Maurício Sampaio é condenado a 16 anos de prisão pela morte do radialista Valério Luiz

Após três dias de julgamento e dez anos após a morte do radialista Valério Luiz, o júri condenou quatro dos cinco acusados de planejarem e executarem o homicídio. As informações são do G1 Goiás.

Maurício Sampaio, Urbano Malta, Ademá Figueredo e Marcus Vinícius Xavier tiveram a prisão imediata declarada nesta quarta-feira, 9 de novembro.

A motivação do crime foram as críticas feitas pelo jornalista contra a direção do Atlético-GO, da qual o empresário Maurício Borges Sampaio fazia parte.

Dos cinco réus, foram condenados:

– Maurício Sampaio, apontado como mandante: condenado a 16 anos de reclusão;

– Urbano de Carvalho Malta, acusado de contratar o policial militar Ademá Figueredo para cometer o homicídio: condenado a 14 anos de reclusão;

– Ademá Figueredo Aguiar Filho, apontado como autor dos disparos: condenado a 16 anos de reclusão;

– Marcus Vinícius Pereira Xavier, que teria ajudado os demais a planejar o homicídio: condenado a 14 anos de reclusão.

O réu Djalma Gomes da Silva, que foi acusado de ter ajudado no planejamento do assassinato e também atrapalhado as investigações, foi absolvido.

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Da esquerda para direita, os réus Urbano de Carvalho, Maurício Sampaio, Djalma da Silva e Ademá Figueredo; no canto inferior, a vítima, Valério Luiz,Goiás — Foto: Reprodução/Tribunal de Justiça do Estado de Goiás/G1 Goiás

Sentença

A sentença foi decidida pelos votos dos jurados, que foram realizados após a apresentação realizada pela acusação e defesa dos réus. Os votos foram realizados em uma reunião do Conselho de Sentença, de forma anônima. Na votação, os condenados obtiveram 4 votos a 3 para a condenação e o absolvido obteve 4 votos a 3 para a absolvição.

 

Imagem: Paulo Marcos

Apresentador Gilberto Barros é condenado à prisão

O apresentador Gilberto Barros, conhecido popularmente como “Leão”, foi condenado a dois anos de prisão pelo crime de homofobia. As informações são do Jornal O Globo.

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) aplicou a pena em forma de trabalho comunitário por se tratar de réu primário.

A condenação foi motivada por um comentário preconceituoso feito pelo comunicador, em setembro de 2020. Na ocasião, ele afirmou durante o programa “Amigos do Leão”, exibido em seu canal do YouTube, que, quando trabalhava na Rádio Globo, ainda na década de 1980, tinha que presenciar “beijo de língua de dois bigodes”, pois a sede era localizada em frente a uma boate voltada ao público LGBTQIA+.

O famoso continuou e ameaçou partir para a agressão caso presenciasse uma cena dessas. “Não tenho nada contra, mas eu também vomito. Eu sou gente, ainda mais vindo do interior. Hoje em dia, se quiser fazer na minha frente, faz. Apanha os dois, mas faz”, disse.

Além de prestar serviços à comunidade durante o período de pena, “Leão” deverá pagar cinco salários mínimos que serão revertidos na compra de cestas básicas para organizações sociais. A condenação foi comemorada pelo jornalista William De Lucca, também militante da causa LGBTQIA+, autor da denúncia ao Ministério Público de São Paulo (MP-SP).

— Eu acho que essa condenação é fundamental, porque ela traz um caráter pedagógico. A homofobia não é aceitável, não importa que espaço você ocupe. As pessoas precisam aprender a respeitar a comunidade LGBTQIA+, infelizmente, através de medidas como essa. A gente queria que a sociedade aprendesse a respeitar naturalmente, mas enquanto nós ainda não temos um país que educa para a diversidade, as pessoas vão aprender a traves da punição. Homofobia é crime, não é jeito de falar, então tem que tratada como tal — diz De Lucca.

A juíza Roberta Hallage Gondim Teixeira, que proferiu a sentença, substituiu a privação de liberdade por medidas restritivas de direito, já que a pena de Gilberto Barros é inferior a quatro anos. Apesar da decisão da Justiça, o apresentador ainda pode recorrer da sentença.

Na decisão, a magistrada ressalta que o uso da palavra “nojo” evidencia uma repreensão à escolha sexual. A juíza também destaca que a fala atingiu a comunidade LGBTQIA+.

A defesa de Gilberto Barros confirmou a fala do apresentador, mas negou as acusações. Os advogados argumentaram que as declarações dele não causaram risco social à comunidade LGBTQIA+, e que “pelo seu sangue italiano ele costuma falar muito”.

Lula afirma estar pronto para ser preso em livro que será lançado nesta sexta

O livro “A Verdade Vencerá – o povo sabe por que me condenam”, que foi escrito baseado em três entrevistas com o ex-presidente Lula, será lançado nesta sexta (16), em São Paulo, pela editora Boitempo. Os jornalistas Juca Kfouri, Ivana Jinkings, Gilberto Maringoni e Maria Inês Nassif foram os responsáveis pelas entrevistas. Confira a seguir os principais pontos abordados pelo ex-presidente, indo desde a possibilidade de ser preso, até a opinião de Lula sobre Dilma Roussef.

A prisão

Sobre uma possível fuga para uma embaixada amiga (ao invés de aceitar passivamente a prisão), Lula afirmou que está pronto para enfrentar a pena e nega a possibilidade de um escape para outro país. “Olha, conheço companheiros que ficaram 15 anos exilados e não tiveram voz aqui dentro, no Brasil.”
A pena a que foi condenado é de 12 anos e 1 mês e o ex-presidente afirma que tal condenação servirá como uma forma de discurso em prol de seu nome a ser usado por seus seguidores (o discurso de preso político, injustiçado). Ele também acredita que um dia será absolvido pela história, dizendo “o preço que vai ser pago historicamente é a mentira contada agora”.

Sobre Dilma e Temer

Lula não poupou críticas à ex-presidente Dilma Rousseff, afirmando que faltou empenho político da presidente cassada e sua equipe para evitar o impeachment. Ele revelou que, inclusive, disse para Dilma: “Olha, você vai passar para a história como a única presidente que nem os ministros defenderam”.
Comparando-a ao atual presidente Michel Temer, Lula afirmou que ele soube resistir melhor que a petista.

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Foto: Ilustração/Google/GGN.

Lula vai além e fala de outros assuntos, políticos e pessoais, como histórias de eleições passadas, a relação de João Santana em relação à Dilma e a sua relação com bebidas alcoólicas, afirmando que a última vez em que bebeu “para valer” foi em 1974, após um jogo entre Brasil e Holanda, em que o time brasileiro perdeu por 2×0.

O livro

Uma curiosidade sobre o livro que será lançado esta semana, é que o discurso “A História me Absolverá”, escrito como a defesa do advogado e líder da revolução cubana, Fidel Castro, foi uma das inspirações para Luís Inácio Lula da Silva. Coincidentemente, o livro com o discurso de Fidel também mostra um líder político que afirma não temer a prisão, o que fica claro na frase “Condenai-me, não importa. A história me absolverá.”

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Foto: Ilustração/Google/National Review.

As entrevistas para a produção do livro foram realizadas em fevereiro deste ano – ou seja, após o Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4) ter confirmado a condenação do ex-presidente. Outros escritores, como Luis Fernando Veríssimo, Luiz Felipe de Alencastro e Eric Nepomuceno colaboraram com textos para a obra.

Foto de capa: Ilustração/Nelson Almeida/AFP.