Goiânia é uma cidade gigante dentro de seus 728, 8 km². A cidade é responsável por abrigar uma encantadora harmonização de culturas, seja através dos universos gastronômicos, arquitetônicos, ou no mundo dos negócios.
Provavelmente, você já notou o estilo peculiar das inúmeras construções na Região Central da cidade, onde essa harmonização se faz presente em praças, escolas, bancos, cafeterias, serviço de Corrreios, museus, prédios do Governo e etc.
É desse lado da cidade onde os traços com inspiração parisiense, desenhados pelo arquiteto goiano Attílio Côrrea Lima quando tudo ainda era mato, se une aos traços do modernismo que chegou à uma jovem Goiânia de 20 anos de idade, na década de 1950.
Na mesma época em que outros estilos como neorromântico, neobasilical e neogótico se instalaram em importantes prédios da capital do Art Déco.
E para te ajudar a descobrir um pouquinho da rica história cultural e arquitetônica que esses prédios abrigam, o Curta Mais montou um roteiro com grande parte desses points para você incrementar na lista do seu próximo passeio – que dá até para ser feito de bicicleta!
Residência Abdala Abrão – atualmente, Cerrado Galeria de Arte
Nossa primeira parada será na Rua 84, Setor Sul, na Residência Abdala Abrão. Desenvolvida pelo arquiteto David Libeskind, a casa abriga esboços marcantes da arquitetura modernista na década de 1960.
A obra que já foi casa para o Iphan em Goiânia, foi escolhida por um grupo de galeristas para abrigar a Cerrado Galeria de Arte, a mais recente galeria de arte fixa da cidade que busca promover a divulgação do trabalho brasileiro com a arte contemporânea.
Para sua exposição de inauguração, foram expostas obras do artista goiano Siron Franco, 76. Com o tema “Pensamento Insubordinado” a apresentação trouxe trabalhos inéditos datados de 1961 a 2023.
Residência Abdala Abrão é um ícone modernista no coração de Goiânia
Sua entrada e saída nos direcionam ao nosso próximo destino: o Palácio do Governo.
Palácio Pedro Ludovico Teixeira
Localizado no alto da Praça Cívica, o prédio imponente de vidraças verdes e estrutura simples traz à mente a estrutura minimalista tão presente no modernismo. E é ‘pra’ lá que iremos!
A estrutura de 12 andares funciona como sede da administração pública estadual. E, o que quase ninguém sabe, é que do lado de dentro funcionam serviços de utilidade pública como Vapt Vupt, e uma agência da Caixa Econômica Federal.
Praça Cívica: conheça a história e peculiaridades do marco inicial da construção de Goiânia
E a nossa próxima para está ao fundo do Palácio: a antiga Residência Oficial do Governador, ou o Palácio das Esmeraldas.
Palácio das Esmeraldas
Fundada em 23 de março de 1937, a casa mais verde da cidade foi idealizada por Pedro Ludovico, o primeiro morador daquela que foi erguida para ser a residência oficial do Governador do Estado de Goiás.
Carregando a bandeira do Art Déco, o edifício conta com linhas retas que lhe agracia com um ar de sóbrio, aspirando uma simplicidade.
Para o desenho arquitetônico do prédio a ideia era uma só: o espaço deveria representar a força do estado, manifestando ainda racionalidade e economia.
A capital jovem capital, símbolo de modernidade, foi contemplada então com a imponente e elegante arquitetura que, quando iluminada no fim do dia, recebe o brilho raro e especial de uma esmeralda.
ATENÇÃO – O Curta Mais adverte: cuidado ao se aproximar da residência! Dizem as más línguas que o local é assombrado.
Palácio do Governo de Goiás é uma joia arquitetônica no coração de Goiânia
Centro Cultural Marietta Telles Machado
Compondo o acervo Art Déco da cidade, o Centro Cultural foi construído no ano de 1933. Logo após sua inauguração, o espaço serviu de abrigo para a Secretária Geral do Estado que, mais tarde, deu lugar ao Fórum.
Por ali já passaram também a Secretaria da Fazenda; e o escritório técnico das obras de construção da cidade, em 1936.
Hoje funcionam no prédio algumas unidades da Secretaria de Estado da Cultura, o Museu da Imagem e do Som (MIS), Biblioteca Estadual Pio Vargas, Biblioteca Braille, Gibiteca Jorge Braga e o Cine Cultura.
Já que estamos por aqui, que tal fazer uma pausa para curtir algumas exibições no cinema?
O local é conhecido por rodar filmes com áudio original de filmagens, brasileiro ou não. E também por, de forma de periódica, oferecer sessões gratuitas para a população no geral. Mas, normalmente, o ingresso é ofertado por R$ 10 a inteira e R$ 5 a meia.
Dica: Na segunda-feira, todo mundo paga meia.
Museu Goiano Zoroastro Artiaga (MUZA)
Do ladinho do Centro Cultural está o primeiro museu do Estado de Goiás: MUZA. Seu acervo reúne trabalhos inteiramente ligados à história e riqueza cultura da Região Centro-Oeste. E é lindo de ver!
A história do edifício começou no dia 6 de fevereiro de 1946, quando foi assinado o decreto Lei n°383 para criação do primeiro Museu Estadual.
Documentos da década de 1940, preservados no Arquivo Histórico local, guardam as conversas entre governantes de Goiânia e municípios vizinhos a pedido de doações.
Correios da Praça Cívica
Centralizado entre as vias 82 e Tocantins eleva-se o imponente prédio da primeira estação telegráfica de Goiânia, atual prédio do Correios.
Inaugurado no dia 2 de maio de 1936, a construção viu chegar sua primeira correspondência no 4 de maio, às 9h da manhã. As primeiras correspondências eram pacotes dos jornais Diário de São Paulo, Diário da Noite, A Pátria e Diário Carioca.
Anos mais tarde, na década de 1970, a edificação foi demolida para dar lugar à uma construção maior e de caráter arquitetônico modernista.
Correios da Praça Cívica é histórico e conta um pouco da história de Goiânia
Casa de Pedro Ludovico Teixeira
Erguida entre os anos de 1935 e 1937, a Casa edificada pelo grupo Coimbra e Bueno e sob projeto de Attílio Côrrea, tinha como objetivo abrigar a família de Pedro enquanto ele não estivesse cumprindo mandato.
Com personalidade própria, a casa rosa exala os ideais do movimento Art Déco. Sua fachada majestosa já foi, por vezes comparada à palácios dignos de realeza.
Ali, quem reinava era Dona Gercina Borges, a mulher mais importante da história social de Goiás no século XX, assim como nos anteriores. Por isso, a rua de sua antiga residência – hoje o museu em homenagem ao fundador de Goiânia – recebe seu nome.
O Museu guarda artigos que contam, em detalhes, sobre como era a vida do casal e o nascimento de uma capital planejada.
Conheça a casa histórica que abriga museu e foi residência do fundador de Goiânia
Mito ou verdade? – Durante o tour pela casa, o Guia contou ao Curta Mais que a piscina da casa já foi palco de um trágico acidente.
Palácio Alfredo Nasser
Construído no ano de 1962 para funcionar como casa oficial da ALEGO (Assembleia Legislativa do Estado de Goiás), em parte do terreno reservado ao Bosque dos Buritis.
O imponente prédio surgiu como uma chama arquitetônica viva em uma cidade planejada com predisposição à modernidade.
Com assinatura dos arquitetos Eurico Calixto de Godoi e Elder Rocha Lima, o prédio foi erguido com apenas dois blocos, com poucos detalhes e em formato simples.
Dentro de cada bloco, os ambientes eram divididos por móveis devido à falta de paredes em projetos modernistas.
Ícone modernista foi sede da Assembleia Legislativa de Goiás
E já que chegamos ao Bosque dos Buritis, que tal aproveitar o momento e curtir um pouquinho da natureza?
Há poucos passos da casa rosa de Pedro Ludovico Teixeira, o local foi construído para funcionar como refúgio oficial dos moradores de Goiânia. O local é um verdadeiro ponto de descansos para os moradores do centro urbano.
Durante as tardes, o espaço reúne famílias, amigos, e vira o paraíso dos pets que passeiam com seus donos.
Imagem: Marcos Aleotti Fotografia – Curta Mais
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