A CAIXA Cultural, em Brasília, recebe a exposição internacional “Mzyellow: Uma Sinfonia em Quatro Movimentos”, que marca os 50 anos de relações diplomáticas entre Brasil e China, celebrados em 2024. O evento se destaca por ser a primeira mostra de artes visuais no Centro-Oeste a obter o selo de carbono neutro, reforçando seu compromisso com a sustentabilidade.

Os visitantes poderão apreciar uma vasta coleção de obras, algumas em grande escala, produzidas nos últimos dez anos por Mzyellow, um dos artistas contemporâneos mais dinâmicos da cena artística global. “Mzyellow utiliza gestos intensos para criar obras abstratas que dialogam com a tradição milenar da caligrafia chinesa e o uso de tinta sobre papel de arroz”, explica o curador da mostra, Clay D’Paula.

Iniciando seus estudos em caligrafia aos 8 anos, Mzyellow trata a prática como uma extensão de sua vida. No entanto, o artista vai além da mera representação escrita, explorando sua expressividade visual e os materiais utilizados na criação das obras.

Segundo Clay D’Paula, especialista em arte contemporânea chinesa, a exposição é uma janela para as transformações sociais e econômicas da China. “Nascido em 1957, em Suzhou, Mzyellow vivenciou as grandes mudanças econômicas do país, e sua obra reflete esse impacto”, comenta.

A mescla entre técnicas tradicionais chinesas e influências ocidentais, como o uso de tinta acrílica e verniz, é uma característica marcante no trabalho do artista. Suas criações promovem um diálogo entre as culturas do Oriente e do Ocidente, explorando as semelhanças e diferenças entre esses mundos.

A exposição é organizada de forma inusitada, dividida em quatro movimentos que correspondem às diferentes fases do dia. No primeiro, marcado pela aurora, as obras apresentam traços e cores sutis. No segundo, representando o decorrer do dia, as criações ganham mais vivacidade e energia. O terceiro movimento, inspirado no entardecer, traz pinceladas mais intensas, enquanto o quarto, correspondente à noite, exibe uma metamorfose visual que leva a abstração ao limite.

Para o curador, passear pela exposição é como observar o artista em ação. A delicadeza do papel de arroz, ou Xuan, utilizado por Mzyellow, capta com precisão as emoções transmitidas em cada pincelada. “A sensação de tinta recém-aplicada é quase palpável, dado o poder de absorção do papel Xuan”, afirma Clay D’Paula.

A escolha de Mzyellow como protagonista da exposição não foi simples. O curador revela que, entre dezenas de artistas analisados, foi a combinação única de tradição e contemporaneidade nas obras de Mzyellow que chamou sua atenção. “Sua capacidade de fundir a caligrafia chinesa tradicional com questões contemporâneas foi decisiva”, conclui.

As pinceladas dinâmicas de Mzyellow são reflexo das rápidas mudanças que a China experimentou nas últimas décadas. Com o crescimento acelerado da economia, a produção artística chinesa também passou por uma transformação. Antes da pandemia, mais de 100 instituições de arte eram inauguradas anualmente no país, consolidando a China como um polo de inovação cultural.

A exposição de Mzyellow também inova ao ser a primeira de artes visuais no Centro-Oeste a compensar suas emissões de carbono. Em parceria com a Greenline Carbonsat, todas as emissões foram neutralizadas por meio de créditos de carbono provenientes de projetos de preservação florestal no Brasil. A iniciativa reflete o compromisso dos organizadores e patrocinadores com a sustentabilidade e a preservação ambiental.

Serviço
Exposição: “Mzyellow – Uma Sinfonia em Quatro Movimentos”
Local: CAIXA Cultural Brasília
Abertura: 10 de setembro de 2024, às 19h
Visitação: de 11 de setembro a 03 de novembro de 2024, das 9h às 21h (terça a domingo)
Entrada: Gratuita
Classificação: Livre
Informações: (61) 3206-6456 – www.caixacultural.gov.br
Contato de imprensa: Patrícia Gripp – (61) 9984-0495