Passagens aéreas devem ficar mais caras e o motivo é surpreendente 

À medida que as pessoas voltam a viajar e até a China abandona as suas rigorosas restrições contra Covid-19, fica cada vez mais claro que o mundo precisa de mais aviões. Companhias aéreas do mundo inteiro fazem, ou cogitam fazer, pedidos de centenas de aeronaves.

Mas, com as restrições da cadeia global de fornecimento de peças, pode levar anos para que esses aviões sejam entregues. A consultoria Jefferies estima que haja uma carteira de pedidos de 12.720 aeronaves atualmente. Isso significa que as passagens aéreas caríssimas, alvo de reclamações de consumidores do mundo inteiro, vieram para ficar. E as coisas podem piorar antes de melhorar. As informações são da Folha de Pernambuco.

A Boeing e a Airbus, gigantes da fabricação de aviões que desfrutam de um duopólio no fornecimento de jatos de passageiros, já esgotaram sua capacidade de atender pedidos para seus modelos mais populares até pelo menos 2029.

A maior demanda por aviões, à medida que as pessoas voltam a voar com força total e as operadoras procuram renovar frotas envelhecidas, aumenta os desafios da cadeia de suprimentos — desde a dificuldade em obter componentes até a escassez de mão de obra.

No início deste mês, a Airbus reduziu sua meta de entrega de 700 jatos este ano, citando problemas na cadeia de suprimentos, e alertou anteriormente que um salto nos custos de energia pesará fortemente para fornecedores menores.

Os milhares de aviões que as transportadoras armazenaram em desertos ao redor do mundo, sem saber quando a demanda retornaria à medida que as viagens aéreas pararam devido à pandemia de Covid e com os países fechando as fronteiras, também estão contribuindo para a escassez.

Centenas de aeronaves não foram trazidas de volta para as frotas, seja porque agora precisam de manutenção pesada depois de tanto tempo sem uso ou porque as companhias aéreas planejam eliminá-las gradualmente e não se preocuparam em encaixá-las em seus cronogramas novamente.

O resultado final para o público são tarifas extremamente altas, que podem aumentar ainda mais à medida que as viagens de negócios retornam e mais pessoas estão dispostas a passar férias no exterior pela primeira vez em anos. Também pode significar voar em aviões mais antigos.

As companhias aéreas na Ásia planejam historicamente frotas em ciclos de 12 anos, o que é menor do que na maioria das outras regiões. Mas durante as reestruturações pelas quais as transportadoras passaram nos últimos anos. Mas, para Boeing e Airbus, entregar os aviões que venderam no prazo agora é o problema número um.

A Airbus já está vendo companhias aéreas relutantes em fazer novos pedidos de jatos, considerando que tem uma carteira de pedidos de mais de 6.100 aviões para a família A320neo que levaria oito anos para preencher. Embora há muito tempo elogie seu plano de aumentar a produção para até 75 jatos A320 por mês, agora adiou essa meta para meados da década.

Os investidores da Boeing, que anunciou cerca de 850 pedidos brutos este ano, incluindo o acordo da United Airlines em meados de dezembro, estão preocupados com o lento progresso que a fabricante de aviões americana fez para resolver os emaranhados de sua cadeia de suprimentos e acelerar o trabalho em suas fábricas, ressalta o analista da RBC, Ken Herbert.

 

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Foto de Capa: Banco de Imagens

Airbus apresenta o Beluga XL, o avião gigante inspirado em uma baleia sorridente

O novo Beluga XL, o avião de carga da Airbus em forma de baleia sorridente, realizou seu primeiro voo de teste nesta quinta-feira (19) na região de Toulouse, no sul da França.

O Airbus A330-743 Beluga XL servirá para transportar as peças da maioria dos aviões da gama Airbus dos diferentes locais de produção do grupo europeu (situados em vários países, como Alemanha, Espanha e Reino Unido) até a fábrica de Toulouse, onde a montagem é realizada.

A aeronave substituirá progressivamente a atual Beluga ST a partir de 2019 e “faz parte de nosso sistema de produção”, indicou Bertrand George, diretor do programa Beluga XL, detalhando a rede de fábricas europeias envolvidas no quebra-cabeça da Airbus, mas que “só estão a duas horas de voo de Toulouse”.

“Todos os aviões da Airbus, com exceção do A380, que tem seu próprio modo de transporte, passam duas horas no Beluga”, detalhou George.

A semelhança do Beluga XL com a baleia branca homônima se acentuou com os olhos do cetáceo e um grande sorriso pintado na parte da frente do avião, uma decoração decidida pelos funcionários do grupo em uma votação.

O programa, lançado em 2014, prevê a construção de cinco unidades XL. A primeira estará operando em 2019.

Para realizar esta aeronave de 18,9 metros de altura, 63,1 metros de comprimento e cuja fuselagem tem 8,8 metros de diâmetro, os engenheiros partiram de “uma base de A330, da qual modificamos as asas, os motores e a parte inferior da fuselagem”, detalhou George.

Segundo o diretor do programa, o novo avião era necessário para a produção do novo avião de longo alcance A350 XWB, de última geração, que requer materiais compostos.

O voo de teste durou quatro horas e o Beluga XL sobrevoou os Pirineus e parte do Mediterrâneo antes de voltar a Toulouse.