Mulheres denunciam agressão em manifestação na Assembleia Legislativa de Goiânia

Caso ocorreu ontem durante manifestação crítica ao Dia da Mulher

Júlia Marreto
Por Júlia Marreto
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Na última quarta-feira (7), véspera da data comemorativa à mulher, centenas de mulheres ligadas a movimentos sociais acamparam em frente à Assembleia Legislativa do Estado de Goiás para, de maneira crítica’, comemorar o Dia Internacional da Mulher.

Durante a ação, na tentativa de se protegerem da chuva, as manifestantes tentaram entrar na Assembleia, o que acabou gerando tumulto. De acordo com informações da comissão organizadora o tumulto aconteceu por volta das 16h30. Ao tentarem se proteger, a polícia as recebeu com ‘socos e pontapés’, disse Ângela Cristina, membro do Comitê Goiano de Direitos Humanos Dom Tomás Balduíno e uma das organizadoras.

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A assessoria do presidente da Casa, José Vitti (PSDB), em nota, lamentou o ocorrido e informou que o grupo não cumpriu o acordo de permanecer no pátio durante as atividades no plenário. Na tentativa de conter os envolvidos, foram usados sprays de pimenta, porém a Casa informou que não houve violência ou feridos.

Segundo Michely Coutinho, diretora do Sindicato dos Técnico-Administrativos das IFES em Goiás, a situação foi normalizada, mais ou menos, uma hora depois. A ocupação foi negociada e as mulheres realizaram roda de debate em seguida.

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Em Goiás

Para se ter ideia, o número de casos de feminicídio aumentaram em mais de 80%, só em Goiás, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP-GO). Registrados, foram 17 casos em 2016 e 31 em 2017. Destas 31, 7 foram registradas em Goiânia e 6 em Aparecida de Goiânia, sendo que outras cidades como Anápolis, Luziânia e Rio verde também entram na lista com 3 casos em cada, além de Formosa, Catalão, Cidade de Goiás e Águas Lindas. Só em 2018 foram registrados mais 3 casos, sendo dois em Goiânia e um em Iporá.

O Feminicídio ou Femicídio 

É um termo utilizado para caracterizar assassinatos de mulheres em contextos discriminatórios, ou seja, é o crime cometido por um homem contra uma mulher simplesmente por ela ser mulher. É definido como crime hediondo pelo Código Penal Brasileiro, sob os seguintes termos: assassinato de uma mulher cometido por razões da condição de sexo feminino, quando o crime envolve violência doméstica e familiar e/ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher.

A importância da palavra

O termo Feminicídio tem sua importância a partir do momento que se tornou um passo importante para coibir o crime, construindo entendimento de que se tratam de mortes em virtude da desigualdade de gênero e que, muitas vezes, o assassinato é o resultado de um histórico de violências.

Isso quer dizer que esses casos, essas mortes, são considerados evitáveis, ou seja, não aconteceriam sem a conivência institucional e social às discriminações e violências contra as mulheres.