Vila de São Jorge: vilarejo multicultural e charmoso traz toque místico para a Chapada dos Veadeiros

Conheça a história e as dicas para aproveitar esse município com pegada esotérica

Yasmim Fleury
Por Yasmim Fleury
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Com menos de mil habitantes, a Vila de São Jorge fica no município de Alto Paraíso de Goiás. O vilarejo super charmoso e com clima esotérico é o principal destino para quem deseja conhecer a Chapada dos Veadeiros, e reserva um ar de simplicidade de vila interiorana para os visitantes. Ideal para quem está a procura de paz, a Vila tem harmonia e aventura de sobra.

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Criado em 1961, o vilarejo tem paisagens de rara beleza e possui formações vegetais únicas. Por lá você poderá ver uma das formações geológicas mais antigas do planeta, rochas com mais de um bilhão de anos, além da reserva ecológica do cerrado com belíssimas cachoeiras, canyons, minas de cristal e flora e fauna que foram declaradas como Patrimônio Natural da Humanidade pela UNESCO, em 2001. Cercada por vários atrativos naturais, a Vila é o portão de entrada para o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros.

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O local virou um destino místico para mochileiros, artistas, aventureiros, hippies e intelectuais. Não importa a tribo, porque o ambiente proporciona uma convivência pacífica e harmônica entre pessoas de todos os cantos do mundo. O encantador refúgio une todos com um só objetivo: a procura de descansar e relaxar a mente em um exuberante vilarejo multicultural. Seja pela busca de espiritualidade, novas aventuras ou um momento para esfriar a cabeça, a energia especial do destino turístico te deixará renovado.

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História

O povoado de São Jorge já foi conhecido como ‘a antiga baixa’, porque ficava em um local abaixo de Alto Paraíso. A partir de 1951 (após a Segunda Guerra Mundial), a procura de cristais para fazer material bélico aumentou, e isso influenciou na fundação da Vila de São Jorge – que possui enormes veios de cristal de quartzo. Assim foi constituída uma pequena vila provisória de garimpeiros. Já em 1956 a cotação do cristal foi prejudicada devido à criação de cristal sintético. Ao mesmo tempo foi iniciada a construção de Brasília, o que atraiu os garimpeiros em busca de bons salários. Assim que a capital federal foi inaugurada, os garimpeiros retornaram à vila e aproveitaram uma boa fase do cristal no mercado – dando início à melhor fase do garimpo em São Jorge.

Mais à frente, em 1964, o golpe militar derrubou João Goulart e a junta militar que assumiu o poder realizou intervenções nas firmas que exportavam o cristal – dando início à decadência do garimpo de cristal na antiga Baixa (que continuou sobrevivendo apenas das lascas dos mesmos). Infelizmente, com essa queda muitas famílias tiveram que se mudar em busca de melhores condições.

Uma nova fase chegou em São Jorge a partir de 1989. A organização de Brasília permitiu que a economia do povoado voltasse a crescer. 🙂

 

A Baixa se transforma em São Jorge

Zequita era um homem influente no pequeno vilarejo e propôs a mudança do nome do lugar para São Jorge, devido à sua forte crença no Santo. A ideia de que São Jorge está nas alturas gerou uma boa aceitação dos moradores, já que a vila chamava-se Baixa. Então, Zequita mandou trazer de São Paulo a imagem de São Jorge que se encontra até hoje na capela construída pelos garimpeiros e cuja a festa é celebrada anualmente em 23 de abril.

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Estrutura

– A vila possui vários restaurantes, bares e lanchonetes com opções para todos os gostos nos cardápios, como cozinha vegetariana, pratos caseiros e internacionais, além dos clássicos como sanduíches, espetinhos, caldos e pizzas.

 

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– Quanto à hospedagens, a vila possui boas opções para todos os estilos e orçamentos: pousadas e chalés para quem procura mais conforto ou hostel e áreas de camping para os mais econômicos. O que não falta são boas experiências!

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– Os sinais das linhas telefônicas são fracos, no entanto muitos lugares são equipados com rede Wi-Fi.

– Por lá você encontra casas especializadas nas mais diversas terapias alternativas: massagens Thai, com pedras, acupuntura, yoga, terapias com cristais e muito mais.

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– A vila também tem serviços como farmácia, posto de saúde e agências de turismo. No entanto por lá falta bancos, postos de gasolina e alguns outros serviços básicos que podem ser encontrados somente em Alto Paraíso.

 

Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros

São Jorge ganha um atrativo a mais no mês de julho. O Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros acontece a 16 anos, sempre na segunda quinzena de julho.

Este é um momento de celebração da cultura popular brasileira e de intersecção entre as mais diversas manifestações da cultura tradicional espalhadas pelo Centro-Oeste e por todo o país. Cada um, a seu tempo e a sua maneira, reproduz com orgulho seus ritos e festejos.

Índios, mestres e brincantes, donos de um conhecimento milenar ficam ao lado dos visitantes para prosas, oficinas e apresentações, e compartilham suas histórias e costumes com quem passar pela vila. Violeiros, catireiros, artistas circenses, capoeiristas, velhos, crianças e adolescentes se unem em total sintonia com a natureza e com a beleza da nossa diversidade cultural.

E somado a isso está o cenário encantador da Vila de São Jorge com sua comunidade simples, seu céu estrelado e a imensidão da Chapada dos Veadeiros ao fundo.

Vale a pena a experiência!

 

Como chegar: À partir de Brasília, siga pela BR-020 – Saída Norte. Após Planaltina, siga pela GO-118 até Alto Paraíso de Goiás, na entrada da cidade, siga as placas indicativas para ir até a Vila de São Jorge, que fica à 34 km. A estrada é toda pavimentada e possui uma ciclovia toda sinalizada.

Distâncias: Brasília: 230 km | Goiânia: 520 km | São Paulo: 1.337 km | Belo Horizonte: 1.000 km | Palmas: 500 km

 

Dicas:

– A cidade é carente em agências bancárias, caixas eletrônicos e postos de gasolina, portanto se organize bem e leve dinheiro em espécie para pagar as despesas.

– Leve agasalhos para época de frio, capa de chuva (principalmente entre outubro e março) e botas confortáveis para fazer as trilhas.

Fotos/Pauta: Marcos Aleotti