Companhias aéreas poderão pesar passageiros nos Estados Unidos
De acordo com a FAA, agência reguladora da aviação no dos Estados Unidos, o aumento do sobrepeso na população norte-americana pode causar distorções nos cálculos das aeronaves e, por isso, haverá um novo padrão, que prevê aumento de 12% no peso médio dos viajantes. Diante disso, a agência decidiu emitir uma uma orientação para que a tomada do peso seja feita, para garantir a segurança das aeronaves, pois os dados das aeronaves podem estar desatualizados.
De acordo com o novo protocolo, os valores considerados para planejamento de voo serão de 90 a 92 kg para homens e de 81 a 83 kg para mulheres – incluindo bagagem de mão, enquanto malas despachadas são consideradas à parte. Só que, para obter dados mais realistas, as empresas deverão realizar aferição de campo, o que inclui aferir (ou só perguntar) diretamente às pessoas.
Essa base de informações incluirá médias por companhia aérea, trecho e até mesmo temporada. E nem mesmo a tripulação escapará da balança, já que também serão aferidos pela agência. Para manter tudo atualizado, deverá ocorrer novas aferições a cada 36 meses, permitindo otimizar as operações e cálculos de voo (principalmente no que diz respeito às cargas e ao combustível).
No entanto, a FAA explica que os passageiros podem ser abordados aleatoriamente, como ocorre com as revistas de segurança. Mas há uma ênfase no direito de a pessoa se recusar a participar da pesquisa de peso de passageiros, seja subindo na balança no aeroporto ou informando o próprio peso.
“Um funcionário que opta por pesar passageiros como parte de uma pesquisa deve tomar cuidado para proteger a privacidade deles. A leitura da balança deve permanecer oculta da vista do público. O funcionário deve garantir que quaisquer dados de peso do passageiro coletados permaneçam confidenciais”, diz a circular da FAA.
Propostas semelhantes já foram estudas por companhias aéreas low-cost no passado, que cogitaram até cobrar valores adicionais para passageiros com peso acima do determinado – o que, no mínimo, poderia ser considerado gordofobia. Entretanto, a base criada pela FAA não prevê discriminação dos passageiros e servirá apenas para análises das companhias – por isso, será voluntária.
Determinar o peso da aeronave e a distribuição é essencial para os cálculos do Centro de Gravidade, que já foram responsáveis por incidentes aéreos, como é o caso de um Airbus A350 da Air France que voltou a Paris depois que um contêiner se moveu no porão de cargas em março de 2020. E também é relevante para parâmetros de potência dos motores, altitude e velocidade no voo.
Fonte:
Exame
Estado de Minas
www.faa.gov