Voluntários reformam casa de família carente em Goiânia

Era uma casa que não tinha reboco, não tinha muro, não tinha forro, não tinha piso. Mas, diferente da canção popular interpretada por Toquinho, de engraçada não tinha nada.

Júlia Marreto
Por Júlia Marreto
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São engenheiros, mestres-de-obra, publicitários, contadores, atendentes e trabalham em uma construtora. Todos, de algum modo, acompanham de perto a alegria e a satisfação de quem conquista o imóvel dos sonhos e quiseram levar essa mesma sensação a quem precisa de um lugar melhor para viver, mas não tem condições financeiras para isso.

Juntos, eles criaram o Mutirão do Bem, um projeto social para reformar casas em situação de precariedade pertencentes à famílias de baixa renda. Na última sexta-feira (20), o grupo entregou o imóvel da dona Maria Marli Silva de Souza, 55, anos, no setor Bela Goiânia, onde ela vive com os dois netos. Durante todo o dia, das 8h às 17h, eles concluíram a pintura da casa e do muro, fizeram uma horta e colocaram brita no quintal. O grupo também entregou uma TV e uma máquina de lavar para a família.

A reforma começou em fevereiro na casa de 35 metros quadrados, com apenas um quarto, cozinha e banheiro. Mas ela não tinha água encanada, não tinha chuveiro, não tinha energia elétrica, nem tinha piso e muro. “Não oferecia condições sanitárias e estruturais mínimas para a família viver, ainda mais porque a mãe dos meninos estava lutando contra um câncer”, relembra Maurício José Alves, coordenador de suprimentos da Terral, um dos voluntários que participou da ação e fez a primeira visita à família beneficiada pelo Mutirão do Bem de 2018.

Mutirão do Bem

O projeto Mutirão do Bem vem sendo desenvolvido há três anos, desde 2015, por colaboradores voluntários, juntos eles encontram uma família carente para ter sua casa reformada. Para realização da ação social, os colaboradores levantaram recursos e parcerias. Neste ano o custo total estimado foi de R$ 10 mil, arrecadado através de rifas, pamonhada e bazares solidários. “Desta forma, quase toda a empresa se envolveu com a participação desta ações de arrecadação. Também recebemos e encaminhamos muitas doações”, comenta outra voluntária, Andressa Santos.

“É só uma família, mas é uma família que estará acordando melhor, vivendo em condições mais dignas. É um pouquinho do esforço de cada um de nós que estará transformando a vida daquelas pessoas e proporcionar isto é muito gratificante”, diz Maurício Alves, acrescentando que essa ação tem feito com que ele cresça como ser humano.

Conforto para o coração

A casa reformada se tornou mais que um conforto físico, mas também um alento para o coração da família, que vive o luto. Originalmente, a casa pertencia à filha da dona Maria Marli, a Maria das Dores, de 35 anos, que faleceu em dezembro, vítima de um câncer. Ela trabalhava no Ceasa como empacotadora de verduras, faleceu em dezembro e não pôde usufruir da casa reformada onde vivia com os dois filhos Erik Silva de Sousa, de 10 anos e Erivam Silva de sousa, 12, no setor Bela Goiânia. A casa arrumada era o sonho da Maria Marli, que começou a acompanhar o processo do início da reforma, mas não resistiu.

Via Terral Incorporadora