Ipê Amarelo mais antigo de Goiânia que tem 70 anos

O ipê é o símbolo do Cerrado, e Goiânia é considerada a capital deste bioma. No coração da cidade, na esquina das avenidas Contorno e Araguaia, destaca-se um dos maiores tesouros naturais da capital: um majestoso ipê-amarelo, com quase 70 anos de história. Este exemplar, além de sua imponência visual, carrega o título de mais antigo de Goiânia e simboliza a resistência da natureza em meio ao avanço urbano.

Plantado em 1957 no quintal da casa de Cecília de Siqueira Brito, uma paulista que escolheu Goiânia para viver, o ipê tornou-se parte da memória afetiva da cidade. Mesmo após a demolição da residência em 1979, a árvore resistiu e permaneceu firme, agora no terreno que abriga um estacionamento. Durante os meses de setembro e outubro, sua copa robusta e repleta de flores amarelas ilumina o espaço, transformando o local em um verdadeiro espetáculo para os olhos.

A relevância do Ipê Amarelo

Com aproximadamente 15 metros de altura, o ipê da Avenida Contorno é um dos mais altos da capital e possui uma das copas mais volumosas entre os milhares de exemplares existentes na cidade. Goiânia, que conta com cerca de 50 mil ipês em seu território, tem neste exemplar um marco singular, tanto pela sua longevidade quanto pelo impacto cultural.

A árvore não apenas enfeita a paisagem urbana, mas também reúne pessoas que se encantam com sua beleza. Durante a florada, o estacionamento onde está localizado transforma-se em um ponto de encontro, atraindo moradores, fotógrafos e visitantes em busca de um registro do ipê e do tapete amarelo que suas flores formam no chão.

Preservação e tombamento do Ipê Amarelo

Para assegurar a preservação desse patrimônio natural, a Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma) elaborou um relatório propondo o tombamento do ipê como Patrimônio Natural Goianiense. A medida visa proteger a árvore contra possíveis intervenções urbanísticas que possam colocá-la em risco. Além de sua relevância ambiental, o ipê carrega um valor cultural e histórico, representando a memória de uma época em que Goiânia ainda estava em seus primeiros passos como cidade planejada.

A proposta de tombamento está em análise pela Secretaria Municipal de Cultura, e o processo seguirá para apreciação na Câmara Municipal. Enquanto isso, a Amma mantém o monitoramento constante da árvore, garantindo sua integridade e evitando atos de vandalismo ou negligência.

Impacto na comunidade

A história do ipê também é marcada por seu papel na vida cotidiana dos moradores. No estacionamento onde se encontra, trabalhadores, moradores e visitantes compartilham histórias e momentos que reforçam o vínculo entre a comunidade e a árvore. Muitas famílias aproveitam a florada para tirar fotos e transformar o local em um espaço de lazer e convivência.

Para aqueles que convivem diariamente com a presença do ipê, como vendedores e comerciantes da região, a árvore vai além de sua beleza natural. É um elemento que traz tranquilidade e reflexão, destacando a importância de preservar o que é único na cidade.

O ipê-amarelo mais antigo de Goiânia é mais do que uma árvore; é um símbolo da resiliência do Cerrado e da importância de manter a natureza viva em ambientes urbanos. Em uma cidade em constante crescimento, ele permanece como um lembrete de que a história e a beleza natural devem caminhar lado a lado com o progresso. Caso o tombamento seja aprovado, ele será um marco definitivo na proteção de um dos maiores legados ambientais e culturais de Goiânia.

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