Destino paradisíaco do interior de Goiás vence o Prêmio Nacional de Turismo

Um destino do interior de Goiás venceu o Prêmio Nacional de Turismo. A Associação Kalunga Comunitária do Engenho II – AKCE, representante da Comunidade do Engenho II no Quilombo Kalunga, foi a vencedora da Categoria Turismo de Base Comunitária e Turismo Social.

A premiação aconteceu no Salão Nacional de Turismo, realizado entre os dias 15 e 17 de dezembro em Brasília, cujo tema foi “O turismo transformando vidas”. Foram premiadas 10 categorias de iniciativas de destaque e 9 categorias de profissionais.

Destino do interior de Goiás vence o Prêmio Nacional de Turismo

Foto: divulgação

Palestras, workshops, apresentações culturais, musicais, feira de artesanato e a exposição de diversos roteiros e rotas de todo o Brasil foram alguns dos atrativos do evento, que evidenciou a diversidade e singularidade das regiões brasileiras.

Única vencedora goiana, a AKCE atua no Turismo de Base Comunitária há mais de 20 anos, tornando-se uma referência para os povos tradicionais e originários no desenvolvimento do turismo.

Destino do interior de Goiás vence o Prêmio Nacional de Turismo

Foto: divulgação

Adriano Paulino, presidente da AKCE, dedicou o prêmio à comunidade e ao quilombo Kalunga, destacando que “sem a comunidade, não há turismo de base comunitária”. O Clube Trilheiras de Brasília ficou em segundo lugar, seguido pela Rede BATUC – Turismo Comunitário da Bahia.

 

Mais detalhes sobre o Quilombo Kalunga, destino de Goiás que venceu o Prêmio Nacional de Turismo

O Quilombo Kalunga é o maior quilombo do Brasil, com 262.000 hectares, 39 comunidades e aproximadamente 9000 pessoas.

Localizado na região turística da Chapada dos Veadeiros, abrange os municípios de Cavalcante, Teresina de Goiás e Monte Alegre de Goiás. Na comunidade do Engenho II, encontra-se a Cachoeira Santa Bárbara, considerada por muitos a cachoeira mais bonita do Brasil.

Com uma vasta rede comunitária de empreendedorismo turístico, a comunidade conta com cerca de 200 condutores de visitantes, 5 restaurantes, 3 meios de hospedagem e 17 transportadores turísticos, movimentando uma cadeia turística de milhões de reais ao ano. Esses recursos não apenas geram emprego e renda para a comunidade, mas também contribuem para o desenvolvimento comunitário.

Destino do interior de Goiás vence o Prêmio Nacional de Turismo

Cachoeira em Cavalcante, Goiás. Foto: Vamos Trilhar

De acordo com Dominga Natália, tesoureira da AKCE, parte dos recursos provenientes das entradas dos visitantes destinam-se a investimentos na infraestrutura comunitária, apoio à educação, saúde, esporte, cultura e na infraestrutura turística.

Dominga Natália comemora os avanços conquistados com os recursos turísticos, incluindo a aquisição de um caminhão e uma retroescavadeira para manutenção das estradas, apoio a torneios esportivos, festas tradicionais, compra de medicamentos de alto custo e financiamento de cirurgias para moradores em condição de vulnerabilidade.

O Quilombo Kalunga e a Comunidade do Engenho II participaram este ano do Programa Rede de Agentes de Roteiros Turísticos realizado pelo SEBRAE-GO, que incluiu um estudo de competitividade e o planejamento para o desenvolvimento de um Ecomuseu Kalunga, entre outras ações.

 

Cachoeira Santa Bárbara

Cachoeira Santa Bárbara. Foto: Matulla e Souvenirs

A estonteante Cachoeira Santa Bárbara destaca-se como a mais famosa de todas, especialmente pela incrível cor de suas águas. A queda, que se assemelha a uma obra de arte, é verdadeiramente deslumbrante, embora costume atrair muitos visitantes, especialmente durante feriados e a temporada turística. Para preservar esse tesouro natural e minimizar o impacto, foi estabelecido um limite diário de 150 visitantes, cada grupo com uma permanência máxima de 1 hora.

– Não deixe de explorar também a encantadora Santa Barbarazinha, situada em sua entrada.

– Uma dica: visite logo na abertura do Centro de Atendimento ao Turista (CAT), pois de manhã a luz penetra mais intensamente em seu ambiente fechado e acolhedor, realçando ainda mais o azul-turquesa, ou, alternativamente, no contrafluxo, quando há a chance de encontrá-la vazia, proporcionando uma experiência mais exclusiva.

Quanto à trilha, ela pode ser classificada como moderada ou fácil, com extensão variando entre 1 e 6 km. Vale ressaltar a diferença: dependendo das condições da estrada e da disposição do motorista, é possível chegar muito próximo à entrada da trilha de carro. Contudo, em períodos de condições adversas, especialmente durante as chuvas, quando um pequeno córrego se forma, cortando a estrada, geralmente o veículo fica estacionado em uma área inferior.

Vacinação contra Covid-19 chega a toda comunidade Kalunga em Goiás, anuncia Caiado

O governador Ronaldo Caiado usou as redes sociais para anunciar a imunização de toda comunicade Kalunga em Goiás.

“A emoção é grande em anunciar que amanhã todos os 5.252 adultos das comunidades Kalunga de Cavalcante, Monte Alegre e Teresina de Goiás receberão a primeira dose da vacina contra a Covid-19”.

A remota região, localizada na Chapada dos Veadeiros, concentra a maior comunidade Kalunga do país, descendentes de africanos escravizados que fugiram ou foram libertos das minas de ouro do Brasil central.

Conheça mais sobre os povos Kalungas nesta reportagem especial do Curta Mais.

6 motivos para morrer de amores por Cavalcante, na Chapada dos Veadeiros

O município de Cavalcante possui muitas belezas escondidas e ainda pouco exploradas. Com mais de 150 cachoeiras catalogadas (nem todas com acesso aberto para visitação), o local vem atraindo cada vez mais turistas que frequentam a Chapada dos Veadeiros. Por isso resolvemos trazer 6 motivos para você conhecer esse destaque turístico no estado de Goiás. Vai preparando as malas:

1. Cachoeira Santa Bárbara

A Cachoeira Santa Bárbara, localizada no município de Cavalcante – que fica na Chapada dos Veadeiros, é um dos principais motivos para você conhecer a cidade agora mesmo!

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A paisagem do caminho é encantadora e a trilha é bem tranquila. O trajeto contorna montanhas e colinas cobertas com campos floridos, flores e vegetações típicas do cerrado.

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À caminho da cachoeira principal você encontrará a Cachoeira Santa Barbarinha, que é uma espécie de “miniatura” da Santa Bárbara. Ela recebeu esse nome pela semelhança na tonalidade da água e uma pequena queda d’água propícia para banho.

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Enfim, ao chegar na Cachoeira Santa Bárbara você estará de frente a uma das cachoeiras mais lindas do Brasil. Famosa por suas águas cor de turquesa, a queda d’água forma uma piscina natural que parece uma miragem! Todo o cansaço da trilha será recompensado com um mergulho no poço verde e uma hidromassagem natural próximo à queda d’água.

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2. Mirante da Nova Aurora

Localizado no topo da Serra da Nova Aurora, você pode chegar até o mirante pela estrada que liga Cavalcante à Comunidade Kalunga. O lugar é bem sinalizado e há placas indicativas para chegar até lá.

Com a visão panorâmica que o local proporciona é possível ver (e entender) a dimensão dos morros, depressões e veredas que formam a Chapada dos Veadeiros. Aproveite o momento para contemplar o horizonte que só o Cerrado tem. <3

A experiência que você vai ter ao dar de cara com a vista vai ser inesquecível:

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A dica de ouro é ir no final da tarde para presenciar um pôr-do-sol digno de cinema! Também vale a pena dar uma pausa para sentir o ar puro e tirar fotos incríveis.

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3. Cachoeira da Capivara

Ofuscada pela cachoeira vizinha, Santa Bárbara – que é o foco da maioria dos turistas, a Capivara também tem acesso pela comunidade Kalunga e, apesar de não ser claro para todos que visitam a área, está inclusa na diária paga aos guias. Portanto, atente-se para a dica: o pacote inclui os dois passeios!

Para chegar à trilha da cachoeira é necessário seguir um percurso de aproximadamente 1 km (que pode ser feito de carro). Chegando ao local, começa a trilha com uma caminhada de 800 metros. Grande parte do percurso é de nível fácil, porém uma parte mais íngreme da trilha é entre pedras – exigindo uma atenção maior. Para facilitar o trânsito de pessoas, foi construída uma estrutura de madeira que facilita a chegada à cachoeira.

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E o esforço vale a pena! A trilha é decorada com várias flores exuberantes e plantas nativas do cerrado e tem uma trilha sonora calmante de águas caindo, além de contar com duas paradas especiais: o primeiro ponto é uma pequena queda d’água com um lindo poço e piscina com águas verdes e calmas. Carinhosamente apelidada de Capivarinha, o local é uma excelente área para aproveitar e curtir longos banhos com uma vista incrível. Por lá você encontra um precipício que se tornou um mirante devido à vista espetacular. É um lugar inspirador e com uma paisagem privilegiada.

Abaixo do poço são formadas duas cachoeiras com cerca de 40 metros de altura. A primeira é formada pelo Rio Capivara e a outra pelo Córrego Tiririca. Ambas se encontram e formam um enorme poço perfeito para banhos e mergulhos. As águas, então, seguem para um cânion gigante que tem uma vista sensacional! O cenário é um show à parte, sem contar na massagem relaxante que a queda d’água proporciona.

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4. Mirante da Cachoeira Ave Maria

Dizem que seu nome se deve à cachoeira ter a forma da Santíssima Trindade e à expressão que as pessoas soltam ao ver aquela queda d’água encantadora: “Ave Maria!”. :’D

Dentro do território Kalunga, o Mirante se localiza no topo da primeira serra à 14km da cidade. O lugar é fácil de ser encontrado (a estrada de terra tem placas que indicam a entrada) e é possível ter acesso com carro, sendo a trilha bem pequena e de dificuldade baixa. O caminho é cercado por árvores do cerrado, que estão devidamente identificadas com plaquinhas que levam o nome e a espécie de cada uma.

Ao final do passeio, o grande momento: um mirante que fica bem em frente à cachoeira. A visão é incrível, e o contato com a natureza transmite uma energia positiva de impressionar! O belo despenhadeiro serve como palco para ter momentos especiais contemplando a grandiosidade da natureza e a visão deslumbrante que ela proporciona.

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A magnífica queda d’água tem  120 metros de altura, corta dois imensos paredões e está confinada dentro de um cânion (por isso não é possível o acesso por baixo). O local proporciona uma experiência visual e sensorial inesquecível, que ressalta a imensidão da Chapada dos Veadeiros. Vale a pena conferir de perto!

Como todo passeio de ecoturismo, vale lembrar que é preciso tomar cuidado! É importante não se distrair com a beleza do local e deixar de lado a segurança; já que o local não tem proteção ou estrutura para apoio no mirante. O abismo é profundo, então evite chegar nas beiradas.

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5. Cachoeira Candaru

A Cachoeira do Candaru reserva belas paisagens com vários poços para banhos e vegetação muito preservada. Para aqueles que gostam de aventura e querem algo a mais, a caminhada até a Cachoeira do Candaru vale a pena! São 6km (ida e volta) de uma trilha cercada de flores exuberantes, plantas e árvores nativas do cerrado, além de um trecho entre plantações de arroz e milho que tornam o trajeto ainda mais curioso. A caminhada leva em torno de 40 minutos, e exige maior preparo físico, já que há alguns pontos bem íngremes.

Ao final da trilha e na parte baixa da cachoeira você vai se deparar com um visual incrível! A imponência de 70 metros de queda d’água é de encantar qualquer um.São duas quedas e dois poços gigantes prontos para se refrescar. O poço da queda mais alta é maior e mais fundo, sendo melhor para mergulhar – no entanto, é necessário fazer uma pequena trilha para ter acesso à parte superior. A queda de baixo também tem um poço grande e muitas rochas ao redor para sentar, descansar e admirar as belezas do lugar. É um excelente local para usufruir de uma hidromassagem natural que as quedas d’água proporcionam.

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6. Comunidade Kalunga

Na língua banto, de origem africana, Kalunga significa lugar sagrado, de proteção.

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Além de contar com belas atrações naturais, a pequena cidade é berço dos Kalunga – a maior comunidade de remanescentes quilombolas do Brasil. É interessante ressaltar que essa é uma comunidade que construiu a sua cultura ao longo de quase 300 anos de isolamento (que foi uma maneira do povo Kalunga de encontrar a liberdade). Até 1982 não havia um levantamento sobre sua sociedade – que só teve seu valor reconhecido pela antropóloga Mari Baiocchi.

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A origem da comunidade aconteceu a mais de 200 anos, quando seus ancestrais fugiam da escravidão em pleno ciclo do ouro e da garimpagem. Na época, Goiás passava pelo período de colonização e começou a ser desbravado pelos portugueses. Cansados da submissão e dos castigos sofridos na exploração das minas de ouro, os escravas fugiram em busca de liberdade. Se escondendo nas matas e em locais de difícil acesso, acabaram criando seus quilombos em um dos lugares mais bonitos do Brasil, no norte do estado – Chapada dos Veadeiros.

Em uma área de mais de 230 mil hectares, o quilombo Kalunga ocupa um vasto território que abrange parte de três municípios de Goiás: Cavalcante, Monte Alegre e Teresina de Goiás.

Com aproximadamente 90% da sua área ambiental preservada, o local foi reconhecido oficialmente, em 1991, como Sítio Histórico que abriga o Patrimônio Cultural Kalunga e Patrimônio Histórico e Cultural do Brasil.

 

Dicas para aproveitar melhor o município de Cavalcante:

– Para conhecer a fundo a cultura local, tome café da manhã no CAT – que além de vender, lanches, doces e um caldo de cana com limão maravilhoso, tem uma lojinha de artesanatos, temperos e coisas produzidas pelos Kalungas.

– O CAT abre às 8h e é necessário contratar um guia para fazer os passeios. A taxa cobrada por pessoa para entrar nas cachoeiras é de R$ 20 e cada guia cobra R$ 70 para grupos de até 7 visitantes.

– Antes de seguir para a cachoeira, reserve o almoço em algum restaurante da região. A comida é simples e típica, e oferece opções como frango caipira, peixe, paçoca de carne, mandioca frita e sucos naturais de frutas do cerrado. O preço médio é de R$ 25 à vontade por pessoa.

Para poder ter maior contato com a cultura dos Kalunga e conhecer toda essa beleza da região, será preciso ficar mais de um dia. Por isso se hospede em Cavalcante ou na própria comunidade. Apesar de oferecer pouca estrutura, há áreas de camping e aluguel de casas da região.

– Abasteça o seu carro antes de subir a estrada de terra que liga Cavalcante à comunidade dos Kalungas.

– Nenhum lugar na comunidade passa cartões (crédito/débito), portanto se previna e leve dinheiro em espécie.

 

Informações úteis:

CAT Alto Paraíso: (62) 3446-1159

CAT Cavalcante: (62) 3494-1507

CAT Comunidade Kalunga: (62) 99802-4122

Distâncias: 33km de Cavalcante | 142km de Alto Paraíso | 157km de São Jorge

 

Fotos: Marcos Aleotti/Curta Mais

Comunidade Kalunga carrega cultura, tradição e história em santuário ecológico de Goiás

O Curta Mais já mostrou antes como o município de Cavalcante possui muitas belezas escondidas e ainda pouco exploradas. Com mais de 150 cachoeiras catalogadas (nem todas com acesso aberto para visitação), o local vem atraindo cada vez mais turistas que frequentam a Chapada dos Veadeiros.

Além de contar com belas atrações naturais, a pequena cidade é berço dos Kalunga – a maior comunidade de remanescentes quilombolas do Brasil. É interessante ressaltar que essa é uma comunidade que construiu a sua cultura ao longo de quase 300 anos de isolamento (que foi uma maneira do povo Kalunga de encontrar a liberdade). Até 1982 não havia um levantamento sobre sua sociedade – que só teve seu valor reconhecido pela antropóloga Mari Baiocchi.

 

Buscando fazer uma imersão no turismo de Goiás, nosso fotógrafo Marcos Aleotti foi até lá conferir de perto essa riqueza cultural e trazer todas as informações, dicas e fotos do local para que você possa se organizar e planejar uma visita à esse verdadeiro patrimônio histórico. A missão foi traduzir a essência da comunidade em seus registros, tarefa que foi executada com sucesso!

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Comunidade do Engenho Il

Situada na zona rural do município de Cavalcante, ao norte da Chapada dos Veadeiros, a Comunidade Kalunga do Engenho II vem se destacando na região devido ao grande potencial turístico, tanto étnico quanto de aventura.

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Os pontos atrativos do local variam entre cachoeiras, cannyions, trilhas, festas populares e religiosas, músicas, dança e artesanato. O turismo é a principal renda da comunidade e garante a preservação e conservação do meio ambiente e da cultura local.

No Centro de Atendimento ao Turismo você pode, além de pegar as informações básicas, provar lanches e doces deliciosos além de um caldo de cana com limão maravilhoso. Lá você também pode incentivar o mercado local comprando artesanatos, temperos e comidinhas produzidas pelas mulheres da comunidade.

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História

Na língua banto, de origem africana, Kalunga significa lugar sagrado, de proteção.

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A origem da comunidade aconteceu a mais de 200 anos, quando seus ancestrais fugiam da escravidão em pleno ciclo do ouro e da garimpagem. Na época, Goiás passava pelo período de colonização e começou a ser desbravado pelos portugueses. Cansados da submissão e dos castigos sofridos na exploração das minas de ouro, os escravas fugiram em busca de liberdade. Se escondendo nas matas e em locais de difícil acesso, acabaram criando seus quilombos em um dos lugares mais bonitos do Brasil, no norte do estado – Chapada dos Veadeiros.

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Em uma área de mais de 230 mil hectares, o quilombo Kalunga ocupa um vasto território que abrange parte de três municípios de Goiás: Cavalcante, Monte Alegre e Teresina de Goiás.

O Sítio Histórico da comunidade é uma das maiores riquezas culturais do município de Cavalcante, e os Kalungas têm quatro núcleos diferentes: Vão de Almas, Vão do Moleque, Ribeirão dos Bois e Contenda. Esses núcleos são formados por pequenos povoados como Engenho, Diadema, Riachão, Ema e outros, e abriga mais de 4500 pessoas, sendo considerado o maior quilombo do Brasil em extensão territorial.

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Com aproximadamente 90% da sua área ambiental preservada, o local foi reconhecido oficialmente, em 1991, como Sítio Histórico que abriga o Patrimônio Cultural Kalunga e Patrimônio Histórico e Cultural do Brasil.

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Tradições Culturais

Na comunidade, as festas são rituais de grande expressão cultural. Mais do que uma mera comemoração, elas representam a cultura local e têm um papel social, de união, alegria e tradição. Através das festas, os Kalungas se reencontram com sua identidade cultural e expressam seus costumes através da dança – que tem um forte simbolismo para a cultura:

– Sussa: de origem africana, essa dança é considerada sagrada. A participação feminina é predominante, e as mulheres dançam girando e equilibrando garrafas na cabeça. O momento é marcado pelo som de violas, pandeiros e sanfonas.

Bolé: voltada para as crianças da comunidade. É feita uma grande roda e a dança é marcada pelo ritmo acelerado e muitos giros. A manifestação chegou a se perder da tradição e vem sendo resgatada pelos Kalunga.

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Moradores

Chegando na comunidade conhecemos Seu Joseli, que tem 54 anos e é um dos guias mais experientes da região. Ele também é um artista, grande conhecedor da natureza, preservador do meio ambiente e excelente contador de causos – em uma de suas histórias contou que desde os 8 anos já saía para caçar com o pai!

“Tenho maior orgulho de ser guia, de mostrar paras outras pessoas toda a beleza da minha região e conscientizar sobre a preservação da natureza.”

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Outro simpático morador da comunidade é o Mestre Cirilo Rosa, um dos líderes do Engenho II. Pai de 11 filhos, conta histórias de como foi difícil a vida de seus antepassados e sobre a luta para ter aquela região legalizada. Ele ainda diz que ser Kalunga é motivo de orgulho: “Temos orgulho de nosso povo ter vencido toda dificuldade, de ter passado todo momento de sofrimento e hoje estar em liberdade, e ver que a igualdade e o desenvolvimento chegou para nós. Nossas terras regularizadas nos ajudam a desenvolver nossas atividades econômicas e de preservar nossa identidade cultural.”

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Cirilo conta que algum tempo atrás a comunidade vivia isolada e sem nenhuma estrutura. No entanto, hoje o desenvolvimento chegou até lá com estruturas como luz elétrica, bares, restaurantes e até mesmo uma escola do pré-escolar ao terceiro ano do ensino fundamental.

 

Atrações

Cachoeira Santa Bárbara

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Cachoeira da Capivara

 

Cachoeira do Candaru

 

Mirante Nova Aurora

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Mirante da Ave Maria

 

Dicas:

– Para conhecer a fundo a cultura local, tome café da manhã no CAT – que além de vender, lanches, doces e um caldo de cana com limão maravilhoso, tem uma lojinha de artesanatos, temperos e coisas produzidas pelos Kalungas.

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– O CAT abre às 8h e é necessário contratar um guia para fazer os passeios. A taxa cobrada por pessoa para entrar nas cachoeiras é de R$ 20 e cada guia cobra R$ 70 para grupos de até 7 visitantes.

– Antes de seguir para a cachoeira, reserve o almoço em algum restaurante da região. A comida é simples e típica, e oferece opções como frango caipira, peixe, paçoca de carne, mandioca frita e sucos naturais de frutas do cerrado. O preço médio é de R$ 25 à vontade por pessoa.

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Para poder ter maior contato com a cultura dos Kalunga e conhecer toda essa beleza da região, será preciso ficar mais de um dia. Por isso se hospede em Cavalcante ou na própria comunidade. Apesar de oferecer pouca estrutura, há áreas de camping e aluguel de casas da região.

– Abasteça o seu carro antes de subir a estrada de terra que liga Cavalcante à comunidade dos Kalungas.

– Nenhum lugar na comunidade passa cartões (crédito/débito), portanto se previna e leve dinheiro em espécie.

 

Informações úteis:

CAT Alto Paraíso: (62) 3446-1159

CAT Cavalcante: (62) 3494-1507

CAT Comunidade Kalunga: (62) 99802-4122

Distâncias: 33km de Cavalcante | 142km de Alto Paraíso | 157km de São Jorge

 

Fotos – Pauta: Marcos Aleotti

Conheça a cultura do povo Kalunga e cachoeiras ainda pouco exploradas em Teresina de Goiás

Texto: Yasmiim Fleury

 

 

Não deixe que a pouca idade de Teresina de Goiás te engane: apesar de ter menos de 50 anos, a cidade esbanja história e cultura. O município mais novo da Chapada dos Veadeiros possui a riqueza cultural das comunidades Kalunga, belezas naturais de encher os olhos e 17 cachoeiras à disposição dos turistas. E para aqueles que sempre estão em busca de novidades, saibam que existe um novo horizonte pronto para ser explorado do outro lado da Chapada dos Veadeiros.

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Foto: Travessia

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Foto: TripAdvisor

Teresina é considerada a capital do Caju, e esconde tesouros naturais de tirar o fôlego; com cachoeiras e rios cristalinos bem próximos um aos outros, ainda há locais escondidos pela serra e desconhecidos pelos visitantes da Chapada. 

Quer saber um pouquinho mais? Confira:

 

Comunidades Kalunga

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Foto: Encontro de Culturas

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Foto: Travessia

A maior comunidade de remanescentes quilombos do Brasil vive por lá. É interessante ressaltar que essa é uma comunidade que construiu a sua cultura ao longo de quase 300 anos de isolamento (que foi uma maneira do povo Kalunga de encontrar a liberdade). Até 1982 não havia um levantamento sobre sua sociedade – que só teve seu valor reconhecido pela antropóloga Mari Baiocchi.

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Foto: Travessia

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Foto: Travessia

É muita história e muita cultura para serem admiradas. <3

 

Cachoeiras

A mais famosa e visitada é a Cachoeira do Poço Encantado. Com uma belíssima queda d’água cristalina, ela é cercada por uma vegetação exuberante e muito bem conservada. O Poço Encantado tem aproximadamente 38 metros de altura, e o poço da cachoeira tem 50 metros de diâmetro – formando uma deliciosa piscina natural.

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Foto: Goiás Turismo

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Foto: Goiás Turismo

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Foto: Goiás Turismo

 

Principais atrativos: Cachoeira do Almas, Cachoeira Taquara, a Pedra Escrita da Curva do Caixão, o Rio das Pedras, o Rio Paranã, o Lajeado da Ponte da Diadema, o Memorial Casa de Lió e o Sítio Arqueológico.

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Foto: Goiás Turismo

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Foto: Reprodução

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Foto: TripAdvisor

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Foto: Instagram – marcosponde

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Foto: Reprodução

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Foto: Goiás Turismo

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Foto: Instagram – wendel13

 

Principais eventos: Folia de Santos Reis (janeiro); Festa de São Lázaro (fevereiro); Reza de São José (março); Folia do Divino Pai Eterno (junho); Festa de São João Batista (junho); Romaria de Nossa Senhora da Abadia (agosto); Folia de Santa Teresinha (setembro); Festa Nossa Senhora do Livramento (outubro); Festa do Caju (novembro); Festa de Santa Luzia (dezembro).

CAT Teresina de Goiás: (62) 3467-1140

Site da Prefeitura: Teresina de Goiás

Onde ficar: Pousada Cachoeira Poço Encantado – (62) 9 9995-9223

Hotel Entre Serras – (62) 3467-1120

Hotel Uirapuru – (62) 3467-1390

O que levar nos passeios:

Lanche (sem uso de maionese) e água (no mínimo 1 litro);
Mochila de ataque de 20 a 30 lt (não levar bolsas laterais ou sacolas na mão);
Bota ou tênis, toalha, repelente, protetor solar e medicamentos de uso pessoal;
Roupa de banho, toalha e roupa para após o passeio, incluindo par de chinélos.

Como chegar: de Brasília, seguindo pela BR-020 até a DF-345, finalizando pela GO-118 (Distância Goiânia – 487km | Distância Brasília – 285km)

Campanha arrecada fundos para levar a cultura quilombola a evento cultural

Há mais de 15 anos, a cultura quilombola dos Kalungas se reúne no Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros. Todos os anos, o evento acontece na vila de São Jorge, na Chapada dos Veadeiros, com o propósito de reunir expressões culturais tradicionais de Goiás, Distrito Federal, Tocantis, Minas Gerais e de outros estados brasileiros. 

Para que os quilombas possam participar dessa edição, foi organizada uma campanha de financiamento coletivo no site kickante. Os beneficiados pertencem a uma comunidade localizada em Alto Paraíso de Goiás.

Todo o valores arrecadados no financiamento online serão revertidos para a alimentação, o transporte e a hospedagem dos Kalungas durante o XVI Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros. O evento acontece entre os dias 22 e 30 de julho e as doações podem ser feitas até o dia 16 de junho, pelo site kickante.com.br/campanhas/cultura-quilombola-dos-kalungas

Além de ajudar na valorização da cultura quilombola, você pode receber em troca objetos incríveis da mesma. As candeias são velas feitas com algodão e mel e usadas durante as procissões religiosas. Segundo a crença, conforme elas queimam, todos os pecados da pessoa que as carrega vão sendo perdoados. A caixa de folia e a buraca são dois instrumentos tradicionais, usados em todas as festas populares. Os tapetes de Dona Dainda também são famosos na região. São feitos com retalhos de tecido pelas mãos da mulher que é uma das grandes líderes dos kalungas. Você ainda terá a chance de conhecer essa tradição ao vivo e participar dela, no Vão de Almas, na comunidade Kalunga, em uma viagem para o dia 13 de agosto, com transporte a partir de Brasília, hospedagem e alimentação inclusas.