Frequentadores assíduos dos parques e feirinhas de arte e artesanato em Goiânia já devem ter se deparado com ela. Com muito charme e estilo, sempre faz o maior sucesso, chamando a atenção por onde passa na cidade.
De longe, é uma graça. Sua aparência rústica tem um magnetismo único para os olhares. Quando nos aproximamos dela e a vemos se abrir, descobrimos suas reais belezas: uma riqueza de cores, histórias e principalmente personalidade.
É assim que conhecemos Brigitte, a kombi que serve de casa para a lojinha itinerante de artesanato da jornalista, fotógrafa e artesã Nara Cunha de Los Angeles, a ‘Pim’.
Foto: Marcos Aleotti / Curta Mais
Pim é a personagem a quem Nara dá vida em suas andanças com a Brigitte. Como diz a artista “[Ela] Adora usar chapéus e boinas que ela mesma costura. Prefere botas e vestidos coloridos ou de cor única, mas usa acessórios de cores e texturas variadas. Ela tem uma alma um tanto infantil, mas é valente e nunca tem medo. Ama rir e cantar. Chora ouvindo Vinicius de Moraes, Beethoven, trova cubana e… espere! Esta sou eu! Não posso me separar dela!”
Foto: Marcos Aleotti / Curta Mais
Tendo seu primeiro contato com fotografia durante o curso de jornalismo na UFG, em 1989, Nara logo se apaixonou pela arte. A empolgação fez com que a jornalista entrasse em um curso de pintura norte-americana em estilo country, onde aprendeu várias técnicas diferentes. Em Tiradentes (MG), já em 2004, ‘Pim’ visitou várias lojas de artesanato e também alguns ateliês. De volta a Goiânia, começou a trabalhar no ramo e teve a ideia de unir a fotografia com artesanato com materiais recicláveis.
Para tudo que iria para o lixo, Nara dá um destino nobre.
Foto: Marcos Aleotti / Curta Mais
A Casa da Pim começou em um Fiat Doblô, mas seu sonho há muito tempo era uma kombi. Finalmente em agosto deste ano, surgiu o modelo perfeito: a kombi 1991 que hoje ‘atende’ por Brigitte, um nome que tempos depois Nara veio a descobrir que significava força e também estava ligado às artes.
Foto: Marcos Aleotti / Curta Mais
O nome fazia jus à história da kombi: nos últimos dezessete anos, a máquina fez incontáveis viagens com seu último dono para destinos à beira de rio. Apesar do número alto no hidrômetro, Pim encontrou o veículo com boas condições de funcionamento e em bom estado.
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Pim fez questão fazer à mão a pintura de Brigitte. Foram quase nove horas de trabalho. O acabamento em verniz brilhante deixa claro que ela não está enferrujada de verdade.
Foto: Marcos Aleotti / Curta Mais
Além de servir de casa para a loja, Brigitte leva Nara ao banco, ao supermercado e também para Catalão, Ipameri, Urutaí e Pires do Rio.
Na Casa da Pim, é possível encontrar fotografias em quadros com molduras de madeira, gesso e resina, mini-jardins temáticos com elementos artesanais, relicários e oratórios, espelhos, abajures e pequenos mimos. Os itens são vendidos por valores a partir de R$ 20.
Foto: Marcos Aleotti / Curta Mais
Um dos charmes da loja é que ela não pode ser encontrada em ponto fixo, com uma agenda sempre bem alternada. Sortudos podem encontrá-la ora no Vaca Brava durante a semana, no Parque Flamboyant durante o fim de semana e também eventualmente na Praça das Ares, no Jardim Goiás.
A proposta de Nara é, principalmente, inspirar as pessoas. A artista quer mostrar que, com criatividade, é possível decorar uma casa com coisas simples: uma lata de tinta pintada à mão pode virar um vaso de flores, lembranças de viagem e fotografias podem ganhar molduras e enfeitar paredes, itens antigos podem compor a decoração de ambientes, mesmo os contemporâneos…
Foto: Marcos Aleotti / Curta Mais
Nara poderia dizer que se sente realizada vivendo com sua companheira Brigitte, mas seus sonhos ainda não acabaram: “Gostaria de viajar com a loja móvel Casa da Pim por Goiás para escrever um livro, ilustrado com as fotos que faço pelo caminho, no campo e na cidade, como um diário a bordo da Brigitte. Estou em busca de um patrocinador para esse projeto”, diz ela.
Pauta e fotos: Marcos Aleotti.
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