A apaixonante Veneza brasileira fica no nordeste e atraí visitantes de todo o mundo

Recife, capital de Pernambuco, é conhecida como a Veneza Brasileira. A cidade possui uma rica história cultural e muitas paisagens naturais.

Fernanda Cappellesso
Por Fernanda Cappellesso
Recife, com sua rica história, cultura vibrante e belas paisagens, é um destino que promete encantar qualquer visitante
Recife, com sua rica história, cultura vibrante e belas paisagens, é um destino que promete encantar qualquer visitante

Recife, a capital de Pernambuco, é uma cidade com uma rica tapeçaria de história, cultura e belezas naturais, conhecida como a Veneza Brasileira. Sua fundação data de 12 de março de 1537, e desde então, Recife tem sido um palco importante de diversos eventos históricos que moldaram não apenas a região, mas todo o Brasil.

História: Recife surgiu inicialmente como uma pequena vila de pescadores, sob a sombra de Olinda, então o principal centro urbano da região. A vila passou por transformações significativas durante a invasão holandesa no século XVII. Essa invasão estava relacionada com as questões diplomáticas entre Portugal, Espanha e Holanda, motivada, em grande parte, pela União Ibérica e pela consequente influência espanhola sobre as colônias portuguesas, como o Brasil​​​​.

O porto do Recife já era um local de crescente atividade comercial desde 1537, o que atraiu atenção internacional. A invasão holandesa começou em 14 de fevereiro de 1630, quando a armada holandesa desembarcou na praia de Pau Amarelo e, após resistência, capturou Olinda e Recife. Esta invasão transformou Recife na capital da colônia neerlandesa, trazendo um desenvolvimento significativo para a cidade, especialmente no que se refere à infraestrutura urbana e ao comércio do açúcar​​.

Durante o domínio holandês, Recife experimentou um crescimento considerável, impulsionado pelas estruturas urbanas construídas pelos holandeses. O conde João Maurício de Nassau, governador-geral nomeado pela Companhia das Índias Ocidentais, foi uma figura central nesse período. Ele trouxe consigo uma comitiva de arquitetos, artistas, engenheiros e cientistas, contribuindo para o desenvolvimento urbanístico e cultural da cidade. Sob sua administração, a cidade do Recife ganhou canais, pontes, um horto zoo-botânico, palácios e até o maior observatório astronômico das Américas e do Hemisfério Sul na época​​.

Após a saída de Nassau em 1544, houve um período de repressão pela administração militar holandesa, o que levou a um aumento da insatisfação e eventualmente à expulsão dos holandeses em 1654. Este período pós-Nassau é lembrado como um tempo de revoltas e derramamento de sangue, marcado pela resistência luso-brasileira​​.

Portanto, a invasão holandesa em Recife representou um período crucial na história da cidade, onde ela se desenvolveu de uma pequena vila de pescadores para um importante centro urbano e comercial, ultrapassando Olinda em importância. Este legado ainda é visível na arquitetura e na cultura da cidade.

Geografia: Localizada na porção leste do litoral de Pernambuco, Recife é banhada pelo Oceano Atlântico e caracterizada por um relevo predominantemente plano, com exceção de algumas formações mais elevadas no interior do município. A cidade é cortada pelos rios Capibaribe, Beberibe e Tejipió. O clima tropical, marcado por temperaturas elevadas e chuvas concentradas entre março e junho, complementa a paisagem natural da cidade.

Cultura:

A cultura de Recife é uma fusão vibrante de tradições e inovações, exemplificada pelo Manguebeat e seu cenário cinematográfico distinto.

O Manguebeat, originado no início dos anos 1990, foi um movimento de contracultura que visava renovar a cena cultural e artística de Pernambuco. Idealizado por Chico Science, o movimento combinava elementos da cultura regional de Pernambuco, como o maracatu, coco e ciranda, com gêneros da cultura pop, como o hip-hop e o rock. Essa mistura resultou em um estilo musical único que refletia as preocupações sociais e culturais da época, além de promover uma revitalização do cenário cultural pernambucano​​.

No âmbito cinematográfico, Recife tem uma história rica que começou em 1922 com o Ciclo do Recife, na era do cinema mudo. Este período inicial foi marcado por uma forte influência dos estilos cinematográficos internacionais, mas ao longo do tempo, o cinema pernambucano desenvolveu uma identidade própria. Destacou-se nas décadas subsequentes pelo movimento dos filmes produzidos em Super-8 e, mais recentemente, pelo cinema contemporâneo que aborda temas universais, ultrapassando os regionalismos. Cineastas como Claudio Assis, Marcelo Gomes, Marcelo Lordello, Kleber Mendonça Filho e Gabriel Mascaro, entre outros, ganharam notoriedade nacional e internacional por seus trabalhos. Filmes como “Baile Perfumado”, “Amarelo Manga”, “O Som ao Redor” e “Aquarius” são exemplos do sucesso e da projeção alcançados pelo cinema de Recife​​​​.

Essas duas vertentes culturais, Manguebeat e cinema, ilustram a dinâmica e a riqueza da cultura recifense, demonstrando como a cidade tem sido um centro de inovação e expressão artística no Brasil.

Pontos Turísticos: Recife, conhecida como a “Veneza Brasileira”, é uma cidade única e fascinante, repleta de rios, pontes e uma arquitetura rica que reflete sua história e cultura. O apelido “Veneza Brasileira” foi concedido por Albert Camus em 1949, devido à presença marcante de rios e canais, como o Capibaribe e o Beberibe, e suas inúmeras pontes que conectam diferentes partes da cidade. Essa característica singular permite passeios memoráveis tanto por terra quanto por água, oferecendo aos visitantes uma perspectiva única da cidade.

A arquitetura de Recife é uma mistura de estilos, com destaque para o modernismo do início do século XX, impulsionado por arquitetos como Luiz Nunes, Delfim Amorim, Fernando Saturnino de Britto e o paisagista Burle Marx. Obras como a Praça Casa Forte e o Edifício Barão do Rio Branco são exemplos notáveis dessa influência arquitetônica. Além disso, o Centro Histórico, embora tenha sofrido descaracterização ao longo do tempo, ainda preserva monumentos importantes que remontam ao período colonial e à ocupação holandesa.

Um dos grandes atrativos de Recife é o seu conjunto de pontes históricas. Algumas das mais conhecidas são a Ponte Princesa Isabel, a primeira ponte em ferro da cidade, a Ponte 06 de Março ou Ponte Velha, ligando o bairro de São José ao Cais José Mariano, e a Ponte Duarte Coelho, que conecta as avenidas Guararapes e Conde da Boa Vista. Cada uma dessas pontes tem sua própria história e contribui para a estética e o charme da cidade.

Além de sua rica arquitetura e história, Recife oferece uma gastronomia diversificada que une influências africanas, indígenas e nordestinas. Restaurantes como o Parraxaxá, Leite e Bargaço oferecem uma variedade de pratos tradicionais que são uma verdadeira celebração dos sabores locais.

Recife é particularmente animada durante o verão, especialmente nos meses de dezembro e janeiro, bem como durante o Carnaval com o famoso Galo da Madrugada e o frevo de Olinda. É recomendável fazer reservas com antecedência se planeja visitar durante esses períodos.

A Praia de Boa Viagem, famosa e urbanizada, é outro ponto turístico que não pode faltar no itinerário de quem visita Recife. Suas águas esverdeadas e coqueiros ao longo da orla criam um cenário paradisíaco para os visitantes

Curiosidades: Recife abriga curiosidades fascinantes, como ser o local do maior bloco de Carnaval do mundo, o Galo da Madrugada, e ter um histórico de alta incidência de tubarões. A cidade também é conhecida pela sua tradição culinária, destacando-se o bolo de rolo, uma sobremesa típica recheada com goiabada.

Em resumo, Recife é uma metrópole que equilibra com maestria seu passado histórico com a modernidade, oferecendo aos visitantes uma experiência única de imersão em cultura, história e belezas naturais​

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