Entenda como são feitas as pesquisas eleitorais

Se você nunca foi abordado para pesquisas eleitorais, isso se deve a questão da probabilidade

Carla Moreira
Por Carla Moreira
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Divulgação/Tribunal Superior Eleitoral Fonte: Agência Câmara de Notícias

Ontem (07) aconteceram as Eleições Municipais 2024 em todo Brasil e um dos aspectos mais notáveis foram os resultados discrepantes em relação às pesquisas eleitorais, especialmente em Goiânia. Esse descompasso gerou bastante burburinho entre internautas e chamou a atenção de analistas e eleitores.

 

Para entender o motivo dessa diferença, primeiro é preciso saber como funcionam as pesquisas eleitorais. A pesquisa utiliza um método científico, fundamentando-se em estatísticas. O primeiro passo é definir quem serão os entrevistados, que devem representar o conjunto dos eleitores. Como não é viável entrevistar todos os eleitores do país, o instituto de pesquisa estabelece critérios para selecionar um grupo de pessoas que reflita a população. Esse grupo é conhecido como amostra. Se você nunca foi entrevistado, isso se deve a questão da probabilidade. A chance de uma pessoa ser escolhida para participar de uma pesquisa que realizará 1,2 mil entrevistas em uma cidade como São Paulo, que tem mais de 9 milhões de eleitores, é de 1 em 7.768. Essa probabilidade é bastante baixa: apenas 0,013%.

 

O procedimento padrão durante a entrevista consiste em seguir um questionário e apresentar as perguntas uma a uma. Segundo o Datafolha, essa abordagem é adotada porque “a sequência das perguntas pode influenciar as respostas dos entrevistados. Questões abordadas antes da pergunta principal da pesquisa — seja sobre a aprovação do governo, a confiança em um político ou a intenção de voto — podem impactar determinadas respostas.” Além disso, os entrevistadores devem garantir que os eleitores não vejam as perguntas antes do início da entrevista.

 

Após a coleta dos dados, os institutos contatam uma amostra dos entrevistados para verificar a precisão das respostas. Em seguida, as informações são analisadas sob a supervisão de estatísticos. É nesse estágio que se determina a margem de erro, uma faixa de variação calculada por meio de uma fórmula matemática, na qual os resultados podem oscilar para mais ou para menos. Quanto menor a margem de erro, mais confiável é a pesquisa.

 

Relacionada a isso está o nível de confiança, que indica a probabilidade de que os mesmos resultados sejam obtidos novamente. As metodologias empregadas pelos institutos tradicionais possibilitam um nível de confiança em torno de 95% — ou seja, em 100 pesquisas realizadas, 95 devem apresentar resultados dentro da margem de erro estabelecida.

 

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