que o deputado José Nelto (Podemos-GO), a pedido do governador Ronaldo Caiado (DEM), protocolou uma proposta na Câmara para tornar o “pequi goiano patrimônio cultural, ambiental e ecológico nacional”.

Em Tocantins, o pequi faz parte da história do Estado, tanto é que o fruto também empresta o nome a cidade de Pequizeiro.

 

Foto: Reprodução/Banco de imagens

10 provas de que Goiás é a capital do pequi

Piqui, pequiá, amêndoa-de-espinho, grão-de-cavalo, pequiá-pedra, pequerim, suari, ouro do cerrado. Goiano que é goiano já comeu, viu ou ouviu falar em algum desses nomes e expressões populares que são usados para se referir ao pequi. Seja pelo tom amarelado, o aroma inconfundível ou pela “casca espinhosa”, verdadeiro significado da palavra na língua indígena, fato é que o fruto característico do cerrado brasileiro virou símbolo da gastronomia e patrimônio de Goiás. Por este motivo e outros 10 que você confere abaixo, o ouro do cerrado torna Goiás a capital do pequi no Brasil.

1. O pequi faz parte da culinária goiana há séculos, desde o início do século XVIII, nas antigas vilas de Meia Ponte (hoje Pirenópolis), e Vila Boa (cidade de Goiás).

2. O Projeto de Lei nº 1519/16 tornou o pequizeiro símbolo do cerrado de Goiás, enquanto espécie chave para a manutenção da fauna nativa do referido bioma e de imprescindível valor simbólico cultural ao povo goiano.

3. Na culinária goiana, o pequi tanto é usado em pratos como pequi com arroz, pequi com frango, e na produção de sobremesas e licores.

4. No interior do Estado, muitas famílias agricultoras usam o pequi também para a produção de sabão caseiro. Embora com menos frequência, as sementes também são utilizadas para a produção e óleos e essências.

5. A primeira ‘Caça ao pequi‘ da história foi realizada numa fazenda em Goiás.

6. Existe até um ditado tipicamente goiano, que usa o pequi para se referir a coisas impossíveis: “ é pá cabá cum pequi do Goiás”. Que significa algo como “pode acabar com os pequis de Goiás” que a pessoa em questão não deixa de fazer algo, por exemplo.

7. A colheita do pequi garante ocupação e renda para o milhares de trabalhadores rurais principalmente no norte do Estado de Goiás.

8. Fruto foi homenageado em projeto ferroviário planejado para ligar Brasília a Goiânia, intitulado Expresso Pequi.

9. Restaurantes especializados em culinária regional estocam toneladas de pequis para servir durante o ano todo em Goiás.

10. Goiás detém 1.500 pés de pequi sem espinhos que são cultivados apenas na Estação Experimental Nativas do Cerrado, instalada no Centro de Treinamento da Emater.

 

Foto de capa: Marcos Aleotti/Curta Mais

Pesquisadores descobrem que pequi de Goiás pode não ser o melhor do país

O Pequi (fruto do segundo maior bioma do Brasil), possui 16 espécies, sendo 12 delas encontradas no território brasileiro: Bahia, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, Tocantins, Mato Grosso do Sul e São Paulo. Mas é aqui em Goiás que ele se tornou memoroso e essencial na culinária do Centro Oeste. E um bom goiano que se preze, comedor de Pequi diria até que o ‘famosinho’ deveria se tornar patrimônio gastronômico da humanidade.

Embora o fruto seja bem conhecido no cerrado brasileiro, ainda gera estranherismo em muitos estados. O pequizeiro é uma das árvores mais conhecidas do cerrado pela exuberância das flores, e frutos distintos. O pequi é altamente rico em fibras, possui um cheiro e sabor raro e marcantes, com características únicas: casca verde grossa, fruto amarelo em formato de caroço com espinhos por dentro, e um cheiro extremamente incomum e forte. Estas são as características mais populares da iguaria que floresce de junho a outubro e frutifica de agosto a janeiro no Cerrado brasileiro, podendo chegar de 100 à 650 frutos por estação.

E as utilidades do fruto são diversas, desde a raíz, madeira, folhas, semente até a casca. Por ser uma árvore de madeira bastante resistente, seu caule pode ser usado como carvão siderúrgico, e suas raízes usadas para esqueletos de pequenos navios e embarcações. Suas folhas são utilizadas em tecelarias por conter elementos de cores fortes. Já a polpa (bastante querida pelos goianos) é utilizada na alimentação em caldos, farinha, conservas, sorvetes e picolés, compotas, conservas, óleos e no exótico licor de pequi com chocolate (produzido pela jornalista goiana Laurenice Noleto). E até em sabão.

Resultados da pesquisa

O que pouca gente sabe é que dependendo do estado de origem, ele pode conter variações nutricionais interessantes. O fruto do Tocantins, por exemplo, apresenta valores nutricionais menos calóricos e mais cálcio, enquanto os de Goiás e Mato Grosso possuem mais gordura vegetal. A boa notícia é que a gordura dos frutos de Goiás e Mato Grosso são extremamente saudáveis, e reduzem o risco cardiovascular, além de serem mais usados na indústria de cosméticos para a fabricação de cremes e sabonetes. Outra curiosidade descoberta nesses estudos foi a comparação realizada entre outros frutos nativos do Cerrado como: cupuaçu e graviola, onde mostram que a quantidade de cálcio contidos no pequi vindo de Tocantins chega a cinco vezes mais.

Propriedades medicinais

Sua polpa contém o dobro de vitamina C da laranja, além das vitaminas A,e E, ricas em fibras e gorduras saudáveis servindo de alimento para a fauna do cerrado também. Essas vitaminas têm múltiplos efeitos nos humanos, pois aumentam a imunidade, diminuindo as células que ajudam a formar doenças crônicas e inflamatórias, até mesmo o câncer.

Já a castanha do pequi que fica dentro do caroço, bastante difícil de ser retirada, é raramente encontrada para consumo e rica em zinco e iodo, além de conter cálcio, ferro e manganês.

A nutricionista Karin Honorato afirma que o fruto possui uma ‘castanha’ que tem um óleo “interessantíssimo” para tratar problemas respiratórios. Ela ainda indica o consumo das folhas de pequi em chás, que ajudam a limpar e a desintoxicar o fígado.

A Universidade Federal de Goiás quer ir além, almejam estudar as múltiplas utilidades vitamínicas contidas nas diversas espécies do fruto. “Queremos saber, em cada tipo de polpa, se as substâncias químicas terapêuticas são antioxidantes, se podem contribuir para retardar o envelhecimento das células, ou se são pró-vitamina A, que protegem a visão”, declara a nutricionista da UFG, Maria Margareth Veloso Naves.

Dica do Curta Mais para você que não é comedor de pequi: o fruto contém muitos espinhos, o indicado é comer a polpa raspando levemente, sem morder!

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a49f5355d32efba87d068c7b5a818080.jpgFoto Google / divulgação

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8 maravilhas gastronômicas com o fruto queridinho do cerrado: pequi

Um cheiro único. Forte, com gosto meio doce. Pode ser usado como condimento, é rico em vitamina A e o óleo extraído do seu fruto pode ser usado para fazer diversos pratos. Amarelinho, ele é conhecido em Goiás como o rei do cerrado, devido o valor como alimento. Adivinhou? É o pequi.

A fruta nativa do cerrado brasileiro não caminha no meio termo. Ou você ama ou odeia. O pequizeiro é tão especial que sua árvore é protegida por lei, assim, é proibido o corte dela e venda sem autorização.

Pequi em língua indígena significa “casca espinhenta”. Mas deixando as peculiaridades deste fruto um pouco de lado, o Curta Mais fez uma lista com 8 maravilhas gastronômicas da cozinha brasileira que levam pequi.

 

1 – Frango com pequi

Frango

Um dos mais apreciados pelos goianos e brasilienses, leva em média uma hora para ficar pronto e pode ser temperado com sal, pimenta, alho e cheiro verde picado.

 

2 – Arroz com pequi

Arroz

Pense naquele domingo entre amigos e família…um panelão de arroz com pequi conquista a felicidade de todo mundo.  Algumas pessoas gostam deste prato com pimenta de cheiro e malagueta.

 

3 – Carne moída com pequi

Carne

Servido como prato principal, leva em média 40 minutos entre a preparação e o cozimento. O azeite dá aquele toque especial.

 

4 – Lasanha de pequi com frango

Lasanha

Neste prato é utilizado uma xícara de polpa de pequi, com temperos como açafrão, cebola e pimenta do reino.

 

5 – Escondidinho de frango com pequi

Escondidinho

O tempo total de preparação é em média uma hora. Pode servir até 10 porções bem satisfatórias e conta com o toque de requeijão e queijo ralado na finalização.

 

6 – Licor de pequi

Licor

A bebida leva mais tempo para ficar pronta, até dois meses. Porque os pequis precisam ficar dentro de um recipiente de vidro fechado, com pinga, para a mistura das essências.

 

7 – Trufa de chocolate com pequi

Trufa

Feito com chocolate amargo, creme de leite e leite condensado, ganha o aroma peculiar do fruto do cerrado.

 

8 – Pudim de pequi

Pudim

A polpa do pequi dá o sabor diferencial na sobremesa.