Livro “O avesso da pele” é censurado em Goiás após repercussão de trecho polêmico

Vencedor do Prêmio Jabuti 2021, o livro aborda questões relacionadas ao racismo e à defasagem da educação no Brasil

Rafael Vaz
Por Rafael Vaz
o avesso da pele

A polêmica do livro “O Avesso da Pele” chegou a Goiás. A Secretaria Estadual de Educação (Seduc) determinou o recolhimento da obra nas escolas públicas goianas. A medida ocorreu depois que a diretora de uma escola do Rio Grande do Sul pediu ao Ministério da Educação (MEC) o recolhimento dos exemplares distribuídos para alunos do Ensino Médio, alegando “vocabulário de baixo nível” e “vulgaridade” de termos utilizados na história.

Vencedor do Prêmio Jabuti 2021, o livro aborda questões relacionadas ao racismo e à defasagem da educação no Brasil. A obra foi incluída no Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), por meio de portaria publicada em setembro de 2022, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Em nota, a Companha das Letras, responsável pela publicação da obra condenou o recolhimento, que também tem sido realizado em outros estados. “A decisão de recolher um livro previamente aprovado e selecionado por uma banca de educadores, especialistas, mestres e doutores em literatura não apenas prejudica a qualidade da educação oferecida às nossas crianças e jovens, mas também mina a confiança no próprio programa (PNLD) e nas instituições responsáveis por sua implementação”.

Autonomia
Após a polêmica, a Seduc afirmou que as escolas estaduais têm autonomia para decidirem junto com a comunidade escolar quais livros literários serão trabalhados nas instituições. A pasta explicou, também, que há uma coordenação estadual que faz orientações junto às escolas.

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