Goiano registra emocionante progresso do pai com Alzheimer após uso da Cannabis medicinal
Pai volta a reconhecer filho após o início do uso da Cannabis medicinal e emociona a internet; Filipe Suzin luta para a disponibilização do tratamento pelo SUS
Na última semana, uma família emocionou o Brasil inteiro. Com bastante força, luta e amor, Solange e Filipe cuidam do Ivo, um senhor de 58 anos totalmente dependente, por conta do Alzheimer há cerca de 6 anos (doença que causa perda de memória e confusão mental), mas que recentemente teve um grande progresso. Segundo a família de Ivo, um dos grandes responsáveis por essa melhora foi o uso do óleo extraído da maconha, a Cannabis Medicinal. Eles gravaram todo o progresso do tratamento e, após 3 meses do início, pela primeira vez Ivo chegou a reconhecer seu filho Ivo.
Solange e Ivo
A história viralizou na internet após Filipe Suzin, filho de Ivo, publicar nas redes sociais compartilhando a melhora do pai e lutar para que esse tipo de medicamento seja mais acessível. O empresário goiano relatou que desde 2013 já estudava sobre o uso da cannabis medicinal. Mas, foi através da Associação Goiânia de Apoio e Pesquisa à Cannabis Medicinal, a Agape Medicinal, que Filipe conseguiu convencer a família. O jovem também faz o uso do remédio para minimizar os efeitos de um tratamento contra leucemia que ele possui.
“Faz sete meses que o meu pai faz uso do óleo, em uma semana já teve uma mudança inexplicável! Sendo que ele ficou mais de seis anos sendo dopado, tomando remédios fortes. Meu pai teve melhoras sensacionais!”, afirmou. Veja o vídeo onde Filipe conta que Ivo o reconheceu como filho:
A Agape atualmente fornece o tratamento a partir da medicina canabinóide para 86 pacientes. No entanto, existe uma lista de espera com outros 200 goianos e mais 200 pessoas de todo o país aguardando por uma chance de tratamento.
Atualmente, existe um projeto de lei em discussão sobre a regulamentação do uso medicinal da maconha. No fim de maio aconteceu uma audiência, o texto chegou a ser aprovado na legislatura anterior, mas foi vetado pelo governo. Agora, o projeto foi protocolado novamente.
Em nota publicada em 2017, a Anvisa manifestou que não é contra o uso da maconha para fins medicinais. “Porém, especificamente no que diz respeito ao cultivo da Cannabis destinado a fins científicos ou médicos, incluindo a obtenção de insumo para a fabricação de medicamentos registrados ou para o eventual tratamento de pacientes autorizados pelas autoridades governamentais, entende-se que o tema merece regulamentação ou projeto específico”, diz a agência.
No Brasil, apenas uma única instituição pode cultivar maconha medicinal no país: Associação Brasileira de Apoio Cannabis Esperança (Abrace), na Paraíba, que há mais de 1.000 famílias na fila de espera da associação e o cadastro para obtenção do óleo artesanal está suspenso desde maio. Sem investimentos em equipamentos e na infraestrutura dos laboratórios, não há como aumentar a produção.