10 filmes da Netflix que abordam casos graves de racismo
Recentemente, presenciamos mais um caso de racismo no futebol europeu. Vinícius Júnior, atacante do Real Madrid, sofreu vários ataques racistas vindo por parte da torcida do Valencia, em jogo válido pela 35° rodada do Campeonato Espanhol. Aos 24 minutos do segundo tempo, o brasileiro foi atrapalhado por uma segunda bola em campo (supostamente jogada pela torcida), o mesmo reclamou, e parte dos torcedores mais próximos o xingaram de “macaco”— algo que já tinha sido observado na partida. Em discussão generalizada com o goleiro do Valencia, Vinícius acabou sendo expulso da partida e saiu de campo fazendo comentários e gesticulando “2” com as mãos (provocação em referência à briga do Valencia contra a segunda divisão). Integrantes da comissão técnica do time adversário e jogadores que estavam no banco de reservas foram tirar satisfação.
A LaLiga declarou que vai investigar os “incidentes” ocorridos no estádio Mestalla. A liga também informou que já solicitou todas as imagens disponíveis para investigar o caso e, caso necessário, vai tomar “todas as medidas cabíveis” em relação ao ocorrido no Estádio Mestalla.
O Valencia, por sua vez, emitiu comunicado condenando “qualquer tipo de insulto, ataque no futebol”. O clube se declarou contrário à violência física e verbal nos estádios e lamentou o ocorrido no jogo contra o Real Madrid. Porém, classificou o caso como “episódio isolado” e prometeu tomar “as medidas mais severas” após investigação. Além disso, condenou qualquer ofensa e pediu “respeito máximo” à sua torcida.
No meio esportivo, principalmente no futebol, os casos de injúria racial tendem a acontecer frequentemente em quase todas as partidas. O preconceito pode vir dos companheiros, torcidas rivais ou vindo até de membros das comissões técnicas dos clubes.
O racismo é um problema estrutural enraizado em nossa sociedade, ou seja, ele não tem hora e nem lugar certo para acontecer. Vários sucessos de Hollywood retratam a vida de pessoas que transformaram sua cultura, pregando a igualdade entre brancos e negros, se tornando referências na luta de classes sociais. Não importa se você é branco, negro, pardo ou índio, sua cor não te torna melhor do que ninguém, todos somos iguais.
A Netflix é mestre em abordar tramas e documentários sobre questões de injúria racial, por isso, confira abaixo 10 filmes emocionantes que abordam o racismo e como a sociedade em geral apresenta uma visão sobre esse mal enraizado.
Um limite entre nós (2017)
O filme conta a história de Troy Maxon (Denzel Washington) , um homem de 53 anos que trabalha recolhendo lixos na rua e batalha na empresa para que consiga migrar para o posto de motorista do caminhão de lixo . Ele mora com a esposa, Rose (Viola Davis), e o filho mais novo, Cory (Jovan Adepo). Por não ter se tornado um jogador profissional de Baseball devido à cor de sua pele , Troy torna-se rancoroso, e não quer que o filho siga como esportista. Isto faz com que o jovem bata de frente com o pai, já que um recrutador está prestes a ser enviado para observá-lo em jogos de futebol americano.
A 13° Emenda (2016)
Dirigido por Ava DuVernay, o documentários traz um olhar aprofundado do sistema prisional nos Estados Unidos, e como ele revela a história de desigualdade racial no país. Centrado no sistema carcerário e étnico no país de origem do filme, o título é uma referência à décima terceira alteração na Constituição dos Estados Unidos, a qual, segundo o longa, foi uma alternativa de manter trabalhos braçais mesmo após a abolição da escravidão, com o processo de encarceramento em massa.
Raça e Rendenção (2019)
Baseado em fatos reais e no livro The Best Of Enemies: Race and Redemption in the New South (2007), de Osha Gray Davidson, a produção volta ao ano de 1971, quando abordando ainda era explicitamente latente a segregação racial nos EUA. Uma escola para estudantes negros pega fogo na pequena cidade de Durham, Carolina do Norte e, por causa disso, Ann Atwater (Taraji P. Henson0, ativista negra em prol dos direitos civis, confronta um dos líderes exaltados da Ku Klux Klan, Claiborne Paul Ellis (Sam Rockweel). Ambos integram uma estratégia de mediação de conflitos proposta pelo juiz local, na intenção de decidir se crianças negras podem frequentar a escola reservada até então aos brancos.
A voz suprema dos Blues (2020)
A história se passa em Chicago, nos anos 1927, e acompanha as tensões raciais nos Estados Unidos e apresenta a relação conturbada da artista Ma Rainey (Viola Davis) com a indústria da música, principalmente com os seus empresários brancos que tentam controlá-la a todo custo. Conhecida como a “mãe dos blues”, a narrativa explora também os conflitos durante uma sessão de gravação de álbum entre a cantora e seu trompista, o ambicioso Levee (Chadwick Boseman).
Filhos do Ódio (2020)
Conta a história real de Bob Zellner (Lucas Till), um jovem branco, neto de um líder da Ku Klux Klan, que decide questionar o histórico de ódio onde nasceu e se tornar aliado da luta pelos direitos civis dos negros na década de 1960. Zellner se torna um importante porta-voz contra a segregação no sul dos Estados Unidos, buscando construir um mundo mais igualitário para todos. O longa apresenta ainda como a história de filhos e netos de uma geração que se acostumou a odiar os seres humanos não brancos quebram o ciclo racista de uma sociedade.
Marshall: Igualdade e Justiça (2017)
Este filme é uma cinebiografia de Thurgood Marshall, que antes de se tornar o primeiro juiz afro-descendente da Corte Suprema Americana, ele deve lutar num caso que pode definir sua carreira: defender Joseph Spell. No filme, Marshall atua ao lado do advogado Sam Friedman (Josh Gad) para solucionar o caso de Joseph Spelll (Sterling K. Brown), um homem negro acusado de estuprar sua patroa branca, Eleanor Strubing (Kate Hudson), na década de 40. Impossibilitado de advogar em Nova Iorque, impedido pelo juiz Foster (James Cromwell), Marshall se uniu a Sam, que era advogado local. O juiz Foster, homem branco totalmente parcial, impediu que Marshall pudesse proferir qualquer palavra no tribunal. Na vida real, o juiz foi muitas vezes acusado por sua parcialidade.
O menino que descobriu o vento (2019)
Baseado em uma história real, conta a história de William Kamkwamba (Maxwell Simba), um garoto inteligente e autodidata. O drama conta como os moradores de Malawi, um país sem saída para o mar, situado no sudeste da África, passam por um período intenso de chuva, o que os impossibilitam de trabalhar na colheita, sua única fonte de alimentação e renda. Quando as tempestades acabam, a seca toma conta do local e piora a situação, levando pessoas a morrer de fome e sem a ajuda do governo. Além de todos os problemas políticos, a fome leva a família do garoto a desmoronar.
Monstro (2021)
Steve Harmon (Kelvin Harrison Jr.) é um adolescente de 17 anos que vive no Harlem, em Nova York, e sonha em ser um cineasta. Enquanto pratica cinema amador e tenta finalizar os estudos no ensino médio, sua vida muda completamente. O jovem é detido e acusado de um grave homicídio que diz não ter cometido. Enquanto a batalha na justiça desgasta ele e os pais (Jefrrey Wright e Jennifer Hudson), Steve é visto como um monstro pela sociedade, lutando para provar o contrário.
A Procura da Felicidade (2006)
Chris Gardner (Will Smith) é um pai de família que enfrenta sérios problemas financeiros. Apesar de todas as tentativas em manter a família unida, Linda (Thandie Newton), sua esposa, decide partir. Chris agora é pai solteiro e precisa cuidar de Christopher (Jaden Smith), seu filho de apenas 5 anos. Ele tenta usar sua habilidade como vendedor para conseguir um emprego melhor, que lhe dê um salário mais digno. Chris consegue uma vaga de estagiário numa importante corretora de ações, mas não recebe salário pelos serviços prestados. Sua esperança é que, ao fim do programa de estágio, ele seja contratado e assim tenha um futuro promissor na empresa. Porém seus problemas financeiros não podem esperar que isto aconteça, o que faz com que sejam despejados. Chris e Christopher passam a dormir em abrigos, estações de trem, banheiros e onde quer que consigam um refúgio à noite, mantendo a esperança de que dias melhores virão.
Cidade de Deus (2002)
O filme conta a história de Buscapé, um jovem pobre, negro e sensível, que cresce em um universo de muita violência. Ele vive na Cidade de Deus, favela carioca conhecida por ser um dos locais mais violentos do Rio. Amedrontado com a possibilidade de se tornar um bandido, Buscapé é salvo de seu destino por causa de seu talento como fotógrafo, o qual permite que siga carreira na profissão. É por meio de seu olhar atrás da câmera que ele analisa o dia a dia da favela em que vive, onde a violência aparenta ser infinita.
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