No que se refere ao futuro, 87% dos turistas brasileiros expressam o desejo de realizar viagens mais sustentáveis nos próximos 12 meses. Esse percentual posiciona o Brasil entre os 10 países com maior interesse em viajar de maneira sustentável, e as razões para isso variam desde a convicção de que é o correto a fazer (31%) até o sentimento de culpa ao optar por uma escolha menos sustentável (55%).

Principais barreiras para os viajantes brasileiros

No entanto, o sentimento de desânimo ao fazer escolhas de viagem mais sustentáveis pode estar diminuindo essas escolhas. A pesquisa revelou que, pela primeira vez, alguns viajantes não reconhecem a importância de prestar atenção nos impactos de suas escolhas, já que 34% acreditam que os danos existentes já são irreversíveis e que as opções de viagem que fizerem não vão mudar essa situação. E um dado sobre a rejeição do problema é ainda mais alarmante: um quarto dos viajantes brasileiros (25%) não acha que a mudança climática é tão grave quanto parece.

De acordo com o estudo recente, esses dados refletem nas escolhas dos viajantes e, no Brasil, quase um terço (32%) das pessoas considera importante viajar de maneira mais sustentável, mas não acha isso uma prioridade na hora de planejar ou reservar uma viagem. Além disso, 21% dos viajantes brasileiros relatam que não aguentam mais ouvir falar de mudança climática o tempo todo. Por isso, uma mudança de consciência coletiva é mais importante do que nunca, para garantir que as viagens mais sustentáveis continuem sendo prioridade.

Além disso, 24% acham que o tempo gasto em uma viagem é precioso demais para colocar a sustentabilidade no topo da lista, e mais de um terço (39%) acredita que não faz sentido ser mais sustentável em um destino que não implementa esse tipo de prática.

Responsabilidade compartilhada é uma oportunidade para todo o setor

Por um lado, o levantamento demonstra o sentimento de impotência dos viajantes, mas outros dados mostram a compreensão do papel que os viajantes têm para reduzir as consequências negativas que causam na natureza. Afinal, 83% dos viajantes brasileiros afirmam que desejam deixar os lugares melhores do que quando chegaram, e 43% acham que eles têm o potencial de neutralizar os impactos sociais das viagens.

O estudo também mostra que metade dos entrevistados (50%) acham que os governos têm o maior potencial para combater os efeitos econômicos, e 48% acreditam que os prestadores de serviço são fundamentais para resolver os fatores ambientais. Além disso, para 44% dos viajantes do país, o governo é responsável por educar as pessoas sobre os impactos das viagens e do turismo.

As responsabilidades ainda se estendem à forma como os consumidores recebem apoio para pôr em prática suas intenções. Encontrar uma acomodação com um ícone de sustentabilidade é atrativo para quase metade dos viajantes (49%), e 76% concordam que todos os sites de reservas de viagens devem usar as mesmas certificações ou rótulos sustentáveis.

O lado bom de ser sustentável

Apesar das novas frustrações, os viajantes que afirmam fazer escolhas mais conscientes também acham que experiências mais sustentáveis estão, na verdade, agregando valor às suas viagens. Nesse aspecto, o Brasil ganha posição de destaque: 72% dos viajantes afirmam que são a melhor versão de si quando viajam de maneira sustentável, comportamento que reflete quando voltam para casa – sendo uma das 10 nacionalidades mais engajadas nesse quesito.

Além disso, 83% acreditam que testemunhar práticas sustentáveis enquanto viajam os inspira a serem mais sustentáveis no dia a dia. Entre os brasileiros que adotaram comportamentos sustentáveis nas viagens, isso foi visto como uma melhoria para 97% que fizeram passeios ou atividades para ter experiências autênticas, locais e culturais, 97% que fizeram compras em lojas pequenas e independentes, e 96% que planejaram as viagens para poder caminhar, andar de bicicleta ou usar o transporte público.

“Embora muitos viajantes tenham mantido um senso de otimismo e o desejo de causar um impacto mais positivo, o setor tem a oportunidade crítica de acelerar os esforços para facilitar essas escolhas para todos”, disse Danielle D’Silva, diretora de sustentabilidade da Booking.com. “É importante garantir que opções mais sustentáveis não estejam só prontamente disponíveis, mas também sejam fáceis de confiar e entender. Embora os sinais de frustração do consumidor devam ser uma preocupação, também são um lembrete para manter nosso foco no trabalho impactante que sabemos que pode fazer a diferença não só para viajantes, mas também para comunidades e destinos em todos os lugares”.

Pesquisa encomendada pela Booking.com e realizada de maneira independente com 31.550 entrevistados em 34 países e territórios. Para participar dessa pesquisa, as pessoas deveriam ter mais de 18 anos, terem viajado pelo menos uma vez nos últimos 12 meses e estarem planejando uma viagem em 2023. Além disso, deveriam ser responsáveis pela decisão ou estarem envolvidas no processo de tomada de decisão da viagem. A pesquisa foi feita on-line e ocorreu em fevereiro de 2024.

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