La Niña: O Resfriamento das Águas e Seus Efeitos no Clima

Saiba as previsões do fenômeno para o Brasil

Suzana Goncalves
Por Suzana Goncalves
La Niña
imagem: reprodução/internet

O El Niño que assolou o mundo com o calorão insuportável ano passado, finalmente está indo embora e quem está chegando é o La Niña, um fenômeno natural que consiste no resfriamento das águas do Oceano Pacífico. O La Niña ocorre quando os ventos sopram com intensidade dos trópicos para o Equador, deslocando a camada de água quente para o oeste. 

O fenômeno climático está prestes a surgir, com 71% de chance de acontecer entre setembro e novembro deste ano. O La Niña pode permanecer até o início de 2025, de acordo com análises do National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA) e da Organização Meteorológica Mundial (OMM). No mês de agosto, o La Niña ficou em estado neutro, com as temperaturas da superfície do mar do Pacífico próximas da média.

Efeitos do La Niña no Brasil 

Os efeitos do La Niña serão mais fortes nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, onde deverá ocorrer um aumento de chuvas, principalmente na Amazônia (graças a Deus) e no litoral nordestino. No sul do país a tendência é que as chuvas diminuam, na região central, pode acontecer efeitos variados. Quando o La Niña estiver mais forte os estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, podem ter o mesmo efeito do Sul, e Minas Gerais pode chover muito, se assemelhando ao Norte e Nordeste. Há também a expectativa de massas de ar frio mais fortes e tardios, podendo influenciar as temperaturas de algumas regiões. 


Quando os efeitos começarão a ser sentidos?

É importante entender que o fenômeno começando em outubro, seus efeitos só serão sentidos em dezembro, que é quando as chuvas estarão mais fortes no Brasil. Os impactos do La Niña podem estar disfarçados, já que o verão brasileiro costuma ser um período chuvoso. O verão é uma estação com maior ocorrência de radiação solar e calor, e acalma os efeitos do resfriamento, possibilitando a entrada de ar mais frio no Sudeste e Centro-Oeste, o que não deve acontecer este ano, devido ao fenômeno começar em dezembro.

 

Resfriamento no Oceano Atlântico: Algo preocupante

A tendência de resfriamento do Atlântico, é algo que deve ser observado com cuidado, em especial na parte norte, que pode trazer consequências negativas para o Brasil. O resfriamento das águas nessa região pode deslocar a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) para o norte, podendo prejudicar o volume de chuvas nas regiões norte e nordeste do país, que sofrem com secas extensas. Mesmo com o La Niña mais fraco, a ligação entre os dois conjuntos climáticos é um ponto importante que precisa ser monitorado nos próximos meses.


O fenômeno La Niña no aquecimento global

Mesmo com o potencial de resfriamento que o La Niña pode trazer, infelizmente a tendência global é de aquecimento, impulsionada pelo aumento dos gases do efeito estufa na atmosfera. A Secretária-Geral da OMM, Celeste Paulo, afirma que, mesmo que o La Niña aconteça, as temperaturas globais continuarão subindo e batendo recordes. Desde o ano passado, o planeta tem vivenciado temperaturas extremamente altas, tanto na terra quanto nos oceanos, e o fenômeno La Niña não é suficiente para eliminar a tendência do aquecimento. A junção do La Niña com o resfriamento do Atlântico, pode mudar as referências de chuvas e temperaturas no Brasil, isso precisa ter atenção especial.

La Niña

imagem: reprodução/internet

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