Primeiro Festival literário Itinerante gratuito chega a Cidade de Goiás

A antiga capital do estado, a icônica Vila Boa, está se preparando para sediar o primeiro FLIB – Festival Literário Itinerante na Bibliofuscoteca. O evento, que ocorrerá de 10 a 12 de novembro no Mercado Municipal da Cidade de Goiás, tem como missão primordial fomentar a leitura e promover o encontro entre escritores e leitores, prestando homenagem à renomada poetisa e contista brasileira Cora Coralina em sua estreia.

 

Com uma programação diversificada, o festival reunirá talentos literários e artistas goianos, bem como uma atração de renome nacional: a premiada escritora Micheliny Verunschk, vencedora do Prêmio Jabuti na categoria Romance em 2022. Ao longo de três dias, haverá palestras, debates e um sarau cultural, proporcionando um ambiente propício para a troca de experiências e enriquecimento cultural.

O FLIB é organizado pelo grupo Poesia que Gira Cia. de Arte, com o apoio essencial da Livraria Leodegária, do Latino América Gastrobar e da Prefeitura da Cidade de Goiás. O Festival é realizado com recursos do Fundo de Arte e Cultura do Estado de Goiás, através do Edital de Fomento aos Festivais e Eventos 2023.

 

O evento terá lugar na Bibliofuscoteca, um espaço cultural único: uma biblioteca/livraria itinerante instalada em um fusca 1970, que estará estacionado no Mercado Municipal da Cidade de Goiás. A Bibliofuscoteca, um projeto inovador da Cia de Arte Poesia que Gira, já percorreu diversas cidades do interior de Goiás, levando consigo livros, espetáculos teatrais e performances musicais. Agora, ganha vida com seu primeiro festival literário, proporcionando um ambiente único e acolhedor para os amantes da literatura.

 

A programação do I FLIB contará com mesas de debate abordando temas como a poesia e prosa produzidas no Brasil e em Goiás, a obra de Cora Coralina e a literatura goiana recente, bem como a produção e circulação literária em nosso estado. Além disso, um sarau encantador apresentará talentos poéticos locais.

O evento é gratuito e aberto a todas as idades, buscando promover a democratização do acesso ao livro e à leitura. A Bibliofuscoteca, com sua proposta inovadora, proporciona um ambiente descontraído e acolhedor, ideal para aproximar leitores e escritores.

 

A idealizadora do evento, a escritora Thaíse Monteiro, expressa seu desejo de oferecer a todos os participantes uma imersão no universo da literatura e um momento de encantamento pela magia das palavras. Sobre suas expectativas, Thaíse reforça: “Nosso desejo é de que haja uma intensa troca de experiências com escritores brasileiros e goianos, que hoje participam do cenário nacional e internacional da literatura. Além disso, a escolha da Cidade de Goiás para a primeira edição foi justamente para atrair ainda mais olhares para nossa histórica e encantadora Goiás Velha, que é o cenário perfeito para um evento literário como este.”

 

Serviço:

I FLIB – I Festival Literário Itinerante na Bibliofuscoteca

Data: 10 a 12 de novembro de 2023

Local: Mercado Municipal – Cidade de Goiás

Evento Gratuito

Classificação: Livre 

 

Programação completa:

 

– Mesa 1 – Abertura – O rugido da onça: a poesia e a prosa de Micheliny Verunschk

Data: 10 de novembro (6ª feira) – Horário: 20h

Local: Mercado Municipal – Cidade de Goiás

Com Micheliny Verunschk e mediação de Helissa Soares

 

– Mesa 2 Autora Homenageada – Cora Coralina e a Cidade de Goiás

Data: 11 de novembro (sábado) – Horário: 10h

Local: Mercado Municipal – Cidade de Goiás

Com Goiandira Ortiz, Ebe Maria, Marlene Gomes Velasco e mediação de Helissa Soares

 

– Mesa 3 Autores goianos – A literatura goiana recente

Data: 11 de novembro (sábado) – Horário: 15h

Local: Mercado Municipal – Cidade de Goiás

Com Tarsilla Couto de Britto, Divino Damaceno, Divina Paiva e mediação de Helissa Soares

 

– Sarau

Data: 11 de novembro (sábado)

Local: Latino América na Praça do Coreto – Horário: 19h

Apresentação dos poetas Helena Di Lorenza, Walacy Neto, Baale (Kesley Rocha) e palco aberto

 

– Mesa 4 Encerramento – A produção e a circulação literária em Goiás

Data: 12 de novembro (domingo) – Horário: 10h

Local: Mercado Municipal – Cidade de Goiás

Com Thaise Monteiro, Larissa Mundim e Mazinho Souza

 

Fotos: Layza Vasconcelos

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Mulheres de Goiás: a história da escritora que usou a literatura para discutir o poder feminino

Marietta Telles Machado nasceu em 1934 na Fazenda Barreirão, no interior do estado de Goiás. Naquela década a França e o Reino Unido declaravam guerra à Alemanha. Enquanto isso, na pequena e recém-nascida cidade de Hidrolândia, no interior de Goiás, Marietta se apaixonava pela literatura.

Aos 16 anos Marietta se mudou para Goiânia com o objetivo de focar em sua vida acadêmica. Aluna do Colégio Santa Clara, em Campinas, foi transferida para o Colégio Lyceu de Goiânia, no Setor Central da Cidade. Na época, o Lyceu era o Colégio mais conceituado da cidade. A instituição formou grandes personalidades goianas como o ex-prefeito Iris Rezende, e o ex-ministro Henrique Meirelles.

A escola visava estudos de qualidade que não se limitavam as quatro paredes de uma sala de aula. O Lyceu de Goiânia trabalhava com a formação educacional englobando as importantes histórias de desenvolvimento de Goiás, Brasil e mundo, além de manifestações e expressões artísticas. Para Marietta Telles a biblioteca do lugar era como um perfeito paraíso. O interesse genuíno pelos livros comunicava o que já estava por vir em sua vida profissional.

Diplomada na faculdade de Direito e Letras pela Universidade Federal de Goiás (UFG), Marietta atuou como importante formadora desses cursos no processo de desenvolvimento da Universidade. Seu extenso currículo exibe títulos de bibliotecária, contista, conferencista e assessora cultural da Prefeitura Municipal de Goiânia. Na década de 1960 atuou como integrante do Grupo dos Escritores Novos (GEN).

Não apenas escolas ou centros culturais, o nome de Marietta Telles carrega em si o peso de uma grande mulher importante para a literatura brasileira. Marietta era contista e cronista, conferencista e conhecedora das artes em geral. Documentarista, ensaísta, escritora de peça teatral, pesquisadora e produtora de cultura. Sua designação estampa uma boa dezena em antologias de prosa e verso, funciona como verbete em diferentes dicionários da literatura no estado de Goiás e em tantos outros.

Em 1978 Marietta Telles publicou o livro “Narrativas do Quotidiano”. A obra é uma referência o trabalho da artista como mulher escritora. Desenvolvido dentro de doze temáticas variadas em uma atmosfera realista, o conto levanta a importância de discussão do poder feminino. 

No tardar de 1987, Marietta faleceu em casa. O prédio do Centro Cultural Marietta Telles Machado foi construído no estilo art déco no ano de 1933, antes mesmo do nascimento de Marietta. Na época o lugar sediava a Secretaria Geral do Estado. Hoje funciona com o nome de Marietta e abriga importantes administrações de goianas como o Museu da Imagem e do Som. Em 2020 seu nome foi destaque em série produzida pela Alego. A série em questão visa apresentar quem foi o ícone por trás do nome.

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Pauta desenvolvida pela estagiária de jornalismo Julia Macedo com a supervisão da jornalista Fernanda Cappellesso.

Chapada dos Veadeiros recebe primeiro encontro de literatura

 

Serão três dias de evento, em que estarão reunidos, na Vila de São Jorge, autores indígenas, quilombolas, contadores de histórias, cordelistas e representantes da literatura popular/regionalista, escritores e artistas das mais diversas partes do país.

Se você não sabe onde ir neste feriado de Semana Santa, esse evento é uma ótima pedida!  De 15 a 17 de abril, sexta à domingo, a Vila de São Jorge, porta de entrada do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, será palco para uma efusão de manifestações literárias nacionais, originárias das mais diversas partes do país, em especial aquelas que mergulham nas narrativas e olhares sobre nossos sertões e periferias.

O projeto é uma extensão do Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros, que já acontece há 22 anos, e esta será sua primeira edição. É realizado pela Casa de Cultura Cavaleiro de Jorge, financiado pelo Fundo de Arte e Cultura de Goiás (da Secretaria de Cultura de Goiás), e terá mesas literárias, feira de livros, contadores de histórias, saraus, shows, espetáculos, oficinas, doações de livros e intervenções artísticas.

encontro

Ao longo dos três dias de evento, os autores e autoras selecionados pela curadoria farão parte das mesas literárias temáticas, que acontecem na Casa de Cultura Cavaleiro de Jorge, com a mediação de Augusto Niemar, escritor e professor de Literatura da UnB. O objetivo destes diálogos é propor caminhos para formação de leitores e de novos criadores, além de tratar sobre a forma como cada escritor elabora sua arte.

Além das mesas literárias, das intervenções e apresentações artísticas, dos saraus e feira de livros, nestes três dias também será possível participar de diversas oficinas de criação. Entre elas, a “Oficina Rimas do improviso” com o Coletivo Made in Chapada; a oficina “Folha: palavra-solta cura”, com o poeta Ciro Gonçalves e Seu Adelídeo Raizeiro; a oficina “Cordel: técnicas, histórias e práticas”, com o autor selecionado Rouxinol do Rinaré, do Ceará; e por fim, a oficina/palestra “Meu nome é Ceilândia do RAP e do Repente – a arte da rima e do improviso como expressão da resistência cultural periférica”, ministrada por Sabiá Canuto.

O show “O Bardo”, com Adiel Luna, será apresentado no sábado (16), na Casa de Cultura Cavaleiro de Jorge. O artista utiliza em seu repertóriorepentes e cantorias, além de brincar de roda ao ritmo do coco. Nascido em Pernambuco, Adiel Luna morou alguns anos em Camaragibe, cidade conhecida por seus caboclinhos e grandes coquistas. Em Recife, formou o grupo Coco Camará, com uma batida marcante, letras rimadas e muitos improvisos. O artista passou por grandes maracatus, como o Piaba de Ouro, sendo também violeiro, cantador e cordelista.

cultural

Antes mesmo do início do evento, várias ações voltadas às crianças e jovens estudantes das escolas públicas locais já estão acontecendo na Vila de São Jorge como iniciativas do Encontro de Culturas Literário. Entre elas está a criação do foto-livro “Árvore das Alembranças”, que está sendo criado com 17 estudantes. O conteúdo desta obra será formado com as memórias das famílias e da própria Vila de São Jorge. A coordenação do trabalho é da professora Luciana Meirelles, educadora da pedagogia Griô*, e do arte-educador e fotógrafo Lucas Viana, com a orientação de Lilian Pacheco, criadora da Pedagogia Griô. O foto-livro será impresso e lançado no primeiro dia do Encontro de Culturas Literário.

 Além disso, a Escola Pública da Vila de São Jorge receberá a intervenção do artista Jhon Bermond para a revitalização da sua fachada e de seus Cantinhos de Leitura. Cantinhos estes que durante o evento receberão a doação de livros arrecadados em campanha. O muro da escola, que é voltado para a rua, será transformado em um mural de arte, com as ilustrações de Jhon Bermond e também grandes lambe-lambes com fotografias feitas pelos estudantes da vivência griô das mestras da comunidade, com o apoio do Coletivo Transverso (DF) para a impressão e aplicação das obras

Serviço: 

I Encontro de Culturas Literário da Chapada dos Veadeiros

Data: de 15 a 17 de abril (sexta, sábado e domingo)

Horário: manhã / tarde / noite

Local: Vila de São Jorge – Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros

Programação diária:

 10h às 20h

 Intervenções literárias e artísticas pela Vila de São Jorge

.

16h às 22h

 Feira de livros e-Cêntrica em São Jorge. Local: Praça do Encontro.

.

19h às 20h

 Lançamento coletivo de livros – Local: Casa de Cultura Cavaleiro de Jorge

 

 FOTOS: Reprodução/ Assessoria

 

 

Dia da Mulher: 5 livros com personagens femininas inspiradoras

Amanhã é comemorado o Dia Internacional das Mulheres e, pensando na data, preparamos uma lista com 5 livros que destacam a força, capacidade e determinação das mulheres.. 

São cinco indicações de livros clássicos com personagens fortes e que você pode conhecer. Essas figuras femininas são verdadeiras inspirações para as mulheres e carregam consigo uma mensagem poderosa: todas podem ser protagonistas da própria história.

Mulherzinhas (Edição Integral): no auge da Guerra Civil Americana, o senhor March se junta às frentes de batalha. Em casa, suas filhas têm de conviver com as dificuldades econômicas e a busca pela realização de seus sonhos. Meg almeja um bom casamento. Beth quer apenas ajudar os pais nos cuidados do lar. Amy, a mais jovem, sonha com riqueza e status, enquanto a impulsiva Jo deseja ser escritora ― em uma versão semibiográfica da própria autora Louise May Alcott.

(Autora: Louisa May Alcott | Editora Edipro – Selo Via Leitura | Páginas: 599 | Onde comprar: Amazon)

Carmilla – a vampira de Karnenstein: Neste clássico, o autor Joseph Sheridan Le Fanu deu vida à primeira vampira lésbica da literatura. Carmilla mostra o desejo entre duas mulheres e é considerada uma obra revolucionária ao colocar um casal lésbico e, ainda com afetividade, não apenas como objeto de desejo sexual dos homens. Esse conto antecedeu e também influenciou a obra Drácula de Bram Stoker. 

(Autor: Joseph Sheridan Le Fanu | Editora Edipro – Selo Via Leitura | Páginas: 96 | Onde comprar: Amazon)

Razão e Sensibilidade: após a morte do pai, as irmãs Dashwoods são obrigadas a se mudar para uma casa simples e distante. Elinor, a racional e lógica, e Marianne, sensível e romântica, têm de lidar com expectativas injustas de felicidade por não possuir fortuna e não ter bons relacionamentos na sociedade. Suas atitudes opostas diante da vida serão colocadas à prova em um mundo regido pelo dinheiro e pelo interesse.

(Autora: Jane Austen | Editora Edipro – Selo Via Leitura | Páginas: 390 | Onde comprar: Amazon)

Orgulho & Preconceito: os Bennets é uma família nobre, porém sem dinheiro, composta pelo pai, pela mãe e por cinco moças, todas em idade de se casar e nenhuma com direito a herdar a propriedade da família. Para assegurar o futuro delas, é preciso encontrar pretendentes de boa posição – uma busca que atormenta a senhora Bennet e, consequentemente, a família toda.

(Autora: Jane Austen |Editora: Edipro – Via Leitura | Páginas: 320 | Onde comprar:Amazon)

Persuasão: a senhorita Elliot, filha de um importante — porém falido — baronete, de repente se vê obrigada a conviver com um amor do passado. Anos antes, Anne aceitara se casar com Frederick Wentworth; contudo, por ele não ser rico nem influente, ela foi persuadida pela família a romper o noivado. Agora, Wentworth retorna à cidade com um título de oficial da marinha, bastante dinheiro e o objetivo de se casar.

(Autora: Jane Austen |Editora: Edipro – Via Leitura | Páginas: 224  | Onde comprar: Amazon)

 

As 9 escritoras goianas mais importantes da literatura brasileira

O estado de Goiás tem muitas escritoras representativas. Entretanto, o reconhecimento dessas mulheres ainda é muito pequeno quando comparada aos representantes masculinos. Essa constatação indica que apesar da existência de muitas escritoras, o processo de reconhecimento ainda é lento. Mas quem foram as pioneiras na literatura goiana?

Confira abaixo as 9 maiores escritoras de Goiás:

CORA CORALINA

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Provavelmente é uma das autoras mais reconhecidas na literatura brasileira. Tendo concluído apenas a 4ª série do ensino fundamental, Cora encanta a todos que entram em contato com seus livros, poemas, poesias e artigos que destilam a alegria de viver. Teve seu primeiro livro publicado em junho de 1965 – “Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais”, quando já tinha quase 76 anos de idade.

LÊDA SELMA

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Membro da cadeira 14 da Academia Goiana de Letras, Lêda é poetisa, contista, cronista, e integra várias antologias nacionais e internacionais. É verbete em diversos trabalhos críticos goianos, e, também, em obras de alcance nacional como “Dicionário de Mulheres”, de Hilda Agnes Hübner Flores, e “Enciclopédia de Literatura Brasileira”, Afrânio Coutinho. Publicou 14 livros (7 de poemas e 7 em prosa).

MARIA ROSÁRIO CASSIMIRO

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Natural da cidade de Catalão, Cassimiro. Educadora, escritora e professora brasileira, ex-presidente da Academia Feminina de Letras de Goiás e ex-reitora da Universidade Federal de Goiás entre os anos de 1982 e 1985. Foi a primeira mulher a exercer o cargo de reitora em uma universidade federal brasileira. As suas principais obras são “Além do Tempo” (Editora Kelps), “Umas e Outras” (Editora Kelps) e “O Processo Educativo” (Editora UFG).

LEODEGÁRIA DE JESUS

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Leodegária Brazília de Jesus nasceu em Caldas Novas em 1889. Ela foi uma das primeiras mulheres a lançar um livro de poemas em Goiás. Documentos apontam 1906 como ano da publicação da sua primeira obra, “Coroas de Lírios”, que ela teria escrito aos quinze anos e publicado aos dezessete. O fato de ter sido uma escritora negra marcou as dificuldades que a escritora enfrentava naquela época. Tanto que, durante muito tempo, sua obra caiu no ostracismo. Uma revisão da literatura aponta que os poemas de Leodegária não foram bem recebidos quando publicados. Sua literatura é autobiográfica, carregada de romantismo e forma parnasiana. Na época em que Leodegária escreveu seus livros, seu estilo literário modernista já despontava em outras partes do Brasil, principalmente no eixo Rio-São Paulo. Isso mostra o tardio contato da literatura goiana com o movimento.
A escritora Darcy Denófrio descreve Leodegária de Jesus como o primeiro punho lírico feminino em Goiás. “Mulher admirável, foi ela pioneira em mais de um sentido: estudou até Latim, numa época em que as mulheres brasileiras morriam analfabetas; foi chefe de família, quando a mulher não cumpria esta função; foi escritora, quando a mulher não escrevia; escreveu livro de poemas entre os 14 e os 15 anos, época em que a mulher aprendia tão somente os ofícios domésticos em prisão domiciliar; publicou-o mal entrando em seus 17 anos, quando os poetas, seus pares, tinham idade para ser seus pais ou até mesmo seus avós; e numa década pródiga em livros, rica para a Literatura Goiana, quando foi dela a única voz que salvou a mulher do total silêncio nas Letras, perdurando o seu solo por quase meio século.”

DARCY DENÓFRIO

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Autora de mais de duas dezenas de livros didático, crítico e literário. Sua crítica tem-se voltado fundamentalmente para difusão da Literatura Goiana. Dedicou trinta anos de sua vida ao magistério, destacando-se como professora de Teoria literária nos cursos de graduação e pós-graduação da Universidade Federal de Goiás. Seu nome integra algumas antologias, entre as quais A Poesia Goiana no Século XX, de Assis Brasil. Em 2006, contou com uma seleção de poemas publicada na revista acadêmica Sirena (2006:1), traduzida ao espanhol. Em três oportunidades teve também poemas traduzidos, lidos e distribuídos em brochuras na Middle Tennessee State University, nos EUA. Sempre lutou pela divulgação da literatura goiana.

YÊDA SCHMALTZ

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Recém-nascida no estado de Pernambuco 1941, foi levada para Ipameri (GO), terra do seu pai. É neta do poeta Demóstenes Cristino um dos iniciadores do modernismo em Goiás. Bacharel em Letras Vernáculas e em Direito, foi professora da Universidade Federal de Goiás, Instituto de Artes. Tem mais de 20 obras publicadas, recebeu inúmeros prêmios e distinções, cabendo destacar o da Associação Paulista de Críticos de Arte, reconhendo sua obra “Baco e Anas brasileiras” como o melhor livro de poesia, em 1985. Yêda foi voz feminina da poesia de Goiás.

ROSARITA FLEURY

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A grandiosidade obra dessa escritora foi Elos da Mesma Corrente, onde Rosarita retratou a realidade da mulher goiana. O livro é uma longa amarra narrativa, unindo (ou desunindo) famílias em Goiás. É um verdadeiro documentário sociológico e geopolítico de Goiás, no final do século XIX (1886-1899). Retrata os usos, costumes, indumentária, culinária, religiosidade e linguajar, tanto na zona rural quanto na velha Capital de Goiás. Há nesse romance sinais de predomínio da cultura francesa nas famílias mais abastadas, de elos mais fortes. Há também espectros de escravas mexeriqueiras, pretas-velhas carinhosas, carregadeiras d’água dos chafarizes. O legado de Rosarita é agora difundido por sua filha Maria Elizabeth Fleury Teixeira, ex-presidente da Academia Feminina de Letras e Artes de Goiás.

MARIETTA TELLES MACHADO

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A escritora foi aluna do clássico colégio Liceu de Goiânia e sua veia literária já se manifesta nos jornais estudantis da escola. Como bibliotecária e seguidamente bolsista de várias instituições, viaja pelo Brasil e pelo mundo, fazendo cursos de especialização em Biblioteconomia, sua área favorita. Tanto fundou a Biblioteca Central da UFG de que fora diretora (1973-1981). Predominantemente contista e cronista, também foi pesquisadora, memorialista, documentarista, ensaísta, poetisa, escritora de peça teatral, conferencista, produtora de cultura e conhecedora das artes em geral. Consta uma dezena de antologias de prosa e verso, verbete em vários dicionários de literatura em Goiás e de fora do Estado, como no livro Ensaístas brasileiras, de Heloísa Buarque de Hollanda e Lúcia Nascimento Araújo, dentre outros. Marietta Telles Foi tema de estudo para muitos escritores.

NELLY ALVES DE ALMEIDA

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De professora de Filologia, por sua paixão e interesse em estudar os caminhos do verbo e da culta e bela língua portuguesa, passou a ensaísta, reconhecida e admirada fora de nossas fronteiras regionais. Entusiasta e participante acadêmica, integra os quadros da Academia Goiana de Letras. Foi cofundadora da Academia Feminina de Letras e Artes de Goiás. O ecletismo de sua personalidade criadora, no dizer de Nice Monteiro Daher, fez com que sua capacidade de trabalho se estendesse aos campos da poesia, do conto e da crônica, ganhando destaque a sua produção ensaística, e da crítica, que fizeram dela o símbolo da mulher literária goiana.

5 escritores goianos que todo mundo deveria ler

A cultura goiana é rica em seus mínimos detalhes. Desde a história, a culinária maravilhosa, a cultura, festas, festivais e procissões, os goianos mandam bem em todos os aspectos. Dessa vez, no entanto, o destaque vai para os grandes nomes da literatura que fazem das palavras suas obras de arte.

É importante destacar que, a literatura tem um papel fundamental na formação de todos os indivíduos. Ela é a responsável por estimular a criatividade, a imaginação e por auxiliar na construção de diversos conhecimentos. 

Pensando nisso, listamos abaixo 5 escritores goianos que merecem sua atenção e que são muito importantes para a Literatura Goiana. Confira:

 

Cora Coralina

Provavelmente é uma das autoras mais reconhecidas na literatura brasileira. Tendo concluído apenas a 4ª série do ensino fundamental, Cora encanta a todos que entram em contato com seus livros, poemas, poesias e artigos que destilam a alegria de viver. Seu primeiro livro foi lançado em junho de 1965, quando já tinha quase 76 anos de idade.

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”Aninha e suas pedras

Não te deixes destruir…

Ajuntando novas pedras

e construindo novos poemas.

Recria tua vida, sempre, sempre.

Remove pedras e planta roseiras e faz doces. Recomeça.

Faz de tua vida mesquinha

um poema.

E viverás no coração dos jovens

e na memória das gerações que hão de vir.

Esta fonte é para uso de todos os sedentos.

Toma a tua parte.

Vem a estas páginas

e não entraves seu uso

aos que têm sede.”

 

 

José Godoy Garcia

Natural de Jataí, José morou no Rio de Janeiro na década de 30 e ao retornar para Goiás publicou o “Rio do Sono”, que fala do fazer poético e do que inspira um escritor. Além disso, o autor teve diversas obras publicadas como: Araguaia Mansidão (1972); Aqui é a Terra (1980); Entre Hinos e Bandeiras (1985); Os morcegos (1987); Os dinossauros dos sete mares (1988) dentre outros.

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”Os Sobreviventes

Quando todos imaginavam a vida sem sentido

chegaram de manhã os sobreviventes,

e levantaram suas moradas, estiveram no rio,

procuravam o rebanho disperso, preparavam

o alimento, cantavam, derramavam

o suor nos campos, faziam fogo à noite

rememoravam o corpo de suas mulheres,

despachavam os barcos, pela manhã.

As chuvas eram sempre bem-vindas,

as chuvas levantavam o pó da terra

e enchiam de confiança a face da vida.

As mulheres viam nascer dentro de si

um novo rebento, os seus ventres cresciam.

Nenhum sinal de confiança quando as mulheres

apareciam de ventre crescido.

Os dias eram os mesmos, a esperança

e a desesperança eram as mesmas.”

 

J.J. Veiga

Veiga entrou para o rol dos escritores notáveis da literatura nacional com obras como “Os cavalinhos de Platiplanto”, “A hora dos ruminantes” e “A Máquina Extraviada”. Recebeu o prêmio Machado de Assis pela Academia Brasileira de Letras em 1997. O autor nasceu em Corumbá de Goiás e é considerado um dos maiores escritores em língua portuguesa do realismo fantástico.

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”Escrevo para conhecer melhor o mundo e as pessoas. Quem prestar atenção verá que os meus livros são indagativos, não explicativos. Isso faz deles um jogo ou um brinquedo entre autor e leitor; ambos indagando, juntos ou não, e descobrindo – ou não. Os meus textos são um exercício, ou uma aventura, ou um passeio intelectual. Eles não ‘acabam’ no sentido tradicional, e nesse não acabar é que entra a colaboração do leitor. Mais tarde encontrei esta frase num livro de Julien Gracq: ‘Escrevo para saber o que vou encontrar’. Fiquei feliz.”

 

Bernardo Élis

Também nascido em Corumbá de Goiás, Élis foi o primeiro e único membro goiano da Academia Brasileira de Letras. Foi poeta, contista e romancista, além de advogado e professor.

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”Tarde de Novena

Ingenuidade macia das tardes de novena,

com os sinos dos Passos batendo,

pausado, molengo,

sobre o poente que pegou fogo.

Fervores honestos gemendo

sobre o poente que se alarga e se estende,

congesto,

pela noite adentro,

pondo rubras palpitações

nas trevas do ocidente,

– grandes borboletas de fogo

espanejando cegas sobre as essas.”

 

Gilberto Mendonça Teles

O escritor faz parte do seleto grupo de autores de Goiás que ultrapassaram as fronteiras do estado e ganharam visibilidade na literatura brasileira. Nascido em Bela Vista de Goiás, é conhecido tanto pela sua produção poética como pelos seus importantes estudos sobre o modernismo e a vanguarda na poesia.

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”No Foz do Tejo

E todavia a trave na garganta

e a grossa mão medrosa sem poder

interpretar sequer o que repete,

o que soletra, o que rumina há séculos,

nós, gagos de Babel, babamos versos.”

 

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Flipiri: festa literária é uma boa desculpa pra dar uma esticadinha em Piri no final de semana

Quem curte literatura tem uma boa desculpa pra dar uma esticadinha em Piri no final de semana de 18 a 20 de novembro.
A cidade histórica recepciona a 8ª edição de sua festa literária, a Flipiri. O objetivo do evento é divulgar o livro, a leitura e a literatura em cidades de inteiror e zonas rurais – com o comparecimento de autores regionais e nacionais; dessa vez contando com a presença de grandes nomes como Ziraldo, Ignácio de Loyola Brandão, Elder Rocha Lima, Tiago de Melo Andrade, Nurit Bensusan, Ailton Krenak, entre outros.
 
Com Organização de Instituto Casa de Autores e Prefeitura de Pirenópolis, a Flipiri tem dois eixos de ações que se completam: levar o livro da cidade ao campo, das prateleiras para as ruas, para todas as idades e classes sociais.
 
Programação oficial:
18 de novembro, sexta-feira:
10h – Teatro: Um dia de Rainha
Com: Raquel Gonçalves e Maria Célia Madureira
Local: Teatro de Pirenópolis
 
14h – Teatro: Um dia de Rainha
Com: Raquel Gonçalves e Maria Célia Madureira
Local: Teatro de Pirenópolis
 
14h às 18h – Autores visitantes
Espaço para autores divulgarem, lançarem e autografarem os seus livros
Local: Entroncamento
 
15h30 – Teatro: Sistemas Chaves do Planeta
Com: Grupo Aroeira
Local: Teatro de Pirenópolis
 
15h – Sarau de histórias
Com: Giulieny Matos e Hozana Costa
Local: Entroncamento
 
16h – 15h – Sarau de histórias
Com: Tânia Loureiro e Liduína Bartholo
Local: Entroncamento
 
16h às 19h – Barganha Book Especial
Momento para trocas de livros usados
Local: Teatro de Pirenópolis
 
17h – Bate-papo com autores – Vivências Sobre Leitura e Escrita
Com: Tiago de Melo Andrade e Iris Borges
Local: Cine Pireneus
 
17h – Sarau de histórias
Com: Yana Marull
Local: Entroncamento
 
18h – Bate-papo com autores – Literatura e Cerrado
Com: Elder Rocha Lima – Seguido de lançamento do livro: “Histórias Contadas”
Local: Cine Pireneus
 
18h – Sarau de histórias
Com: Clara Arreguy e Bárbara Morais
Local: Entroncamento
 
19h30 – Abertura oficial – 8ª Festa Literária de Pirenópolis-GO
Local: Teatro de Pirenópolis
 
20h – Conferência – Literatura e Natureza – Era uma vez um bioma muito raro e muito triste chamado Cerrado
Com: Ziraldo e Nurit Bensusan
Local: Teatro de Pirenópols
 
21h – Sessão de autógrafos
Com: Ziraldo e Nurit Bensusan
Local: Livraria da Flipiri/Entroncamento
 
21h – Show musical
Com: Marakatu Akdorge
Local: Entroncamento
 
 
19 de novembro, sábado 

9h30 – Abertura do 4º Encontro FLIPIRI de Ilustradores

Local: Cine Pireneus
 
10h às 12h – Mesa 1 – Encontro FLIPIRI DE Ilustradores – Como Ilustramos os Nossos Livros e o Mercado da Ilustração no Brasil.
Com: Christie Queiiroz, Romont Willy e Jô Oliveira
LOCAL: Cine Pireneus
 
11h – Oficina de Redação – escrever bem hoje
Com: Lucília Garcez
Local: Teatro de Pirenópolis
 
11h – Bate-papo com o autor
Com: Ziraldo e professores da rede SESC
Local: Centro de Artes Ita e Alaor
 
11h – Sarau de histórias
Com: Giulieny Matos e Hozana Costa
Local: Entroncamento
 
14h – Bate-papo com o autor – O que faz um jovem gostar de um livro e não de outro
Com: Maurício Gomyde
Local: Teatro de Pirenópolis
 
14h – Bate-papo com o autor – O papel do professor e dos pais na formação do leitor.
Com: Olívia Franco, Maria Elaine Cambraia e João Rodrigues.
Local: Centro de Artes Ita e Alaor. 
 
14h – Sarau de histórias
Com: Yana Marull, Clara Arreguy, Rose Borges.
Local: Entroncamento.
 
14h às 16h – Oficina de ilustração – A arte de colorir o mundo infantil
Com: Adriana Nunes e Ana Terra
Local: Cine Pireneus
 
14h ás 18h – Autores visitantes – Espaço para autores divulgarem, lançarem e autografarem os seus livros.
Local: Entroncamento.
 
15h – Programa de Educação para a Paz – Dança, vídeo, reflexão e conversa.
Com: Ivete Belfort, Solange Arruda, Daraina Pregnolatto, Celso Leal e Sandra Cristina
Local: Teatro de Pirenópolis.
 
15h – Bate-papo com o autor – Jovens consumidores e produtores de cultura
Com: Bárbara Morais, Tiago de Melo Andrade e Maurício Melo
Local: Centro de Artes Ita e Alaor.
 
16h às 18h –Encontro FLIPIRI de Ilustradores – A arte de Ilustrar
Com: Ziraldo.
Local: Cine Pireneus.
 
17h – Sarau de histórias
Com: Liduína Bartholo, João Rodrigues e Álvaro Modernell
Local: Entroncamento.
 
18h – Sessão de autógrafos
Com: Ziraldo 
Local: Livraria da Flipiri/Entroncamento
 
18h – Show musical – Brasília Sopro Sinfônica
Local: Largo da Matriz
 
18h – Bate-papo com o autor – Família: Nosso primeiro ambiente
Com: Angélica Rodrigues
Local: Teatro de Pirenópolis
 
19h – Bate-papo com o autor – Incubadora de Autores, o que é?
Com: Tiago de Melo Andrade
Local: Cine Pireneus
 
19h – Bate-papo com o autor – Consumo Consciente: como preservar o seu bolso e o planeta
Com: Rogério Olegário
Local: Teatro de Pirenópolis
 
20h – Grande Sarau – Academia Pirenopolina de Artes, Letras e Música 
Com: Grupo Euterpe, Comitiva Babilônia, exposição de slides, declamação de poemas, exposição artística e apresentações musicais.
Local: Teatro de Pirenópolis.
 
 
20 de novembro, domingo

10h – Bate-papo com o auto – Cardápio Literário, separando o miojo da macarronada.

Com: Tiago de Melo Andrade
Local: Teatro de Pirenópolis
 
10h às 12h – Encontro FLIPIRI de Ilustradores – Ilustração do Cerrado
Com: Vera Lúcia Dias, Elder Rocha Lima, Adriana Nunes e Tereza Behr
Local: Cine Pireneus
 
14h – Bate-papo com o autor – Festas Literárias no Brasil
Com: Ignácio de Loyola Brandão e Maurício Melo
Local: Cine Pireneus
 
14h às 18h – Autores visitantes – Espaço para autores divulgarem, lançarem e autografarem os seus livros.
Local: Entroncamento
 
15h – Sessão de autógrafos
Com: Ignácio de Loyola Brandão e Maurício Melo
Local: Livraria/Entroncamento
 
15h às 16h – Seminário de Cultura Popular
Com: o Mestre Chacon do Maracatu Nação Porto Rico e mestres locais convidados 
Local: Centro de Artes Ita e Alaor
 
16h – Palestra – Economia Criativa: inovação e sustentabilidade para o mundo do livro e da leitura
Com: Décio Coutinho e Alex Moraes
Local: Cine Pireneus
 
17h – Maratona de histórias
Com: autores presentes
Local: Entroncamento
 
18h – TYeatro – Solidão no Fundo da Agulha – Show de Literatura e Música
Com: Ignácio de Loyola Brandão e Rita Gullo
Local: Teatro de Pirenópolis
 
18h – CORTEJO EM HOMENAGEM AO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA
Com: Maracatu Akdorge
Trajeto: Teatro de Pirenópolis até Praça Chico de Sá (coreto)

5 escritores goianos que você precisa conhecer em 2016

Talvez você não saiba, mas a literatura goiana é prodigiosa! Pena que nem sempre damos o devido valor aos escritores que nasceram na terrinha… Mas ainda há tempo de corrigir essa injustiça e começar o ano de 2016 fazendo uma listinha básica de escritores goianos que você precisa ler. Fique atento porque o Curta Mais vai ajudar você a desbravar as páginas literárias do nosso estado. Escolha seu livro e divirta-se!

 

Bernardo Élis

Bernardo Élis foi ocupante da Cadeira 1 da Academia Brasileira de Letras. Créditos da Imagem: Site da ABL.

Escritor que alcançou projeção nacional com sua obra, Bernardo Élis nasceu em Corumbá de Goiás no dia 15 de novembro de 1915 e faleceu no dia 30 de novembro de 1997, na mesma cidade. Foi, além de poeta, contista e romancista, advogado e professor. Recentemente foi homenageado pela Faculdade de Letras da Universidade Federal de Goiás: com seu nome foi batizado o novo bloco da instituição.

Entre as principais obras de Élis, estão os livros de contos Veranico de Janeiro e Ermos Gerais e o romance O tronco, que ganhou adaptação para o cinema em 1999.

 

Gilberto Mendonça Teles

A poesia é o gênero preferido do escritor Gilberto Mendonça Teles. Créditos da imagem: Site escritas.org

Gilberto Mendonça Teles nasceu em Bela Vista de Goiás em 30 de junho de 1931 e é um dos nomes fortes da literatura goiana. O escritor faz parte do seleto grupo de autores de Goiás que ultrapassaram as fronteiras do estado e ganharam visibilidade na literatura brasileira. Escritor, professor e historiador, Teles é também grande defensor do patrimônio histórico-cultural de nosso estado. 

Plural de Nuvens, Brumas do Silêncio e Hora Aberta, todos livros de poesia, estão entre suas principais obras.

 

José J. Veiga

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José J. Veiga é considerado como um dos principais representantes do realismo fantástico produzido em língua portuguesa.

Um dos principais representantes do realismo fantástico da literatura brasileira é goiano. José J. Veiga nasceu em Corumbá de Goiás no dia 2 de fevereiro de 1915 e faleceu no Rio de Janeiro no dia 19 de setembro de 1999. Seus livros foram publicados em vários países, entre eles Estados Unidos, Inglaterra, México, Espanha, Dinamarca, Suécia, Noruega e Portugal.

Recebeu, em 1997, o Prêmio Machado de Assis, o mais importante das letras nacionais. Seus principais livros são A hora dos ruminantes e Os cavalinhos de Platiplanto, obras que contam com a primorosa edição da Companhia das Letras. 

 

Hugo de Carvalho Ramos

Tropas e Boiadas é a principal obra do escritor vilaboense. Créditos da imagem: site Overmundo.

Achou o nome familiar? Hugo de Carvalho Ramos, contista e poeta goiano (Cidade de Goiás, 21 de maio de 1885 – Rio de Janeiro, 12 de maio de 1921) empresta seu nome para um dos mais tradicionais colégios de Goiânia. A homenagem é justa, já que o escritor está entre os nomes fortes da literatura goiana.

Tropas e Boiadas, livro de contos que narra de maneira poética a realidade do homem goiano, foi publicado em 1917 e é considerado sua principal obra.

 

Cora Coralina

 

Cora Coralina, pseudônimo de Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, foi uma poetisa e contista brasileira. Crédito da imagem: Revista Veja SP.

E na nossa lista é claro que não poderia faltar aquela que é sinônimo de goianidade: Cora Coralina. A escritora, que colecionou admiradores em todo o país e também amigos famosos (Carlos Drummond de Andrade foi o responsável por apresentar Cora para o público nacional), nasceu na Cidade de Goiás no dia 20 de agosto de 1889 e faleceu em Goiânia no dia 10 de abril de 1985. A simplicidade e o lirismo são marcas registradas dos versos que representam um pouco da cultura de Goiás.

A “menina feia da ponte”, descrição da própria Cora no poema Minha cidade, publicou diversos livros, entre eles Poemas dos Becos de Goiás e estórias mais, Vintém de Cobre e Estórias da Casa Velha da Ponte.