Superação: Pai e filho de Goiânia são destaques na maratona Rio 2019 com triciclo adaptado

Rafael Rocha, 29 anos, é apaixonado por corrida de rua. Seu filho, Matheus Rocha de 8 anos, foi diagnosticado com microcefalia congênita e depende de cuidados básicos até mesmo para alimentação, além das fisioterapias que são realizadas desde o nascimento do menino. Quando ganharam um triciclo do projeto ‘Correndo para Eles’ em 2018, Rafael percebeu a chance de levar o seu filho para correr junto com ele, e também viu no esporte uma oportunidade de melhorar a vida do Matheus, que já era tão difícil.

447ee270af260bf3a283ad68a19bbba6.jpgFoto: Instagram @correndopelomatheus

A mãe do Matheus, Ana Lúcia de 24 anos, diz que a doença não pode determinar o futuro do filho. “Diagnóstico não é destino, tenho muito orgulho dele, a cada dia vem se superando”, afirma.

A primeira corrida que fizeram juntos, no ano passado, foi a Up Night Goiânia com 10km. Desde então, os dois já participaram de mais 5 corridas juntos. “Eu sinto orgulho em ver meu filho muito feliz , depois de tudo que ele já passou. Deus tem me abençoado muito em poder colocar meu filho no esporte, por mais que seja eu que estou correndo, posso sentir a alegria do meu filho quando o vento bate em seu rosto”, diz Rafael.

Pai e filho continuaram competindo, até que chegaram na maratona do Rio de Janeiro em junho deste ano. Foram 12 pais correndo com os filhos, e eles foram a primeira dupla a cruzar a linha de chegada. “A corrida de rua melhorou muito o Matheus. Me sinto abençoado em ser o pai dele”, completa.

 
 
 
 
 
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Uma publicação compartilhada por Rafael Rocha (@correndopelomatheus) em 7 de Ago, 2019 às 4:32 PDT

 

Médica goiana é premiada por estudo que relacionou Zika vírus e microcefalia

Um levantamento inédito que comprovou a relação entre o surto de Zika Vírus com bebês nascidos com microcefalia no nordeste do Brasil, realizado pela médica goiana Celina Turchi e indicado pela Fundação Oswaldo Cruz, foi o vencedor da 17ª edição do Prêmio Péter Murányi. O estudo também apontou a relação do vírus com o aumento da mortalidade de fetos.
Celina Turchi formou-se pela Universidade Federal de Goiás (UFG) em 1981 e é irmã da presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg), de Maria Zaira Turchi. Além da formação em uma academia aqui de Goiás, Celina possui mestrado em epidemiologia pela London School of Higiene & Tropical Medicine/UK e doutorado pelo Departamento de Medicina Preventiva da USP. Atualmente Turchi é infectologista da Fundação Oswaldo Cruz, em Pernambuco.
Segundo a presidente da Fundação Péter Murányi, Vera Murányi Kiss, estudos como o da médica goiana revelam a importância do trabalho dos pesquisadores brasileiros para preservar o futuro das próximas gerações.
Os resultados obtidos devido ao projeto permitiram que fossem criadas medidas de combate ao mosquito transmissor do Zika Vírus por parte do poder público. Como resultado, foram distribuídos repelentes para grávidas moradoras de áreas de risco – além do acompanhamento que foi oferecido para crianças portadoras de microcefalia.
O estudo foi o primeiro que traçou um paralelo entre a microcefalia e a infecção pelo vírus da Zika e acompanhou a gestação de mulheres de oito diferentes maternidades públicas de Recife. Todo processo se deu entre os meses de janeiro e novembro de 2016.
Ademais, o reconhecimento do trabalho de Celina Turchi foi além e ganhou reconhecimento internacional – ela foi eleita uma das 100 pessoas mais influentes do mundo, eleitas em 2017 pela conceituada revista norte-americana Time.
A cientista brasileira formou uma rede internacional com cerca de 30 profissionais de diversas especialidades e instituições, juntos no Microcephaly Epidemic Research Group (Grupo de Pesquisa da Epidemia de Microcefalia), que conseguiu identificar a relação entre o vírus Zika e a microcefalia em tempo recorde: apenas três meses.

Foto de capa: Celina Turchi/Divulgação/Istoé.

Goiana foi eleita uma das personalidades mais influentes do mundo pela Time

Anualmente, a revista estadunidense ‘Time’ elege as 100 personalidades mais influentes do mundo. Neste ano, os brasileiros que figuraram na lista foram a médica goiana Celina Turchi e o jogador do Barcelona, Neymar.

A médica, natural de Goiânia, entrou pra história mundial da medicina ao descobrir a relação entre a microcefalia e o vírus da zika. Turchi foi reconhecida na categoria ‘Pioneers’ (Pioneiros, em português). Em dezembro de 2016, sua pesquisa teve notoriedade mundial pela revista ‘Nature’, quando apareceu no ranking dos 10 cientistas mais importantes do mundo.

“Turchi é apaixonada, motivada e um modelo de liderança global e de colaboração necessárias para a proteção da saúde humana.”, afirma na publicação o ex-diretor do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), Tom Frieden.

Entre os pioneiros, a lista é liderada por Riz Ahmed, ator e cantor britânico, Samantha Bee, apresentadora de TV norte-americana focada na luta das mulheres, e pelo rapper Chance the Rapper, conhecido por disponibilizar os seus álbuns na Internet em vez de os vender.

Confira aqui a lista completa.

Sobre Celina Turchi
Celina Maria Turchi formou-se em Medicina pela Universidade Federal de Goiás no ano de 1981, possui mestrado em epidemiologia pela London School of Hygiene & Tropical Medicine/UK e doutorado pelo Departamento de Medicina Preventiva da USP.

A pesquisa
Quando Celina e seus colegas começaram suas pesquisas o conhecimento sobre o zika era extremamente limitado, não havia consenso em relação à definição de microcefalia. “Nem em meu maior pesadelo como epidemiologista eu havia imaginado uma epidemia de microcefalia em bebês”, pontuou a pesquisadora à revista ‘Nature’.

Turchi integrou uma rede de epidemiologistas, pediatras, neurologistas e biólogos que levou a resultados “formidáveis”, que permitiu gerar evidências suficientes para ligar a infecção por zika e a doença no primeiro trimestre da gravidez.

Sua ação contrariou parte da comunidade médica, que não acreditava em sua tese.

Médica formada pela UFG está entre os 10 cientistas mais importantes de 2016

Celina Maria Turchi formou-se em Medicina pela Universidade Federal de Goiás no ano de 1981, possui mestrado em epidemiologia pela London School of Hygiene & Tropical Medicine/UK e doutorado pelo Departamento de Medicina Preventiva da USP. A médica figura entre os 10 cientistas mais importantes de 2016 na lista divulgada pela revista ‘Nature’ devido à pesquisa que descobriu relação entre a microcefalia e o vírus da zika.

À revista, Celina contou que o trabalho foi um desafio por não haver testes confiáveis sobre o vírus e nenhum consenso em relação à definição de microcefalia. Mas o intenso contato dentro da rede de especialistas formada por ela permitiu gerar evidências suficientes para ligar a infecção por zika e a doença no primeiro trimestre da gravidez.

Turchi integrou uma rede de epidemiologistas, pediatras, neurologistas e biólogos que levou a resultados “formidáveis”. Quando Celina e seus colegas começaram suas pesquisas o conhecimento sobre o zika era extremamente limitado. “Nem em meu maior pesadelo como epidemiologista eu havia imaginado uma epidemia de microcefalia neonatal”, pontuou a pesquisadora à Nature.

 

Tudo o que você precisa saber para fugir dos boatos sobre o zika vírus

É normal, quando novas doenças surgem, que a população fique assustada e com medo de ser mais uma vítima da enfermidade. Nesse caso, a desinformação pode ser a principal causadora de boatos, que acabam viralizando na internet e são compartilhados à exaustão em grupos do Whatsapp. É o que está acontecendo com o zika vírus, doença que, possivelmente, está associada à microcefalia. As falsas notícias acabam atrapalhando os esforços da população e de governos no combate à doença. Conheça agora quais são os principais boatos e como ficar livre deles. Os esclarecimentos foram feitos pela Fiocruz, a Fundação Oswaldo Cruz:

 

Vacina vencida não tem relação com microcefalia

Embora especialistas já tenham afirmado que não existe relação entre um lote vencido da vacina contra rubéola aplicada em gestantes e o aumento de casos de microcefalia, muita gente insiste em disseminar a falsa notícia. É fácil entender: a vacina contra a rubéola não é aplicada em grávidas, inclusive, existe a determinação de que a mulher evite gravidez por 30 dias após toma-la; portanto, ela não pode ser a causadora da má formação em bebês.

 

Mosquitos geneticamente modificados não causaram surto de zika

Há quem acredite que os mosquitos transgênicos criados em laboratório para combater o Aedes aegypti (transmissor da dengue, zika vírus e febre chikungunya) sejam os causadores do surto de zika. Inclusive, por causa dos mosquitos transgêneros, um bairro de Piracicaba, interior de São Paulo, conseguiu reduzir em mais de 80% a quantidade de larvas do Aedes. A “informação” não procede!

 

Zika vírus não atinge apenas crianças de 7 anos e idosos para causar problemas neurológicos

É sabido que o aumento do número de casos da Síndrome de Guillain-Barré (SGB) no Nordeste do Brasil pode ter relação com o surto de zika vírus. Contudo, a relação ainda não foi confirmada cientificamente. Vale lembrar que o problema não atinge apenas crianças e idosos, como afirma os boatos, desta forma, não existe um grupo de risco da doença.