Suposta carta de repúdio à Matheus Ribeiro é ‘fake news’, afirma TV Record em Brasília

Após a tumultuada saída de Matheus Ribeiro da TV Anhanguera, afiliada da Globo em Goiás, o jornalista fechou contrato com a Record de Brasília para assumir o principal telejornal da emissora.

Nesta segunda-feira (28), uma suposta carta que teria sido escrita por jornalistas da Record em Brasília criticando a demissão de Luiz Carlos Braga e contratação de Matheus Ribeiro, foi divulgada pelo site Notícias da TV.

O trecho mais polêmico da mensagem insinua que a única relevância curricular do ex-Globo é a sua orientação sexual, o que despertou forte reação e indignação nas redes sociais. Matheus é muito popular nas redes sociais e vários fãs saíram em sua defesa. “Cara a inveja é triste né? Ele está lá por sua competência e ponto! Arrebenta Matheus”, escreveu um internauta. “Vai com coragem, você tem muito talento, boa sorte, mostre o que você é sem perder sua essência”, comentou outra seguidora.

O apresentador se assumiu gay um mês antes de comandar o Jornal Nacional pela primeira vez, durante o rodízio de âncoras regionais no aniversário de 50 anos do JN.

Curta Mais apurou que a história não é bem assim. Em conversa com funcionários e diretores da casa, o clima é considerado ótimo. “Ninguém teve conhecimento de nenhuma carta e nem do descontentamento até esse site divulgar a tal mensagem. O clima aqui é espetacular”, informou uma fonte. 

“É natural que qualquer mexida que se faça em uma equipe, possa gerar insatisfação de uma ou de outra pessoa. Mas o Matheus é um cara muito querido e desde que a notícia da chegada dele aqui foi oficializada, todo mundo comemorou. Será muito bem recebido por todos na sua nova casa. Se essa carta exisitir, acreditamos que foi uma ação isolada ou fake news para tentar desestabilizar nosso ambiente de trabalho que nunca foi tão bom como agora. O efeito foi contrário e o Matheus será recebido com festa aqui”, afirma um executivo da empresa com exclsuividade ao Curta Mais.

Confira na íntegra a mensagem divulgada pelo site Notícias da TV que tem sido bastante criticada na internet:

Nós, da Redação da Record Brasília, viemos por meio desta carta manifestar irrestrito apoio ao jornalista Luiz Carlos Braga, arbitrariamente desligado da emissora por ordens superiores. A diretoria desta casa optou por escantear uma carreira de três décadas e ilibada reputação, além de incontáveis prêmios, em prol de uma contratação cuja única relevância curricular é a sua orientação sexual.

‪Antes de ser desligado, Braga havia sido convidado para o posto de analista do Jornal da Record. E, sem nenhum motivo justificável, o convite virou uma demissão unilateral. O motivo? Suposta redução de custos. Algo que, claramente, não condiz com a realidade, tendo em vista as mudanças que se avizinham.

‪Essa Redação, em grande parte, teve o privilégio de conviver com Luiz Carlos Braga por doze maravilhosos anos. Perde a emissora, ao trocar o certo pelo duvidoso, e perdemos nós. Perdemos o convívio de alguém respeitoso, atencioso, leal e de caráter e reputação ilibadas. Braga nunca precisou de atenção midiática para ter relevância e nunca usou de sua orientação sexual para benefício próprio. ‪

Nada temos contra o novo apresentador do DF Record. Mas temos, e muito, a reclamar da maneira inadequada da qual um dos profissionais mais prestigiados da história do telejornalismo do Distrito Federal foi desligado.

Em suas redes sociais, Matheus não fez nenhum comentário sobre o episódio polêmico. Nesta segunda-feira (28) ele compartilhou uma foto no novo ambiente de trabalho afirmando que foi muito bem recebido pelos novos colegas. “Na prática, o importante é o que sentimos e vivemos. Primeiro dia de casa nova, com uma recepção super legal!”.

Ibaneis não assina carta de governadores ‘em defesa da democracia’ e contra Bolsonaro

Dos 27 governadores, 20 assinaram uma carta aberta, neste domingo (19), em apoio ao presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (DEM-AP) e ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), após o presidente Jair Bolsonaro criticar recentemente a postura dos líderes das duas casas legislativas. 

O manifesto também condena as manifestações que ocorreram em várias parte do Brasil neste domingo (20) pedindo intervenção militar e o fechamento do Congresso Nacional e que contou com a presença do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em Brasília. O apoio de Bolsonaro aos manifestantes gerou repercussão negativa no meio político e jurídico.

Dentre governantes do Centro-Oeste, apenas Ibaneis Rocha (MDB-DF) não assinou o documento.

Ronaldo Caiado (DEM-GO), ex-aliado de Bolsonaro, foi um dos governadores a assinar o documento a favor de Maia e Alcolumbre. Ambos são colegas do mesmo partido.

Já na região Sudeste, apenas o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) não apoiou o movimento articulado pelo Fórum Nacional de Governadores e no Sul apenas o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), não quis assinar o documento.

Leia a íntegra do manifesto:

CARTA ABERTA À SOCIEDADE BRASILEIRA EM DEFESA DA DEMOCRACIA

O Fórum Nacional de Governadores manifesta apoio ao Presidente do Senado

Federal, Davi Alcolumbre, e ao Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, diante das declarações do Presidente da República, Jair Bolsonaro, sobre a postura dos dois líderes do parlamento brasileiro, afrontando princípios democráticos que fundamentam nossa nação.

Nesse momento em que o mundo vive uma das suas maiores crises, temos testemunhado o empenho com que os presidentes do Senado e da Câmara têm se conduzido, dedicando especial atenção às necessidades dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios brasileiros. Ambos demonstram estar cientes de que é nessas instâncias que se dá a mais dura luta contra nosso inimigo comum, o coronavírus, e onde, portanto, precisam ser concentrados os maiores esforços de socorro federativo.

Nossa ação nos Estados, no Distrito Federal e nos Municípios tem sido pautada pelos indicativos da ciência, por orientações de profissionais da saúde e pela experiência de países que já enfrentaram etapas mais duras da pandemia, buscando, neste caso, evitar escolhas malsucedidas e seguir as exitosas.

Não julgamos haver conflitos inconciliáveis entre a salvaguarda da saúde da população e a proteção da economia nacional, ainda que os momentos para agir mais diretamente em defesa de uma e de outra possam ser distintos.

Consideramos fundamental superar nossas eventuais diferenças através do esforço do diálogo democrático e desprovido de vaidades. A saúde e a vida do povo brasileiro devem estar muito acima de interesses políticos, em especial nesse momento de crise.

Brasília, 19 de abril de 2020.

 

RENAN FILHO (MDB)

Governador do Estado de Alagoas

 

WALDEZ GÓES (PDT)

Governador do Estado do Amapá

 

RUI COSTA (PT)

Governador do Estado da Bahia

 

CAMILO SANTANA (PT)

Governador do Estado do Ceará

 

RENATO CASAGRANDE (PSB)

Governador do Estado do Espírito Santo

 

RONALDO CAIADO (DEM)

Governador do Estado de Goiás

 

FLÁVIO DINO (PCdoB)

Governador do Estado do Maranhão

 

MAURO MENDES (DEM)

Governador do Estado de Mato Grosso

 

REINALDO AZAMBUJA (PSDB)

Governador do Estado de Mato Grosso do Sul

 

HELDER BARBALHO (MDB)

Governador do Estado do Pará

 

JOÃO AZEVÊDO (PSB)

Governador do Estado da Paraíba

 

PAULO CÂMARA (PSB)

Governador do Estado de Pernambuco

 

WELLINGTON DIAS (PT)

Governador do Estado do Piauí

 

WILSON WITZEL (PSC)

Governador do Estado do Rio de Janeiro

 

FÁTIMA BEZERRA (PT)

Governadora do Estado do Rio Grande do Norte

 

EDUARDO LEITE (PSDB)

Governador do Estado do Rio Grande do Sul

 

CARLOS MOISÉS (PSL)

Governador do Estado de Santa Catarina

 

JOÃO DORIA (PSDB)

Governador do Estado de São Paulo

 

BELIVALDO CHAGAS (PSD)

Governador do Estado de Sergipe

 

MAURO CARLESSE (DEM)

Governador do Estado do Tocantins