Filha de Silvio Santos é citada em delação da JBS sobre propina

A apresentadora Patrícia Abravanel, filha de Silvio Santos, teria participado de um jantar de negociação de propina para a campanha de seu sogro, Robinson Faria (PSD-RN), eleito governador do Rio Grande do Norte, em 2014. A informação foi dada pelo delator Ricardo Saud, diretor da JBS, e consta no vídeo divulgado nesta sexta-feira (19), conforme noticiou o site do jornal “Estadão”.

Segundo o delator, o jantar aconteceu na casa de Joesley Batista, um dos proprietários da JBS. Patrícia acompanhava seu então noivo, o deputado federal Fábio Faria (PSD-RN).

“Foi um jantar muito elegante até. Foi o Fábio Faria com a noiva dele, a Patrícia Abravanel, filha do Silvio Santos. Foi o Robinson Faria com a esposa dele, nós todos com as esposas, tal, para tratar de propina. Até bacana, né? Todo mundo com as esposas para tratar de propina”, disse Saud.

A reportagem do “Estadão” entrou em contato com a assessoria de Patrícia Abravanel, que afirmou que não comentará o assunto. O SBT, por sua vez, disse que não fala da vida pessoal de seu casting.

Patrícia Abravanel e Fábio Faria estão juntos desde 2013, mas oficializaram a união no dia 29 de abril, na mansão de Silvio Santos. Dias antes da união, o dono do SBT foi entrevistado pelo programa “Pânico na Band” e revelou o conselho que deu ao genro: “Eu disse: ‘Tomara que dure… Gastar uma nota que a Patrícia está gastando e depois ‘descasar’ é muito ruim”.

Em abril, Patrícia foi alvo de ataques nas redes sociais pelo fato de seu marido, Fábio Faria, constar na lista de pedidos de inquérito do ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal.

Após sucesso na web, ‘hipster da Federal’ manda recado sobre prisão de Eduardo Cunha: ‘honrado’

O goiano Lucas Valença, que ganhou fama instantânea durante a prisão do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha, quebrou o silêncio e postou um vídeo comentando a repercussão nas redes sociais. Apelidado de “hipster da Federal”, ele conquistou milhares de fãs e seguidores após escoltar Cunha.

Sem camisa, o policial publicou um vídeo em seu perfil pessoal no Instagram onde revela estar surpreso com a fama: “Bom dia galera, eu nem sei bem por onde começar. Não tinha aparecido até hoje porque estou surpreso com toda essa repercussão e tudo isso que está acontecendo“, explicou. Nas redes sociais, o rapaz já acumula mais de 192 000 de seguidores. 

O post foi feito na manhã deste sábado (22).

Assista:  

Agentes da PF usam máscara após episódio do ‘Lenhador da Federal’

Após a repercussão da aparência de um dos agentes que participaram da prisão de Eduardo Cunha, que ganhou notoriedade na internet como “Lenhador da Federal”, policiais que participam da Lava Jato foram orientados a usar máscaras para evitar a exposição. O acessório já foi usado para a escolta do ex-presidente da Câmara ao IML (Instituto de Medicina-Legal) na quinta (20), onde ele realizou exame de corpo de delito. 

Segundo o jornal Folha de São Paulo, a orientação foi para “evitar exposição” – tal como a do agente que foi apelidado em redes sociais como “Lenhador da PF” e atuou na prisão de Cunha, em Brasília, no dia anterior.

A assessoria da PF nega e diz que é prerrogativa dos policiais usarem ou não a balaclava, como ocorreu em operações anteriores.

Muitos agentes preferem vestir a máscara porque precisam do anonimato, por trabalharem infiltrados ou em regiões de conflito.

Antes do caso do “Lenhador”, outro policial federal havia ganho notoriedade com a exposição em escoltas da Operação Lava Jato.

Newton Ishii, conhecido como “Japonês da Federal”, virou tema de uma marchinha de Carnaval e foi lembrado em protestos.

Wagner Moura recusa convite para viver o juiz Sérgio Moro em série sobre a Lava Jato na Netflix

O ator Wagner Moura foi convidado pelo cineasta José Padilha para atuar na série que está produzindo para o Netflix sobre a Operação Lava-Jato.

Nome preferido nos filmes de Padilha como “Tropa de elite” e a série “Narcos”, Moura recusou o convite.

Segundo Padilha, a série vai mostrar, de modo imparcial, “o maior esquema de corrupção já visto no Brasil”.

José Padilha quer transformar Operação Lava-Jato em série policial americana

O cineasta brasileiro José Padilha quer transformar a Operação Lava-Jato numa série policial americana. O diretor, que se especializou em filmes e séries sobre crime e corrupção, vê na investigação sobre as entranhas da política brasileira todos os ingredientes de uma série envolvente, com apelo internacional.

Padilha, que vive nos Estados Unidos com a mulher e o filho de 12 anos, contou à Veja que seu projeto sobre a Lava-Jato será baseada em um livro ainda inédito, composto por entrevistas com os envolvidos no escândalo. “O objetivo é narrar a operação policial em si e mostrar inúmeros detalhes esclarecedores que a própria imprensa desconhece”, ele adiantou.

Como a série será uma produção internacional, ela terá título em inglês. Padilha trabalha com o nome provisório de “Jet Wash”, mas isso deve mudar, já que, nos Estados Unidos, a tradução literal não faz sentido. Lá, lava-jato é Car Wash – título de uma famosa comédia dos anos 1970.

Atualmente, Padilha prepara a 2ª temporada de “Narcos” para o Netflix e desenvolve uma atração sobre a história das gangues das prisões americanas, intitulada “The Brand”, para o canal pago Showtime. Além disso, vaidirigir o filme de ação “Entebbe”, sobre uma operação histórica de combate contra o terrorismo.

Lula na Casa Civil é o assunto mais comentado na web

Lula na Casa Civil emplacou o trending topics mundial do Twitter nesta quarta-feira (16). A decisão da presidente Dilma Rousseff em dar posse ao ex-presidente Lula como ministro chefe da Casa Civil bombou na web e continua rendendo memes e divindo opiniões entre internautas.

O novo cargo de Lula garante foro privilegiado a ele que é investigado na Operação lava-Jato. O ex-presidente substituirá o petista Jaques Wagner como ministro-chefe e passa a ser o homem forte do gogoverno federal.

 Veja algumas reações nas redes sociais: 

 

Wagner Moura faz desabafo político e vídeo divide opiniões na web

Ele é o cara do cinema nacional e é o artista brasileiro mais bem sucedido da atualidade em Hollywood.

Wagner Moura, o Pablo Escobar de Narcos, série do Netflix, está dividno opiniões na internet com um vídeo que postou em seu perfil oficial no Facebook. Na gravação, ele critica o “circo midiático” em torno das investigações da Lava-Jato.

No vídeo de dois minutos e meio, o ator continua: “O Brasil vive um momento dos mais delicados de sua história, com uma polarização política muito característica de momentos assim. Hoje em dia, no Brasil, existem apenas dois lados e qualquer um que tenta observar as coisas de forma objetiva é colocado como alguém que está em cima do muro: ou você é coxinha, ou você é petralha“, começa Wagner. E continua: “Eu acho essa dicotomia pobre, mas uma coisa que me preocupa muito é que essa disputa de poder influencia o trabalho da Justiça. É evidente que as investigações estão sendo usadas como massa de manobra para disputa política”

“Eu não consigo mais conversar com os meus amigos que odeiam o PT e que acham que tudo é válido para tirar o PT do poder, como se a corrupção no Brasil morasse num partido só. Mas me preocupa muito o rumo das investigações”, diz. “Eu quero que políticos corruptos sejam investigados, presos, julgados e condenados, mas eu quero que tudo isso aconteça de forma democrática e que sigam os ritos democráticos”.

Em outro post, Wagner Moura escreveu: “Sou a favor das investigações, mas sou mais a favor da democracia… Por uma investigação desprovida de ódio político e pela defesa da democracia de um estado de direito.”

Durante toda a manhã desta quarta-feira (16), o assunto ficou entre os trending topics do Twitter no Brasil:

Assista ao vídeo na íntegra: 

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Wagner fala sobre o momento político que estamos vivendo em 2016

É de suma importância a boa interpretação de cada palavra do Wagner neste vídeo.Assistam, e entendam o que o Wagner pensa sobre este momento.

Publicado por Wagner Moura em Terça, 15 de março de 2016

Deputada Jandira Feghali posta vídeo e mostra Lula xingando: ele que enfiem no c* todo o processo

Sabe aquele vídeozinho que você faz pra mandar um recado pra galera e esquece de checar o ambiente antes de compartilhar o conteúdo nas redes sociais?

Pois é, aconteceu com a deputada federal Jandira Feghali (PC do B) nesta sexta-feira (4) que, na tentativa mostrar tranquilidade do ex-presidente Lula após ser ouvido pela PF, acabou deixando vazar o líder petistas bem à vontade e soltando palavrão. A própria parlamentar explica que Lula está conversando ao telefone com a presidente Dilma Rousseff e, no começo do vídeo, Luiz Inácio Lula da Silva fala “ele que enfiem no cú todo o processo”.

Lula, havia acabado de chegar à sede do Partido dos Trabalhadores (PT), em São Paulo. Horas antes, ele foi levado à força pela Polícia Federal para prestar depoimento sobre suspeitas de corrupção investigadas pela Operação Lava-Jato. Jandira Feghali chegou a mencionar que o ex-presidente “está muito tranquilo, com muita coragem e capacidade de guerrear”.

Assista ao vídeo:

Grupos no WhatsApp convocam aplaudaço na noite desta sexta

Usuários do Whatsapp estão sendo concovados nos grupos a fazer um “aplaudaço” a partir das 20h30 desta sexta-feira (4) durante o Jornal Nacional.

A ideia, segundo as mensagens, é comemorar a operação da Polícia Federal realizada na casa do ex-presidente Lula.

Mensagens como: “Hoje tem aplaudaço as 20:30 (início do Jornal Nacional). Todos em suas janelas e varandas aplaudindo a Polícia Federal!” viralizaram no app.

Na manhã desta sexta, agentes cumpriram mandados de busca e apreensão na residência do petista, em São Bernardo, no sítio em Atibaia frequentado por Lula em em seu instituto.

panelaço

Em vez de panelaço como protesto, usuários são chamados para aplaudir a Operação Lavajato.

 

Lula e Operação Lavajato viram memes na web

Desde o começo da manhã desta sexta-feira (4), o assunto é um só: a primeira vez na história do Brasil que um ex-presidente é obrigado a depor sem qualquer foro privilegiado. Lula, é o assunto mais comentado no Twitter mundial, no Facebook Brasil e nos grupos de Whatsapp. Os memes sobre o assunto são os mais compartilhados nas redes sociais no momento.

Confira alguns:

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memes

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Famosos usam redes sociais para comentar Operação Lavajato

Nas redes sociais, vários famosos se manifestam sobre a 24ª fase da Operação Lava Jato / Aletheia, que tem como alvo o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva. Atores, cantores e comediantes usaram as redes sociais para opinar.

Defensor ferrenho do PT, o ator José de Abreu saiu em defesa do ex-presidente Lula e convocou um “twitaço”. “Não aceitemos provocação! Vamos para as ruas, manifestação no Rio às 15 horas. #LulaEstamosComVoce”, escreveu.

Também pró-PT, Tico Santa Cruz, vocalista da banda Detonautas, criticou a forma como a ação está sendo abordada. “Toda esta situação, da forma como vem sendo conduzida, leva o Brasil a um estágio perigoso de emoções e possíveis reações, o que pode colocar a estabilidade do país em risco. Lula não está acima de ninguém, deve ser investigado pois é uma figura importante dentro dessa narrativa. O problema é a forma e o objetivo como isso vem sendo realizado”, afirmou o cantor.

O apresentador e humorista Danilo Gentilli ironizou a situação. “Aqui de boas observando as tretas”, escreveu em uma mensagem. Em outra, o humorista desejou “bom dia” com a notícia de que a PF cumpre mandado no endereço do ex-presidente.

Já Lobão mostrou seu apoio à Operação Lava Jato e pediu a prisão do ex-presidente por meio de uma mensagem compartilhada no Twitter.

 

 

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Ta chegando a hora molusco safado.

Publicado por Dado Dolabella em Sexta, 4 de março de 2016

 

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Bom dia a todos. Estou acompanhando todos os movimentos relacionados a essa ação que envolve o Lula, perplexo não…

Publicado por Tico Santa Cruz em Sexta, 4 de março de 2016

Leia na íntegra a nota do Ministério Público Federal sobre a operação Lavajato / Aletheia

A Polícia Federal chegou às 6h da manhã desta sexta-feira no prédio do ex-Presidente Lula e de seu filho Fábio Luíz para realizar a 24ª fase da Operação Lava Jato. Lula é alvo de um mandado de busca e apreensão e de condução coerciva (quando o investigado é obrigado a depor) e foi levado de sua casa nesta manhã, mas não de ser ouvido em São Paulo, uma vez que o despacho foi feito pelo juiz federal Sergio Moro em Curitiba.

Essa fase da operação foi batizada como Aletheia, que é uma referência a uma expressão grega que significa “busca da verdade” e apura se as empreiteiras e o pecuarista José Carlos Bumlai favoreceram Lula por meio do tríplex no Guarujá. As suspeitas é que o ex-presidente tenha recebido valores vindos do esquema Petrobas por meio da reforma de apartamento triplex e de um sítio em Atibaia. Além disso, são apurados pagamentos ao ex-Presidente, feitos por empresas que são alvos de investigação na Lava Jato, sendo referidos como supostas doações e palestras.

Em nota divulgada publicamente, o Ministério Públio Federal (MPF) diz que “o ex­-presidente Lula, além de líder partidário, era o responsável final pela decisão de quem seriam os diretores da Petrobras e foi um dos principais beneficiários dos delitos”.

É a primeira vez na história do Brasil que um ex-presidente é obrigado a depor sem qualquer foro privilegiado.

A nova etapa da operação gerou euforia nos mercados, repetindo a reação já vista no dia anterior; dólar chegou cair mais de 3% e Ibovespa a subir mais de 5%.

O juiz federal Sérgio Moro, que conduz os processos da Operação Lava Jato, afirmou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não está “imune à investigação” ao decretar a condução coercitiva do petista.

“Embora o ex-­Presidente mereça todo o respeito, em virtude da dignidade do cargo que ocupou (sem prejuízo do respeito devido a qualquer pessoa), isso não significa que está imune à investigação, já que presentes justificativas para tanto”, escreveu Moro, no despacho que deflagrou nesta sexta-feira (4).

 

Leia a íntegra da nota do MPF sobre a Aletheia:

“Estão sendo cumpridos, nesta data, mandados de busca e apreensão e de condução coercitiva para aprofundar a investigação de possíveis crimes de corrupção e lavagem de dinheiro oriundo de desvios da Petrobras, praticados por meio de pagamentos dissimulados feitos por José Carlos Bumlai e pelas construtoras OAS e Odebrecht ao ex­-Presidente da República Luis Inácio Lula da Silva e pessoas associadas.”

Ao longo das 23 fases anteriores da Lava Jato, avolumaram-­se evidências muito consistentes de que o esquema de desvio de dinheiro da Petrobras beneficiava empresas, que enriqueciam às custas dos cofres da estatal, funcionários da Petrobras, que vendiam favores, lavadores de dinheiro profissional, os quais providenciavam a entrega da propina, e os políticos e partidos que proviam sustentação aos funcionários da Petrobras e em troca recebiam a maior parte da propina, a qual os enriquecia e financiava campanhas. Esse grande esquema era coordenado a partir das cúpulas e lideranças dos partidos políticos que compunham a base do governo federal, especialmente o Partido dos Trabalhadores, o Partido Progressista e o Partido do Movimento Democrático Brasileiro.

O ex­-presidente Lula, além de líder partidário, era o responsável final pela decisão de quem seriam os diretores da Petrobras e foi um dos principais beneficiários dos delitos. De fato, surgiram evidências de que os crimes o enriqueceram e financiaram campanhas eleitorais e o caixa de sua agremiação política. Mais recentemente, ainda, surgiram, na investigação, referências ao nome do ex-presidente Lula como pessoa cuja atuação foi relevante para o sucesso da atividade criminosa, tanto no tocante à quitação do empréstimo obtido pelo Partido dos Trabalhadores junto ao Banco Schahin, por meio do direcionamento ilícito de contrato da Petrobras ao grupo Schahin, a pedido de José Carlos Bumlai, como para que um negócio entre OSX e Sete Brasil se efetivasse.

No último caso, há notícia de pagamento de propina que seria destinada, segundo Bumlai teria informado, para parente do ex­-presidente.

O avanço das investigações revelou, também, evidências de que o ex-presidente recebeu, em 2014, pelo menos R$ 1 milhão sem aparente justificativa econômica lícita da OAS, por meio de reformas e móveis de luxo implantados no apartamento tipo triplex, número 164­-A, do Condomínio Solaris, em Guarujá.

Embora o ex­-presidente tenha alegado que o apartamento não é seu, por estar em nome da empreiteira, várias provas dizem o contrário,  como depoimentos de zelador, porteira, síndico, dois engenheiros da OAS, bem como dirigentes e empregado da empresa contratada para a reforma, os quais apontam o envolvimento de seu núcleo familiar em visitas e tratativas sobre a reforma do apartamento.

Há evidências de que a OAS pagou despesas elevadas para reformar o imóvel (mais de R$ 750 mil), arcou com móveis de luxo para cozinha e dormitórios (cerca de R$ 320 mil), bem como de que tudo isso aconteceu de modo não usual (foi o único apartamento que sofreu tal intervenção) e com o envolvimento do próprio presidente da OAS, Léo Pinheiro.

A suspeita é de que a reforma e os móveis constituem propinas decorrentes do favorecimento ilícito da OAS no esquema da Petrobrás, empresa essa cujos executivos já foram condenados por corrupção e lavagem na Lava Jato. Além disso, há fortes evidências de que outros líderes e integrantes do Partido dos Trabalhadores foram agraciados com propinas decorrentes de contratos da Petrobrás, inclusive por meio de reformas e após deixarem o cargo público, como no caso de José Dirceu, o que já ensejou acusação criminal formal contra este.

As apurações apontam também para o fato de que o ex­-presidente Lula, em 2010, adquiriu dois sítios em Atibaia mediante interpostas pessoas, pelo valor de R$ 1.539.200,00, havendo ainda fortes indícios de que, entre 2010 e 2014, recebeu pelo menos R$ 770 mil sem justificativa econômica lícita de José Carlos Bumlai e das empresas Odebrecht e OAS, todos beneficiados pela corrupção no esquema Petrobrás.

De fato, dois sítios contíguos, um colocado em nome de Jonas Suassuna e outro em nome de Fernando Bittar, foram adquiridos na mesma data, em 29/10/2010. Tanto Jonas como Fernando são sócios de Fábio Luís Lula da Silva como foram representados na compra por Roberto Teixeira, notoriamente vinculado ao ex­-presidente Lula e responsável por minutar as escrituras e recolher as assinaturas.

Encontrou­-se, ainda, mensagem eletrônica que aponta o uso dos adquirentes nominais como interpostas pessoas.

Ademais, o ex­-presidente determinou que parte de sua própria mudança, quando do fim do exercício da presidência, fosse entregue na sede dos sítios, para onde foi, com expressiva frequência, ao longo dos últimos anos.

Para além da suspeita sobre a ocultação de propriedade em nome de terceiros, há fortes indícios, consistentes na palavra de diversas testemunhas e notas fiscais de compras de produtos, de que reformas e móveis no valor de pelo menos R$ 770 mil foram pagos, sem razão econômica lícita, por Bumlai e pelas empreiteiras Odebrecht e OAS, todos favorecidos no esquema Petrobras.

Bumlai e a Odebrecht se encarregaram da reforma. A OAS adquiriu móveis no valor de aproximadamente R$ 170 mil para a cozinha, comprada no mesmo estabelecimento em que aquela empresa adquiriu móveis para o triplex 164­A, o que também indica que o imóvel pertencia ao ex­Presidente. Foram encontradas mensagens, ainda, no celular de Léo Pinhero, indicando que os beneficiários da cozinha eram o ex­Presidente e sua esposa, ex­-primeira-dama. A suspeita, aqui novamente, é que os valores com que o ex­-presidente foi agraciado constituem propinas pagas a título de contraprestação pelos favores ilícitos obtidos no esquema Petrobrás.

Surgiram, ainda, fortes indícios de pagamentos dissimulados de aproximadamente R$ 1,3 milhão pela empresa OAS em favor do ex­-presidente, de 01/01/2011 a 01/2016, para a armazenagem de itens retirados do Palácio do Planalto quando do fim do mandato. Apesar de a negociação do armazenamento ter sido feita por Paulo Okamotto, que foi um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores, presidente do Instituto Lula desde o fim de 2011 e sócio do ex-presidente na LILS Palestras desde sua constituição em março de 2011, o contrato foi feito entre a OAS e a empresa armazenadora. Nesse contrato, seu real objeto foi escondido, falsificando­se o documento para dele constar que se tratava de “armazenagem de materiais de escritório e mobiliário corporativo de propriedade da construtora OAS Ltda.”

Paulo Okamotto assinou ainda, em 12 de janeiro de 2016, procuração autorizando a retirada dos bens.

Por fim, investigam ­se pagamentos vultosos feitos por construtoras beneficiadas no esquema Petrobrás em favor do Instituto Lula e da LILS Palestras, em razão de suspeitas levantadas pelos ingressos e saídas dos valores. De fato, a maior parte do dinheiro que ingressou em ambas as empresas, ao longo de 2011 a 2014, proveio de empresas do esquema Petrobras: Camargo Correa, OAS, Odebrecht, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão e UTC.

No Instituto Lula, foram 20,7 dentre 35 milhões que ingressaram. Na LILS, foram 10 dentre 21 milhões. Quanto às saídas de recursos, além de beneficiarem pessoas vinculadas ao Partido dos Trabalhadores – cumprindo recordar que o esquema da Petrobras era partidário ­, elas beneficiaram parentes próximos do ex­Presidente, por meio de pagamentos a empresas de que são sócios. Além de tudo isso, a própria presidência do Instituto foi ocupada, em dado momento, por ex­tesoureiro de sua campanha que é apontado por colaboradores como recebedor de propinas que somaram aproximadamente R$ 3 milhões, decorrentes de contratos com a Petrobras, o que, mais uma vez, mostra o vínculo de pessoas muito próximas ao ex­-presidente com os crimes e indica possível ligação das próprias empresas ao esquema ilícito e partidário que vitimou a Petrobrás.

Todos esses fatos estão sendo investigados no âmbito da Lava Jato porque eles se relacionam com o destino de verbas desviadas da Petrobras por empresas e pessoas participantes do megaesquema criminoso. Os fatos são de competência federal não só por se relacionarem com crimes financeiros e de lavagem de dinheiro transnacional, mas também por haver fatos praticados quando o ex­-presidente estava no exercício de mandato no âmbito da União Federal, onde possivelmente sua influência foi usada, antes e depois do mandato – o que é objeto de investigação –, para que o esquema existisse e se perpetuasse.

Ressalta a Força Tarefa do Ministério Público Federal que a investigação sobre o ex-Presidente não constitui juízo de valor sobre quem ele é ou sobre o significado histórico dessa personalidade, mas sim um juízo de investigação sobre fatos e atos determinados, que estão sob suspeita. Dentro de uma república, mesmo pessoas ilustres e poderosas devem estar sujeitas ao escrutínio judicial quando houver fundada suspeita de atividade criminosa, a qual se apoia, neste caso, em dezenas de depoimentos e ampla prova documental. Conforme colocou a decisão judicial, “embora o ex­Presidente mereça todo o respeito, em virtude da dignidade do cargo que ocupou (sem prejuízo do respeito devido a qualquer pessoa), isso não significa que está imune à investigação, já que presentes justificativas para tanto.”