Ibaneis não assina carta de governadores ‘em defesa da democracia’ e contra Bolsonaro
Dos 27 governadores, 20 assinaram uma carta aberta, neste domingo (19), em apoio ao presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (DEM-AP) e ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), após o presidente Jair Bolsonaro criticar recentemente a postura dos líderes das duas casas legislativas.
O manifesto também condena as manifestações que ocorreram em várias parte do Brasil neste domingo (20) pedindo intervenção militar e o fechamento do Congresso Nacional e que contou com a presença do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em Brasília. O apoio de Bolsonaro aos manifestantes gerou repercussão negativa no meio político e jurídico.
Dentre governantes do Centro-Oeste, apenas Ibaneis Rocha (MDB-DF) não assinou o documento.
Ronaldo Caiado (DEM-GO), ex-aliado de Bolsonaro, foi um dos governadores a assinar o documento a favor de Maia e Alcolumbre. Ambos são colegas do mesmo partido.
Já na região Sudeste, apenas o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) não apoiou o movimento articulado pelo Fórum Nacional de Governadores e no Sul apenas o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), não quis assinar o documento.
Leia a íntegra do manifesto:
CARTA ABERTA À SOCIEDADE BRASILEIRA EM DEFESA DA DEMOCRACIA
O Fórum Nacional de Governadores manifesta apoio ao Presidente do Senado
Federal, Davi Alcolumbre, e ao Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, diante das declarações do Presidente da República, Jair Bolsonaro, sobre a postura dos dois líderes do parlamento brasileiro, afrontando princípios democráticos que fundamentam nossa nação.
Nesse momento em que o mundo vive uma das suas maiores crises, temos testemunhado o empenho com que os presidentes do Senado e da Câmara têm se conduzido, dedicando especial atenção às necessidades dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios brasileiros. Ambos demonstram estar cientes de que é nessas instâncias que se dá a mais dura luta contra nosso inimigo comum, o coronavírus, e onde, portanto, precisam ser concentrados os maiores esforços de socorro federativo.
Nossa ação nos Estados, no Distrito Federal e nos Municípios tem sido pautada pelos indicativos da ciência, por orientações de profissionais da saúde e pela experiência de países que já enfrentaram etapas mais duras da pandemia, buscando, neste caso, evitar escolhas malsucedidas e seguir as exitosas.
Não julgamos haver conflitos inconciliáveis entre a salvaguarda da saúde da população e a proteção da economia nacional, ainda que os momentos para agir mais diretamente em defesa de uma e de outra possam ser distintos.
Consideramos fundamental superar nossas eventuais diferenças através do esforço do diálogo democrático e desprovido de vaidades. A saúde e a vida do povo brasileiro devem estar muito acima de interesses políticos, em especial nesse momento de crise.
Brasília, 19 de abril de 2020.
RENAN FILHO (MDB)
Governador do Estado de Alagoas
WALDEZ GÓES (PDT)
Governador do Estado do Amapá
RUI COSTA (PT)
Governador do Estado da Bahia
CAMILO SANTANA (PT)
Governador do Estado do Ceará
RENATO CASAGRANDE (PSB)
Governador do Estado do Espírito Santo
RONALDO CAIADO (DEM)
Governador do Estado de Goiás
FLÁVIO DINO (PCdoB)
Governador do Estado do Maranhão
MAURO MENDES (DEM)
Governador do Estado de Mato Grosso
REINALDO AZAMBUJA (PSDB)
Governador do Estado de Mato Grosso do Sul
HELDER BARBALHO (MDB)
Governador do Estado do Pará
JOÃO AZEVÊDO (PSB)
Governador do Estado da Paraíba
PAULO CÂMARA (PSB)
Governador do Estado de Pernambuco
WELLINGTON DIAS (PT)
Governador do Estado do Piauí
WILSON WITZEL (PSC)
Governador do Estado do Rio de Janeiro
FÁTIMA BEZERRA (PT)
Governadora do Estado do Rio Grande do Norte
EDUARDO LEITE (PSDB)
Governador do Estado do Rio Grande do Sul
CARLOS MOISÉS (PSL)
Governador do Estado de Santa Catarina
JOÃO DORIA (PSDB)
Governador do Estado de São Paulo
BELIVALDO CHAGAS (PSD)
Governador do Estado de Sergipe
MAURO CARLESSE (DEM)
Governador do Estado do Tocantins