Ilha de Marajó: famosos fazem campanha após cantora denunciar exploração sexual de crianças

Após a música 'Evangelho de fariseus' viralizar, personalidades usam as redes para discutir sobre a situação da ilha localizada no norte do estado do Pará

Redação Curta Mais
Por Redação Curta Mais

Famosos, incluindo a influenciadora digital Virginia Fonseca e ex-participantes do reality show Big Brother Brasil, como Juliette, Rafa Kalimann e Eliezer, uniram esforços para combater e destacar graves questões sociais na Ilha de Marajó, situada no Pará.

O movimento ganhou destaque após a apresentação da cantora Aymeê no programa “Dom Reality”, onde sua música autoral “Evangelho de fariseus” trouxe à tona os problemas enfrentados na ilha amazônica. Aymeê destacou questões sociais e ambientais, como a exploração sexual de crianças e o tráfico de pessoas menores de idade, durante sua performance, gerando discussões nas redes sociais.

Desde então, a campanha tem ganhado força, com a adesão de personalidades como Rafa Kalimann e Juliette, que usaram suas plataformas nas redes sociais para amplificar as denúncias e exigir ações das autoridades competentes.

Ressaltando a importância do tema, Rafa Kalimann afirmou ser dever das pessoas públicas tornar o caso mais conhecido e dar voz a essa causa. Juliette também se pronunciou, clamando por ações e respostas por parte dos políticos, autoridades e órgãos públicos, unindo-se à causa iniciada por Aymeê e apoiada por outros famosos.

Apesar do ressurgimento recente, as acusações de pedofilia e exploração sexual infantil na Ilha de Marajó não são novas. Em 2006, uma investigação da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados já havia sido iniciada sobre o assunto.

Segundo matéria publicada no O Globo, a ex-ministra da Mulher, Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, abordou o tema durante um culto evangélico em 2020,  mencionando a remoção de dentes de crianças para facilitar abusos sexuais.

Após as declarações ganharem destaque, o Ministério Público Federal (MPF) no Pará solicitou que Damares fornecesse detalhes sobre o caso. No entanto, ela afirmou que as acusações feitas durante o culto se baseavam em relatos que ouviu informalmente e que não tinha provas para apresentar. Diante disso, o MPF concluiu que Damares havia propagado informações falsas, causando danos sociais e morais à população da Ilha de Marajó. Como resultado, o órgão requereu uma retratação pública e uma indenização de R$ 5 milhões.

Atualmente, a Ilha do Marajó recebe assistência do Programa Cidadania Marajó, implementado pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, que visa combater a exploração e o abuso sexual de crianças e adolescentes na região.

Sobre a Ilha de Marajó 

A Ilha de Marajó está localizada no norte do estado do Pará e é a maior ilha fluviomarítima do mundo, com uma extensão de quase 50 mil km², equivalente ao tamanho de países europeus como Bélgica e Suíça. Composta por mais de 2 mil ilhas e ilhotas, possui uma população estimada em mais de 500 mil habitantes, distribuídos em 12 municípios.

*Com informações do O Globo