Médica goiana relata luta contra a Leucemia em livro biográfico

A médica Marina Tayla Mesquita Aguiar lança, nesta quarta-feira (11) em Goiânia, o livro ‘Menina dos Olhos – Como Marina enfrentou a Morte e Abraçou a Vida’. Escrito pelas jornalistas Dalvina Nogueira e Honória Dietz, o livro detalha desde o descobrimento da Leucemia quando Marina, então com 17 anos, havia acabado de entrar na universidade, a luta da família na busca de um doador (que não foi encontrado) e a cura da enfermidade.

A leucemia ocorre mais frequentemente em adultos com mais de 55 anos, mas também é o câncer mais comum em crianças menores de 15 anos, de acordo com Instituto Nacional de Câncer (Inca). No Brasil, de acordo com estimativa do instituto, o número de casos novos da doença estimados para cada ano do triênio 2020-2022 é de 5.920 em homens e de 4.890 em mulheres. Ainda segundo o instituto, em 2019, ocorreram 7.370 óbitos por leucemia no país. Marina participou dessa estatística, mas conseguiu sair dela.

“O livro retrata minha história de superação e milagre, como enfrentei a morte, venci a leucemia e transformei a minha dor em propósito de vida. É um relato com o qual espero trazer fé e esperança para quem está enfrentando essa ou outras doenças, mesmo quando não as perspectivas não são favoráveis”, resume Marina Aguiar, que foi diagnosticada com a leucemia LLA e viu a maioria de suas jovens colegas de enfermaria no Hospital das Clínicas, na capital, perderam a batalha para a doença durante os oito meses no qual ficou internada, inicialmente. 

livro

Conhecida como câncer no sangue, a leucemia tem como principal característica o acúmulo de células doentes na medula óssea, que substituem as células normais. Existem mais de 12 tipos de leucemias e, entre as mais recorrentes, está o tipo que desenvolveu Marina, que tinha indicação de fazer o transplante de medula óssea. 

A família, na época, se mobilizou de todas as formas. A campanha em busca de um doador foi amplamente divulgada pela imprensa regional, tendo alcançado também publicações em nível nacional. Foram oito ciclos de quimioterapia sem se dar a remissão da doença e muitas incertezas. Sua mãe chegou a engravidar na esperança de gerar irmãos compatíveis com a filha. Teve gêmeos, mas eles não eram compatíveis, o que deixou a família desesperada. 

Já sem muito o que fazer, o médico que a assistia resolveu, como tratamento paliativo, repetir o protocolo das quimioterapias em Marina, só que dessa vez com quimio feita para crianças. Aos poucos, a doença foi cedendo e atualmente já são 15 anos de cura, comemorados sempre em 1º de abril, dia da alta do HC. 

Enquanto lutava pela vida, Marina nunca desistiu. Tinha fé que venceria, tanto que manteve a faculdade de odontologia até onde conseguiu e, com a alta das quimios, decidiu mudar o rumo dos estudos e prestar vestibular para Medicina na PUC/GO. Decidiu frequentar o curso, ainda em processo de quimioterapia. A formatura veio como um reconhecimento para todo esforço e fechamento de um ciclo e início de outro.

Marina voltou para o Araújo Jorge, sim, mas já como médica formada, para se especializar em hematologia, com o mesmo médico que ajudou em sua cura. E depois de fazer especialização em transplante de medula no Inca do RJ, um dos mais renomados em tratamento de câncer do país, ela volta ao Hospital Araújo Jorge, agora como coordenadora do transplante. Além do atendimento no Araújo Jorge, a médica atende também pacientes  no Órion Complex, na capital.

Para Dalvina Nogueira, já com experiência em biografias – ela é autora da biografia de Nestor Mota e do livro Amor, do Virtual para o Real – escrever a história de Marina foi um desafio diferente. “Estávamos falando de uma quase menina, que se viu numa situação em que a vida parecia cobrar um preço alto demais. Eu, como mãe, não tive como não me identificar com a dor e a luta de Keila, a mãe!”, afirma a escritora. “Houve momentos em que as lágrimas corriam juntas ao ouvir o quanto essa família foi forte, a vitória acaba sendo mesmo uma espécie de catarse”, completa.

Honória Dietz, jornalista e historiadora, que estreia nesta obra como coautora, na verdade, foi a primeira a se atentar para a beleza da história de Marina. Amiga da família, ela participou de todas as etapas, garantindo a coerência histórica dos fatos. “Por exemplo, Marina foi uma das jovens eleitoras que não votou nas eleições presidenciais em 2006, porque estava internada com leucemia e nisso sintetizamos tudo que essa garota lutadora teve que abrir mão durante sua luta contra a doença”.

O lançamento do livro ‘Menina dos Olhos – Como Marina enfrentou a Morte e Abraçou a Vida’ acontece das 17h às 21h no empório Reserva 35, localizado na Rua 1137, no setor Marista. O evento é aberto ao público e parte da renda obtida com as vendas será destinada às seguintes instituições: Associação de Combate ao Câncer de Goiás (ACCG), Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale) e ONG Missão África.

 

SERVIÇO:

Lançamento do livro ‘Menina dos Olhos – Como Marina enfrentou a Morte e Abraçou a Vida’

Quando: Quarta-feira, 11 de Maio

Onde: Empório Reserva 35 – Rua 1137, nº 35, Setor Marista

Horário: das 17h às 21h

Entrada franca

Caminhão da Saúde realiza ultrassonografias gratuitas em Nerópolis esse final de semana

O Caminhão da Saúde estaciona nos dias 2 e 3 de abril na cidade de Nerópolis, no bairro Alto da Boa Vista.   O projeto assistencial é da Associação Estadual de Apoio à Saúde (AAS) e leva acesso à saúde para população carente de periferias e zona rural há mais de 10 anos. Moradores da cidade metropolitana poderão contar com consulta médica, exames de ultrassonografia com laudo médico na hora, fazer exames rápidos de doenças sexualmente transmissíveis, aferir pressão e fazer teste de glicose.

O projeto assistencial tem iniciativa do  médico Dr. Cláudio Brandão, e oferece atendimento médico de graça e sem burocracia.  O trabalho começa às 7h da manhã com previsão de encerramento às 17h. Basta checar munido de documento pessoal, passar pela triagem e aguardar o atendimento. Depois da consulta, caso haja necessidade, o profissional realiza os exames, encaminhamentos e receitas. 

Uma das novidades do atendimento é a parceria com o Nuclaids – Núcleo de Pesquisa e Ações Interdisciplinares em Doenças Infecciosas com Ênfase nas IST/HIV/AIDS, ligado à Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Goiás (UFG), que junto com seus alunos, realiza a testagem rápida de Infecções Sexualmente Transmissíveis, ou DST’s, como são mais conhecidas. Para o Dr. Cláudio, esse novo serviço tem forte apelo social, já que a maioria das pessoas não tem acesso ou sabem como realizar exames para detectar sífilis ou mesmo Aids, que são doenças silenciosas. “É importante lembrar que caso o exame seja positivo, nós emitimos um pedido de exame completo para o paciente com suspeita de alguma infecção”. Além disso, ele ainda alerta para o trabalho de ajuda com as pesquisas da Universidade.  

 

Serviço 

Atendimento gratuito no Caminhão da Saúde 

Onde:  Nerópolis – Bairro Alto da Boa Vista 

2 e 3 de abril 

Horário: das 7h às 17h 

 Exames de imagem gratuitos   

Ultrassonografia 

– Obstétrico

– Próstata 

– Abdômen Total 

– Urinário 

– Ginecológico 

– Eletrocardiogramas 

 Aferição de pressão 

Testagem rápida de glicose

Testagem rápida de IST’s 

Créditos das fotos: 
Acervo da AAS

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Paciente internada em Goiânia recebe visita surpresa do seu cãozinho e se emociona

Buscando uma melhora no quadro emocional da paciente Maria Rosa Silva, o HUGOL preparou uma visita do cãozinho ‘juninho’ no hospital. Apesar de ser muito colaborativa no tratamento, Maria que está internada na unidade de saúde há mais de um mês, encontrava-se em um estado de desânimo.

A equipe médica percebeu que Maria mantinha uma foto do seu cãozinho ao lado da cama, foi quando os funcionários e os familiares juntaram-se para organizar a surpresa. 

“A Maria não tem filhos, então, sempre criou o Juninho como um. O comportamento dela mudou, ficando muito mais animada, e agora, com ele em seus braços, vemos a alegria estampada no seu rosto e uma vontade muito maior de continuar lutando”, declarou Benícia Gonçalves de Sousa, familiar da paciente.

b02d864bd00d3058355c2d22d27c895f.jpgFotos: Edson Freitas /Divulgação Hugol

O encontro foi realizado na área externa do hospital. Antes da visita, o juninho recebeu um banho adequado para o local, passou por avaliação do cartão de vacinas e verificação comportamental, além da autorização concedida pelo Serviço de Controle de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde (SCIRAS).

“Depois que a Maria soube da visita, ela mudou completamente, participando novamente das práticas de recuperação e melhorando muito o seu lado emocional”, relatou a médica da unidade, Angélica Rodrigues Batista.

Médica goiana é premiada por estudo que relacionou Zika vírus e microcefalia

Um levantamento inédito que comprovou a relação entre o surto de Zika Vírus com bebês nascidos com microcefalia no nordeste do Brasil, realizado pela médica goiana Celina Turchi e indicado pela Fundação Oswaldo Cruz, foi o vencedor da 17ª edição do Prêmio Péter Murányi. O estudo também apontou a relação do vírus com o aumento da mortalidade de fetos.
Celina Turchi formou-se pela Universidade Federal de Goiás (UFG) em 1981 e é irmã da presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg), de Maria Zaira Turchi. Além da formação em uma academia aqui de Goiás, Celina possui mestrado em epidemiologia pela London School of Higiene & Tropical Medicine/UK e doutorado pelo Departamento de Medicina Preventiva da USP. Atualmente Turchi é infectologista da Fundação Oswaldo Cruz, em Pernambuco.
Segundo a presidente da Fundação Péter Murányi, Vera Murányi Kiss, estudos como o da médica goiana revelam a importância do trabalho dos pesquisadores brasileiros para preservar o futuro das próximas gerações.
Os resultados obtidos devido ao projeto permitiram que fossem criadas medidas de combate ao mosquito transmissor do Zika Vírus por parte do poder público. Como resultado, foram distribuídos repelentes para grávidas moradoras de áreas de risco – além do acompanhamento que foi oferecido para crianças portadoras de microcefalia.
O estudo foi o primeiro que traçou um paralelo entre a microcefalia e a infecção pelo vírus da Zika e acompanhou a gestação de mulheres de oito diferentes maternidades públicas de Recife. Todo processo se deu entre os meses de janeiro e novembro de 2016.
Ademais, o reconhecimento do trabalho de Celina Turchi foi além e ganhou reconhecimento internacional – ela foi eleita uma das 100 pessoas mais influentes do mundo, eleitas em 2017 pela conceituada revista norte-americana Time.
A cientista brasileira formou uma rede internacional com cerca de 30 profissionais de diversas especialidades e instituições, juntos no Microcephaly Epidemic Research Group (Grupo de Pesquisa da Epidemia de Microcefalia), que conseguiu identificar a relação entre o vírus Zika e a microcefalia em tempo recorde: apenas três meses.

Foto de capa: Celina Turchi/Divulgação/Istoé.