Marca lança peças de roupas feitas com cabelo humano
Além de uma estética única, o uso de cabelo humano é sustentável e possui uma usabilidade mais agradável
No mundo onde a moda está no centro das atenções, uma empresa holandesa está dando um “corte” nos padrões tradicionais ao transformar cabelos humanos descartados em uma coleção de roupas que é mais do que um simples desfile de estilo – é uma revolução.
O projeto um tanto quanto inusitado, busca substituir materiais, como lã, algodão e fibras sintéticas, que teriam maior impacto ambiental, por cabelo humano, que muitas vezes é cortado e descartado.
A Human Material Loop, empresa por trás dos produtos, afirma que quer realizar “uma verdadeira revolução têxtil”. Eles não estão apenas cortando laços com a produção convencional, estão lançando uma moda que é tão ousada quanto ética.
O compromisso ambiental
Os primeiros “looks” dessa nova onda fashion já estão fazendo sucesso. De casacos a blazers, a empresa está arrasando no palco da sustentabilidade. Eles não estão apenas fazendo uma entrada triunfal, mas estão reescrevendo a forma como as pessoas consomem e produzem roupas. Prova de que estilo e consciência ambiental podem caminhar lado a lado.
Mas nem só de “agenda woke” vive a empresa, os benefícios sustentáveis também podem ser vistos e sentidos. Por ser um material natural, o cabelo preserva a mesma qualidade da lã ou das fibras sintéticas, além de reter ainda mais o calor, é antibacteriano, incrivelmente durável e hipoalergênico.
“Precisamos de mudanças radicais no nosso sistema de produção para manter o nosso planeta para as gerações futuras”, diz Zsofia Kollar, fundadora da startup. “Lixo é apenas matéria-prima que foi parar no lugar errado”, completou.
Ao usar “o que os cabeleireiros descartam”, a Human Material Loop está alinhada com uma missão: não só criar moda, mas fazer isso de maneira rastreável e ética, desde a origem dos fios nos salões até a confecção das peças.
O lado negativo da moda
A indústria da moda, segunda maior poluidora do planeta depois da indústria petrolífera, é culpada por utilizar milhares de produtos químicos, gerar milhões de toneladas de resíduos e consumir enormes volumes de água doce para fabricar roupas. Além disso, o constante aumento nas compras de vestuário resulta em poucas peças sendo reutilizadas ou recicladas.
A produção de matérias-primas como o algodão e a lã, por exemplo, tem grande impacto ambiental, e as fibras sintéticas, utilizadas em 72% das roupas, não são biodegradáveis e podem levar até 200 anos para se decompor. Em contrapartida, milhões de quilogramas de cabelo humano acabam em aterros sanitários ou incineradores, onde podem emitir gases tóxicos e demoram muitos anos para começar a decompor.
Apesar de parecer algo inusitado, a novidade não é novidade assim. Várias grifes de luxo já utilizaram cabelos em coleções específicas. Por exemplo, as crinas de cavalo nos acessórios de Ann Demeulemeester e Helmut Lang, o casaco de peruca sintética de Margiela, o tricô da Fashion East, e criações de Alexander McQueen, todas contendo mechas de cabelo.
O diferencial aqui, é um compromisso ainda maior. Não só pela estética, não apenas mechas, mas todo um produto com uma missão em especial.
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