Conheça o fantástico e o maior monumento fossilizado do mundo que fica no Brasil

O acervo natural ocupa uma área de 32 mil hectares do cerrado tocantinense e a Unidade de Conservação ambiental foi criada pela Lei 1.179 de 4 outubro de 2000

Fernanda Cappellesso
Por Fernanda Cappellesso
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O Monumento Natural das Árvores Fossilizadas do Tocantins (Monaf) está localizado no município de Filadélfia, a cerca de 430 quilômetros de Palmas, 1.221,0 km de Goiânia e a   1196 km de Brasilia.  O local  é uma Unidade de Conservação (UC) sob responsabilidade do Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins). 

 

O Monumento Natural das Árvores Fossilizadas do Estado do Tocantins tem este nome em função da existência de tais sítios paleontológicos e arqueológicos onde são encontrados os fósseis de árvores como pteridófitas, esfenófitas, coníferas e cicadácias. Os fósseis são chamados de “Pedras de Pau” pela comunidade local.

 

O acervo natural ocupa uma área de 32 mil hectares do cerrado tocantinense e a Unidade de Conservação ambiental foi criada pela Lei 1.179 de 4 outubro de 2000. De acordo com pesquisas realizadas no local, os fósseis têm mais de 250 milhões de anos. Entre os principais fósseis encontrados no monumento destacam-se as samambaias arborescentes.

 

Tais fósseis constituem uma peça-chave do patrimônio científico mundial, tendo enorme importância para estudiosos que investigam florestas, o clima e a ecologia planetária do período Permiano. Entre os elementos paleobotânicos do Monumento, destacam-se samambaias arborescentes. Estas, no Neopaleozóico, distribuíram-se largamente pela Terra em meio às comunidades de plantas higrófilas de terras baixas, exibindo uma notável diversidade de padrões morfológicos, anatômicos, ecológicos e de crescimento.

Os vegetais fósseis são encontrados em afloramentos que distribuem como “manchas” descontínuas pela área. Estão associados, quando “in situ”, a arenitos e lamitos da Formação Motuca. Todavia, na forma alóctone, frequentemente estão misturados a fragmentos de silexitos da Formação Pedra de Fogo. Isto se dá em áreas altas, que marcam a transição Pedra de Fogo Motuca, ou é verificado em encostas, ravinas e riachos.

O alto índice de samambaias indica que a região central do Tocantins era uma planície costeira com um farto sistema hídrico durante o período Permiano. O clima era tropical, mas apenas com um estudo de campo mais detalhado será possível concluir se o ambiente era amazônico ou parecido com o Cerrado. Pode parecer que pouco mudou por ali nos últimos milhões de anos, mas os chapadões indicam o contrário. Eles surgiram depois das árvores fossilizadas e seriam dunas de deserto que se transformaram em rochas. Mais um sinal do valor histórico da Unidade de Conservação.

A Unidade de Conservação conta com um Centro de Recepção de Visitantes, que fica localizado no distrito de Bielândia, no município de Filadélfia. O local dispõe de uma estrutura adequada para receber profissionais e acadêmicos, contando com sede administrativa, banheiros, alojamentos masculinos e femininos, auditório e estacionamento. 

 

Foto: G1 TO