Silvio Santos vende Jequiti para gigante do mercado

A Jequiti, fundada em 2006, é conhecida pelo seu modelo de venda direta, utilizando consultores para vender seus produtos, com um portfólio de cerca de 500 itens e aproximadamente 230 mil consultores

Thaís Muniz
Por Thaís Muniz
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Sílvio Santos, aos 93 anos, avança na transferência de seus bens para suas filhas e esposa. Nesta semana, o empresário assinará a venda de 50% da Jequiti Cosméticos para a CIMED, uma empresa de capital aberto. Detalhes da transação serão divulgados em breve ao mercado financeiro. A informação foi revelada pelo jornalista Ricardo Feltrin.

A decisão de Sílvio Santos faz parte de um processo iniciado durante a pandemia e intensificado no ano passado. Na época, o empresário informou ao presidente Lula (PT) que passaria a presidência do SBT e as outorgas e concessões dos canais da rede para sua filha, Daniela Beyrute. Essas concessões foram obtidas durante o governo de João Figueiredo, na época da Ditadura Militar.

A estratégia de transferência de bens em vida, conhecida como “usufruto”, visa garantir a continuidade do controle familiar sobre as empresas e evitar conflitos na divisão de bens após sua morte. Sílvio Santos continua sendo o dono de tudo enquanto estiver vivo, mas os bens já estão divididos entre os herdeiros.

Impacto da Crise no Banco Panamericano

A fortuna de Senor Abravanel, atualmente estimada em R$ 1,6 bilhão, sofreu uma redução significativa de R$ 1,2 bilhão desde a crise do Banco Panamericano. O banco foi vendido para o BTG Pactual por R$ 450 milhões após a descoberta de um rombo de mais de R$ 2,5 bilhões, que ameaçava a economia brasileira.

Durante essa crise, a gestão do Grupo Sílvio Santos foi transferida para sua filha Renata Abravanel, que permanece como presidente até hoje e foi responsável pela assinatura dos documentos de venda.

Além da Jequiti, Sílvio Santos já se desfez de outras operações ao longo dos anos. Durante a crise do Banco Panamericano, ele vendeu as lojas do Baú da Felicidade para a Magazine Luíza, embora a marca Baú da Felicidade continue sob propriedade da família Abravanel.

Recentemente, Sílvio também vendeu um terreno no bairro do Bixiga, encerrando uma disputa de 30 anos para a construção de um condomínio no local. A Prefeitura de São Paulo pagou R$ 65 milhões pelo terreno, R$ 16 milhões a menos que o valor pedido inicialmente.

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