Quem passear pela região central do Plano Piloto, vai perceber que o ambiente está bem mais colorido. Trata-se do IV Encontro do Graffiti, um projeto que reflete a política pública de valorização da arte urbana no centro da capital.

Para a revitalização do local, foram usados 2000 sprays de tintas, em dois finais de semana. Muitos grafiteiros imprimem pela primeira vez a sua arte na capital federal. 

As Obras:

Há 100 telas na Galeria dos Estados, cada uma mais intrigante que a outra.

A representatividade negra, por exemplo, está estampada nas figuras e no imaginário das crenças, dos mitos e das matrizes africanas, bem como na tradução de seus cotidianos. A presença de elementos culturais de Brasília (lugares, fauna, comportamento) e da influência nordestina estão presentes nas criações.

A presença feminina de grafiteiras, garantida graças à cota de 30% do edital, reflete-se em desenhos de empoderamento da mulher. Figuras fortes, de deusas e de mulheres comuns explodem em cores nas paredes, trazendo questões como a equidade de gênero e a denúncia contra a violência. Uma outra vertente forte é a exaltação à natureza e a denúncia contra os crimes ambientais.

Os estilos também se misturam nas paredes, provocando um passeio à parte. É possível observar o stencil, graffiti feito no molde, convivendo com o 3D, aquele desenho que parece sair do muro. Há ainda as telas mais figurativas e realistas, as de influências surreais que parecem dialogar com o universo das tatuagens e o grafite mais tribalista e codificado por estilos conhecidos como Wild (setas e letras, às vezes indecifráveis), thrown up (vômito em inglês, feito rapidamente e remete a letras) e bombing (um thrown up com letras bem mais arredondadas).

Os Artistas:

Conheça dez artistas que participaram da intervenção urbana na Galeria dos Estados: ARGO, CARLOS ASTRO, GANJART, GUGA BAYGON, IASMIM KALI, LEANDRO VIDÃO, MATHÊ, NABRISA, OLIVER ONK e PRISCILA PEÇANHA.

Foto capa: Curta Mais