Planta típica do Cerrado é base de pesquisa para tratamento de Vitiligo

O Vitiligo é uma doença caracterizada pela perda da coloração da pele, caracterizado pela alteração da função ou ausência de melanócitos, que são as células responsáveis pela produção de melanina, que é o pigmento que dá a cor à pele, cabelo, pelo e olhos.

A doença pode se manifestar em qualquer fase da vida e, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o vitiligo afeta mais de 150 milhões de pessoas em todo o mundo. Apesar do alto número de casos, pouco se fala sobre a doença e muitas dúvidas ainda surgem.

A dermatologista e docente do Instituto de Educação Médica – IDOMED, Renata Bertino, explica que ‘’devido à ausência de produção de melanina, há o aparecimento de manchas esbranquiçadas com localização e distribuição características, principalmente nas mãos, pés, joelhos, rosto e cotovelos, podendo também, em alguns casos, haver descoloração de cabelo e pelo e alteração na sensibilidade do local. Isso possibilita o diagnóstico essencialmente clínico”.

Além disso, Renata reforça que os sintomas de vitiligo são mais frequentes antes dos 20 anos, mas a doença também pode surgir em qualquer idade e em qualquer tipo de pele, embora seja mais frequente em pessoas de pele mais escura. “A maioria dos pacientes não manifesta qualquer sintoma além do surgimento de manchas brancas na pele”, observa. Entretanto, argumenta “em alguns casos, os pacientes relatam sentir sensibilidade e dor na área afetada”.

A dermatologista ainda pontua que “atualmente existem excelentes resultados no tratamento da doença. O fato de não se falar em cura, não quer dizer que não existam várias opções terapêuticas. O paciente tem que acreditar e buscar ajuda médica”. Sendo importante ressaltar que existem três possíveis causas para esta doença: de origem autoimune, de origem genética e por estresse, uma das hipóteses que mais vem crescendo na atualidade.

Tratamento com planta do Cerrado

Para a pesquisadora sobre vitiligo e professora do curso de Farmácia da Estácio, e doutora em ciências farmacêuticas, Mariana Cristina de Morais, existem tratamentos que fazem efeito e que têm origem no próprio Cerrado brasileiro. “A mama-cadela, por exemplo, é um fruto típico desta região que pode ser utilizado no desenvolvimento de cremes, géis e pomadas para serem utilizados na pele e comprimidos para o uso complementar oral do tratamento”, revela.

A mama-cadela é um arbusto lactescente e de pequeno porte muito comum na zona dos cerrados do Centro-Oeste brasileiro

A pesquisa está sendo desenvolvida há 10 anos, sob coordenação do professor Edemilson Cardoso da Conceição, professor titular da Universidade Federal de Goiás (UFG). “Escolhemos a mama-cadela pois já tínhamos um conhecimento tradicional. As pessoas usam o chá da planta, como um conhecimento popular, para ajudar a repigmentar a pele. Por meio desta informação, fizemos um estudo científico para entender melhor a planta e suas propriedades”, relata Mariana.

“Durante o estudo” – explica – “encontramos substâncias que são extraídas da planta e ocasionam a repigmentação da pele. Com isso, desenvolvemos produtos, como gel e cremes, para que os pacientes consigam reduzir as manchas por meio de um tratamento de uso correto. Lembrando que todo o processo foi realizado de forma segura e seguindo os acompanhamentos recomendados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e que a manipulação da planta não deve ser realizada em casa, já que a mesma pode apresentar toxicidade hepática quando usada incorretamente. Além disso, é importante não utilizar medicamentos sem uma avaliação médica indicada antes”, completa a professora. A farmacêutica e pesquisadora pontua que a fórmula dos produtos base ainda estão em fase de testes clínicos e não estão prontas para serem comercializadas.

Mariana explica que segundo os testes realizados, as respostas são promissoras e de resultado rápido. “Os pacientes devem fazer uso diário das apresentações, aguardando 30 minutos e depois se expondo ao sol. A repigmentação da área afetada é feita de dentro para fora. Com isso, o efeito começa nas camadas mais internas da pele e seguem até a parte externa”, observa a profissional.

A professora conta que fez um uso teste dos produtos em um tratamento. “Tenho manchas de vitiligo no queixo e no pé. Então fiz um tratamento teste, seguindo as recomendações de segurança, para avaliar os resultados. Fiz uma avaliação gradual e percebi que de fato surgiu efeito natural”, relata.

Mariana também chama a atenção para o tratamento mais natural e menos agressivo. “Uma das formas de tratamento mais comum que temos no mercado é a fototerapia com radiação ultravioleta do tipo B (UVB). As luzes UVB são as mesmas usadas em bronzeamentos artificiais e podem ser muito agressivas para a pele. Ela pode ocasionar queimaduras e traz muitos inconvenientes para o paciente”, conclui.

Entenda a doença auto-imune que alastrou sobre corpo de Michael Jackson

É muito provável que em algum momento, você já tenha se perguntado os motivos que levaram o corpo do Michael Jackson ficar totalmente branco. O cantor, que teve seu sucesso desde a década de 1970, quando ainda criança e negro, surge já adulto com o visual totalmente diferente, que modifica sua melanina por completo.

 

Em uma entrevista em 1993, com a apresentadora Oprah Winfrey, Michael revelou que a causa de sua transformação era devido a um problema de pele. Logo, seu dermatologista confirmou que se tratava de vitiligo – uma doença auto-imune que ataca as células do corpo responsáveis por dar pigmento à pele.

 

De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a doença é caracterizada por lesões cutâneas de hipopigmentação, ou seja, manchas brancas na pele com uma distribuição característica, principalmente, nas mãos, face e genitais. Entretanto, o tamanho destas manchas podem ser variadas e não é contagioso.

 

A instituição ainda afirma que as causas da doença não são claramente estabelecidas, mas que há possíveis fenômenos autoimunes que parecem estar associados ao vitiligo. Além disso, alterações ou traumas emocionais podem estar entre os fatores que desencadeiam ou agravam a doença.

 

Na entrevista feita na época, Michael afirmou que não sabia como poderia parar a doença. “É algo que não posso controlar. Quando as pessoas inventam histórias sobre eu não querer ser quem sou, isso me machuca. É um problema para mim. Eu não posso controlar”, afirmou ele.

 

Atualmente, o vitiligo não tem cura, mas possui tratamentos que visam cessar o aumento das lesões, como também a repigmentação da pele, ambos garantem resultados excelentes. Segundo a SBD, existem medicamentos que induzem à repigmentação das regiões afetadas como tacrolimus derivados de vitamina D e corticosteróides. A fototerapia com radiações ultravioletas também são recomendadas.

 

Contudo, além do vitiligo, Michael também era portador de lúpus, outra doença auto-imune que também modifica a pigmentação da pele. Diante desses dois casos, Michael começou a investir em maquiagens claras e também ao processo de clareamento da pele, com o uso de um creme feito com monobenzona, que foram encontradas em sua casa após a morte do cantor, em 2009, e comprovadas pelo dermatologista Dr. Hanish Babu.

 

Na época, este era o tratamento mais adequado sob a supervisão do especialista que disfarçavam as manchas esbranquiçadas que alastravam o corpo do cantor. Consequentemente, Michael sempre era visto com roupas mais escuras e guarda-chuvas em ambientes mais externos.

 

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Foto: Divulgação

Artista cria bonecas com vitiligo para melhorar autoestima de crianças

A representatividade é algo muito importante no desenvolvimento de uma criança. Afinal, conseguir se ver por meio de um artista, brinquedo ou personagem faz com que ela(e) se sinta incluído no meio em que está e, portanto, mais seguro com sua própria aparência.

Mas, mesmo com as frequentes tentativas de inclusão, nem todos conseguem se ver representados no dia-a-dia. E, na tentativa de mudar isso, a artista norte-americana Kay Black, conhecida também como KayCustomz teve a ideia de pintar bonecas de porcelana para a inclusão de meninas negras, de cabelo crespo ou cacheado e com vitiligo.

As bonecas

Dentre todas as bonecas feitas por Kay Black, as que mais se destacaram na internet foram aquelas com vitiligo. Elas são feitas por encomenda de forma que pareçam ao máximo com as fotos enviadas por suas clientes. O valor de cada boneca vária de acordo com suas características, partindo de US$125,00 dólares.

Quando não recebe encomendas, o que raramente acontece, ela passa o seu tempo criando bonecas com marcas de vitiligo que lembram o continente africano ou bonecas com albinismo.

Instagram: @kaycustoms

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Imagens: Kay Customz