BR153: saiba porque esta rodovia é tão importante para o desenvolvimento do Brasil

Ela é o elo de ligação de inúmeras cidades do Brasil, indo de São Domingos do Araguaia (PA) até Aceguá (RS). São, ao todo, 3.585 quilômetros de extensão pelos estados do Pará, Tocantins, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grand

Fernanda Cappellesso
Por Fernanda Cappellesso
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Cada vez que o país vive uma onda de protestos que envolvem os caminhoneiros, a  BR-153, também conhecida pelos nomes de Rodovia Transbrasiliana é uma das avenidas paralisadas. Também conhecida por Rodovia Belém-Brasília, a BR 153 é a quinta maior rodovia do Brasil. Ela é o elo de ligação de inúmeras cidades do Brasil, indo de São Domingos do Araguaia (PA) até Aceguá (RS). São, ao todo,   3.585 quilômetros de extensão pelos estados do Pará, Tocantins, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, terminando na Fronteira Brasil–Uruguai.  Uma curiosidade é que entre os municípios de Marabá e São Domingos do Araguaia ela tem o mesmo traçado da BR-230.

A BR-153 é uma das principais vias de acesso à região central do Brasil, sendo uma rodovia de grande importância, sobretudo para os estados do Tocantins e de Goiás e da  região do Triângulo Mineiro, em Minas Gerais. A BR-153 foi construída em uma época em que o estado de Goiás (incluindo o atual Tocantins) necessitava de um elo com o restante do Brasil. Sua construção foi fundamental para o desenvolvimento da região.

No Tocantins, o processo de urbanização  foi estimulado pela construção da rodovia Belém-Brasília que se constituiu no novo eixo de desenvolvimento econômico e populacional da região, transformando-a em uma área de atração. E deslocou a economia e a urbanização do vale do rio Tocantins para o divisor de água de sua margem esquerda. O movimento de ocupação humana e econômica no Tocantins está condicionada a orientação da BR-153 depois de sua construção. Um novo processo de urbanização fez com que surgem varias cidades as margens da rodovia Belém-Brasília, sendo hoje algumas delas as principais do novo estado, tais como: Gurupi, Paraiso do Tocantins, Paraíso, Guaraí, Colinas e Araguaina. Na verdade, a criação da rodovia 153 é resultado de uma política

 

Essa rodovia gigante é a principal ligação do Meio-Norte do Brasil, formado pelos estados do Tocantins, Maranhão, Pará e Amapá, com a Região geoeconômica Centro-Sul do país. Devido a esse fato e somado ao grande fluxo de veículos, a BR-153 é considerada atualmente como uma das principais rodovias de integração nacional do Brasil. Algumas importantes cidades brasileiras, assim como Passo Fundo(RS), Marília (SP), São José do Rio Preto (SP), Goiânia (GO), Anápolis (GO), Palmas (TO), Araguaína (TO), Imperatriz (MA), Marabá (PA) e Belém (PA), a utilizam como o principal corredor de escoamento. 

Além da importância para o escoamento da produção, ela também muito utilizada para chegar a regiões turísticas, tais como  Caldas Novas/Rio Quente  em Goiás, as cidades históricas de Pirenópolis e Goiás Velho (GO);  o Rio Araguaia; a Ilha do Bananal;  o Rio Tocantins;  o Jalapão; o Monumento Natural das Árvores Fossilizadas (em Filadélfia, TO);  a Chapada das Mesas , que fica no Maranhão; o lago de Serra da Mesa, que é o lago artificial formado pela construção da Usina Hidrelétrica Serra da Mesa,  em Goiás; a região do Contestado, que fica no Paraná e em Santa Catarina;  além dos Balneários de águas termais de Marcelino Ramos, Piratuba e redondezas. Além destas regiões, a BR-153 também é utilizada como rota de acesso a outras importantes capitais do país, tais como Brasília, Macapá (via balsa), São Luís, Teresina e São Paulo

Durante muito tempo, a BR-153 foi considerada uma rodovia bastante perigosa pela péssima conservação e seu traçado sinuoso no meio do cerrado goiano. Hoje sua duplicação entre Goiânia e Itumbiara e na região sul de Goiás encontra-se totalmente concluída. Os nomes de Rodovia Belém-Brasília e de Rodovia Bernardo Sayão, são aplicados apenas no trecho localizado entre os entroncamentos com a BR-226 (em Wanderlândia, TO) e com a BR-060(em Anápolis, GO). A rodovia já foi chamada de BR-14 até o ano de 1964. Entre Frutal (MG) e Wanderlândia (TO), a BR-153 integra o tradicional trajeto rodoviário que liga São Paulo (SP) a Goiânia (GO) e a Belém (PA).

Os trechos entre a BR-376 (rodovia do café) e entre a cidade de Imbituva (PR) são apenas planejados, mas ainda não foi construídos. O trecho entre Erechim (RS) e Passo Fundo (RS) não é pavimentado, sendo a última etapa de pavimentação da região Sul que ainda não foi concluída atualmente (2021).

 

Conheça a história da rodovia

 A Inauguração da BR-53 aconteceu oficialmente nos anos 1960, quando a rodovia ainda era chamada BR-14. Oficialmente, de acordo com o DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), órgão do Ministério dos Transportes responsável pelas estradas brasileiras, a BR-153 começa em São Domingos do Araguaia (PA) e termina em Aceguá (RS). Ela  só ganha o nome de Transbrasiliana no estado de São Paulo. A BR-153 possui trechos de maior ou menor qualidade/dificuldade, dependendo de vários fatores (alguns deles mais ou menos de natureza permanente, outros temporários). Diferentemente da BR-101 e da BR-116, ela não segue a orla marítima, onde está assentada a maior parte da população brasileira, mas sim permanece sempre no interior, atravessando o Brasil de norte a sul.