7 poetas goianos que todo mundo precisa conhecer

O Dia do Poeta é celebrado anualmente em 20 de outubro. Esta data celebra o profissional, que pode (e deve) ser reconhecido como um artista escritor, que usa de sua criatividade, imaginação e sensibilidade para escrever, em versos, as poesias que faz. O principal propósito da data é incentivar a leitura, escrita e publicação de obras poéticas nacionais.

Há séculos as pessoas se emocionam, riem e choram com essas belas produção artísticas, consideradas como uma das Sete Artes Tradicionais. Aqui em Goiás tem muitos poetas bons e para homenageá-los, hoje separamos 7 nomes importantes na literatura goiana. Confira:

 

Cora Coralina

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Provavelmente é uma das autoras mais reconhecidas na literatura brasileira. Tendo concluído apenas a 4ª série do ensino fundamental, Cora encanta a todos que entram em contato com seus livros, poemas, poesias e artigos que destilam a alegria de viver. Seu primeiro livro foi lançado em junho de 1965, quando já tinha quase 76 anos de idade.

 

José Godoy Garcia

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Natural de Jataí, José morou no Rio de Janeiro na década de 30 e ao retornar para Goiás publicou o “Rio do Sono”, que fala do fazer poético e do que inspira um escritor. Além disso, o autor teve diversas obras publicadas como: Araguaia Mansidão (1972); Aqui é a Terra (1980); Entre Hinos e Bandeiras (1985); Os morcegos (1987); Os dinossauros dos sete mares (1988) dentre outros.

 

Bernardo Élis

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Também nascido em Corumbá de Goiás, Élis foi o primeiro e único membro goiano da Academia Brasileira de Letras. Foi poeta, contista e romancista, além de advogado e professor.

 

Gilberto Mendonça Teles

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O escritor faz parte do seleto grupo de autores de Goiás que ultrapassaram as fronteiras do estado e ganharam visibilidade na literatura brasileira. Nascido em Bela Vista de Goiás, é conhecido tanto pela sua produção poética como pelos seus importantes estudos sobre o modernismo e a vanguarda na poesia.

 

Lêda Selma

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Membro da cadeira 14 da Academia Goiana de Letras, Lêda é poetisa, contista, cronista, e integra várias antologias nacionais e internacionais. É verbete em diversos trabalhos críticos goianos, e, também, em obras de alcance nacional como “Dicionário de Mulheres”, de Hilda Agnes Hübner Flores, e “Enciclopédia de Literatura Brasileira”, Afrânio Coutinho. Publicou 14 livros (7 de poemas e 7 em prosa).

 

Yêda Schmaltz

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Recém-nascida no estado de Pernambuco 1941, foi levada para Ipameri (GO), terra do seu pai. É neta do poeta Demóstenes Cristino um dos iniciadores do modernismo em Goiás. Bacharel em Letras Vernáculas e em Direito, foi professora da Universidade Federal de Goiás, Instituto de Artes. Tem mais de 20 obras publicadas, recebeu inúmeros prêmios e distinções, cabendo destacar o da Associação Paulista de Críticos de Arte, reconhendo sua obra “Baco e Anas brasileiras” como o melhor livro de poesia, em 1985. Yêda foi voz feminina da poesia de Goiás.

 

Leodegária De Jesus

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Leodegária Brazília de Jesus nasceu em Caldas Novas em 1889. Ela foi uma das primeiras mulheres a lançar um livro de poemas em Goiás. Documentos apontam 1906 como ano da publicação da sua primeira obra, “Coroas de Lírios”, que ela teria escrito aos quinze anos e publicado aos dezessete. O fato de ter sido uma escritora negra marcou as dificuldades que a escritora enfrentava naquela época. Tanto que, durante muito tempo, sua obra caiu no ostracismo. Uma revisão da literatura aponta que os poemas de Leodegária não foram bem recebidos quando publicados. Sua literatura é autobiográfica, carregada de romantismo e forma parnasiana. Na época em que Leodegária escreveu seus livros, seu estilo literário modernista já despontava em outras partes do Brasil, principalmente no eixo Rio-São Paulo. Isso mostra o tardio contato da literatura goiana com o movimento.

A escritora Darcy Denófrio descreve Leodegária de Jesus como o primeiro punho lírico feminino em Goiás. “Mulher admirável, foi ela pioneira em mais de um sentido: estudou até Latim, numa época em que as mulheres brasileiras morriam analfabetas; foi chefe de família, quando a mulher não cumpria esta função; foi escritora, quando a mulher não escrevia; escreveu livro de poemas entre os 14 e os 15 anos, época em que a mulher aprendia tão somente os ofícios domésticos em prisão domiciliar; publicou-o mal entrando em seus 17 anos, quando os poetas, seus pares, tinham idade para ser seus pais ou até mesmo seus avós; e numa década pródiga em livros, rica para a Literatura Goiana, quando foi dela a única voz que salvou a mulher do total silêncio nas Letras, perdurando o seu solo por quase meio século.”

 

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Fotos reproduzidas da Internet (Wikipédia)

 

 

Goiânia recebe encontro nacional da Academia de Letras com entrada gratuita

A Academia Goiana de Letras (AGL), recebe, de 19 a 21 de outubro, o “Encontro de Academias de Letras: painel literário do Brasil-Central e convidados”, aberto ao público. O evento, que reunirá acadêmicos e presidentes de academias de letras de diversas partes do Brasil, ocorre na Casa Colemar Natal e Silva, sede da AGL, Rua 20, número 175, Centro de Goiânia. O principal objetivo do projeto é promover intercâmbio e partilha de ideias e experiências. 

As conferências vão abordar temas sobre ecologia e meio ambiente, com destaque para o enfoque sobre o Cerrado, sempre pelo viés da literatura. Participarão como conferencistas os acadêmicos presidentes de Academias de Letras do Centro-Oeste, do Tocantins, Espírito Santo e Rio de Janeiro, além do decano da Academia Goiana de Letras, Gilberto Mendonça Teles.

Na abertura haverá uma apresentação cultural dos alunos do Instituto de Educação e Artes Gustav Ritter, seguida de uma palestra do geógrafo Eguimar Chaveiro, membro do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás e professor da Universidade Federal de Goiás.

Ao final do evento será lida por José Ubirajara Galli Vieira, presidente da Academia Goiana de Letras, a “Carta de Goiânia”, documento síntese do evento, produzido pelo conjunto dos participantes, com edição final da escritora Lêda Selma, sintetizando as palestras, evidenciando suas preocupações literárias e ambientais.

Confira abaixo programação completa:
 
 
Dia 19 de outubro de 2022
Abertura do Painel Literário
 
10h – Apresentações dos convidados. Momento artístico: alunos do Instituto de Educação e Artes Gustav Rither
 
10h30min às 12h – Conferência do Professor Doutor Eguimar Chaveiro: A ocupação humana do cerrado e a narrativa decorrente. Debates
 
14:30h às 17:00h – Mesa redonda 1
 
Conferência da Presidente da Academia Mato-Grossense de Letras, Acadêmica Sueli Batista: A participação da mulher na vida acadêmica.
 
Conferência da Presidente e ex-presidente da Academia Espírito-Santense de Letras: acadêmica Ester Vieira: São José de Anchieta no Espírito Santo, poeta e dramaturgo

Dia 20 de outubro de 2022
10h às 11:30h – Conferência do Presidente da Academia Carioca de Letras, Sérgio Fonta: O Papel das Academias de Letras no Brasil
 
14:30h às 17:00h – Mesa redonda 2
 
Conferência do Presidente da Academia Tocantinense de Letras: acadêmica Meire Sônia: O papel das academias na vida cultural das cidades novas
 
Conferência do Presidente da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras – Acadêmico Henrique Medeiros – Oportunidades a ameaças enfrentadas pela literatura diante das novas mídias e os suportes
 
Dia 21 de outubro de 2022
10h às 11:30h – Conferência do Acadêmico Gilberto Mendonça Teles – A visão da Poesia e sua relação com os problemas ambientais
 
11:30h – 12h– Encerramento: Leitura da “Carta de Goiânia” pelo presidente da Academia Goiana de Letras, José Ubirajara Galli Vieira.   

 

 

Gilberto Gil é o novo imortal da Academia Brasileira de Letras

Com 21 dos 34 votos possíveis, o cantor, compositor e ex-ministro da Cultura Gilberto Gil foi eleito hoje para a cadeira número 20 da Academia Brasileira de Letras (ABL), vaga com a morte, em 27 de maio do ano passado, do jornalista Murilo Melo Filho. Os outros dois concorrentes foram o poeta Salgado Maranhão e o escritor Ricardo Daunt. 

Os acadêmicos participaram da votação de forma presencial ou virtual, sendo que um deles não votou por motivo de saúde. Os ocupantes anteriores da cadeira 20 foram Salvador de Mendonça (fundador), Emílio de Meneses, Humberto de Campos, Múcio Leão e Aurélio de Lyra Tavares.

O presidente da ABL, Marco Lucchesi, lembrou de uma metáfora oportuna do sociólogo, escritor e político brasileiro Darcy Ribeiro para se referir ao novo imortal da instituição. “Para Darcy, o pássaro da cultura tinha duas asas. Uma delas era erudita e a outra popular. Para que o pássaro possa voar mais longe, ele precisa das duas asas. Certamente, Gilberto Gil é esse traço de união entre a cultura erudita e popular”.

De acordo com Lucchesi, Gil é um intelectual que pensa o Brasil. “Canta e pensa esse país; provou o exílio, em um momento muito difícil da nação; ocupou cargos importantes, como o Ministério da Cultura. Enfim, é um homem poliédrico, que representa parte essencial desses últimos anos do século 20 e do início do século 21. Portanto, ele é um homem que tem muitos traços de união: a política e a poética; século 20 e século 21; a tropicália e o modernismo. Ele é uma figura de extrema riqueza e, certamente, é muito bem-vindo agora como acadêmico, na casa de Machado de Assis”, disse o acadêmico.

O novo acadêmico

Gilberto Gil iniciou sua carreira no acordeon, ainda nos anos de 1950, inspirado por Luiz Gonzaga, pelo som do rádio e pela sonoridade do Nordeste. Com a ascensão da Bossa Nova, Gil passou a tocar violão e, em seguida, a guitarra elétrica, presente em sua obra até hoje. Em seu primeiro LP, Louvação, lançado em 1967, traduziu em música, de forma particular, elementos regionais, como nas canções LouvaçãoProcissãoRoda e Viramundo.

Em 1963, iniciou com Caetano Veloso uma parceria e o movimento Tropicália, que acabou internacionalizando a música, o cinema, as artes plásticas, o teatro e a arte brasileira. O movimento gerou descontentamento do regime militar vigente à época, e os dois parceiros acabaram exilados. O exílio em Londres contribuiu para a influência do mundo pop na obra de Gil, que chegou a gravar um disco em Londres, com canções em português e inglês. Ao retornar ao Brasil, Gil deu continuidade a uma rica produção fonográfica, que dura até os dias atuais. São ao todo quase 60 discos e em torno de 4 milhões de cópias vendidas, tendo sido premiado com nove Grammy.

Suas múltiplas atividades vêm sendo reconhecidas por várias nações, que já o nomearam, entre outros, Artista da Paz, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em 1999; embaixador da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO); além de condecorações e prêmios diversos, como a Légion d’ Honneur da França, a Sweden’s Polar Music Prize, entre outros.

 

*Agência Brasil

Imagem: Ricardo Nunes

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