Goiânia Art Déco: Festival celebra patrimônio histórico, cultural e arquitetônico da cidade

Com início nesta terça-feira (22), o Festival Goiânia Art Déco recebe uma programação rica em atividades gratuitas, que celebram a rica história arquitetônica e cultural da cidade, até o próximo dia 27 de agosto.

Ao longo dos três primeiros dias do evento, os participantes poderão desfrutar de seminários, exposições, apresentações de jazz, circuitos de arte e muito mais.

Rua

Rua do Lazer, em Goiânia, abriga boa parte do acervo Art Déco da Capital, e foi inspirada nas famosas calçadas francesas

Confira a programação:

 

1º dia | 22 de agosto (terça-feira)

17h: Exposição Art Déco da Agav, Lançamento do Catálogo Art Déco Festival e Apresentação de Jazz. Local: Assembleia Legislativa de Goiás (Alego).


2º dia | 23 de agosto (quarta-feira)

14h30: Seminário “Goiânia: Patrimônio Histórico da Humanidade”. Local: Auditório Julieta Passos/IFG (R. 75).

– Tema 01: Gestão Eficiente: Tombamento, Engrandecimento e Benefícios ao Valor Cultural do Centro de Goiânia.

– Tema 02: Propriedade Goianiense: Patrimônio do Centro de Goiânia, qual sua importância para a sociedade?

– Tema 03: Patrimônio e Identidade – Goiânia dentro do Cenário Histórico Mundial da Art Déco 

19h30: Circuito Déco de Arte da Agav. Local: Saída do Charminho Bar (Av. Araguaia, nº 204).

 Catedral

Catedral Metropolitana de Goiânia carrega os ideais do estilo Art Déco, além da inspiração em outros grandes símbolos e estilos arquitetônicos da época

3º dia | 24 de agosto (quinta-feira)

9h: Exposição do Concurso de Desenho Art Déco e Exposição do Déco Fashion Week. Local: Hall de Entrada da Alego.

10h: Audiência Pública | Art Déco: 20 anos de tombamento. Local: Auditório 01 da Alego.

14h30: Seminário “Goiânia: Patrimônio Histórico da Humanidade”. Local: Auditório Julieta Passos/IFG.

– Tema 01: Art Déco como atrativo turístico em nossa capital.

– Tema 02: O turismo no desenvolvimento do centro de Goiânia.

– Tema 03: Recuperação do protagonismo econômico do centro de Goiânia.

– Tema 04: Processo de revitalização urbana no centro de Goiânia.

19h: Exposição “Paisagens, Patrimônio e Bucolismo”. Local: Café Ogum (R. 5, nº 585).

20h: Roda de Conversa “Empreender e Preservar”. Local: Café Ogum.

 

Art Déco

Goiânia foi a primeira cidade do Brasil planejada no Século XX. Mesma época em que o Art Déco nasceu, alcançando seu apogeu na década de 1930, quando a cidade foi finalmente fundada.

Com quase 90 anos de existência, a cidade é hoje a responsável pelo maior acervo do estilo no país. Sua elegância e sofisticação pode ser identificada, facilmente, nos bairros mais antigos e nos prédios mais importantes da capital.

Imagem: Marcos Aleotti Fotografia – Curta Mais

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Explore a riqueza histórica presente na arquitetura da Região Central de Goiânia

Goiânia é uma cidade gigante dentro de seus 728, 8 km². A cidade é responsável por abrigar uma encantadora harmonização de culturas, seja através dos universos gastronômicos, arquitetônicos, ou no mundo dos negócios.

Provavelmente, você já notou o estilo peculiar das inúmeras construções na Região Central da cidade, onde essa harmonização se faz presente em praças, escolas, bancos, cafeterias, serviço de Corrreios, museus, prédios do Governo e etc.

É desse lado da cidade onde os traços com inspiração parisiense, desenhados pelo arquiteto goiano Attílio Côrrea Lima quando tudo ainda era mato, se une aos traços do modernismo que chegou à uma jovem Goiânia de 20 anos de idade, na década de 1950.

Na mesma época em que outros estilos como neorromântico, neobasilical e neogótico se instalaram em importantes prédios da capital do Art Déco.

E para te ajudar a descobrir um pouquinho da rica história cultural e arquitetônica que esses prédios abrigam, o Curta Mais montou um roteiro com grande parte desses points para você incrementar na lista do seu próximo passeio – que dá até para ser feito de bicicleta!

Residência Abdala Abrão – atualmente, Cerrado Galeria de Arte

Nossa primeira parada será na Rua 84, Setor Sul, na Residência Abdala Abrão. Desenvolvida pelo arquiteto David Libeskind, a casa abriga esboços marcantes da arquitetura modernista na década de 1960.

A obra que já foi casa para o Iphan em Goiânia, foi escolhida por um grupo de galeristas para abrigar a Cerrado Galeria de Arte, a mais recente galeria de arte fixa da cidade que busca promover a divulgação do trabalho brasileiro com a arte contemporânea.

Para sua exposição de inauguração, foram expostas obras do artista goiano Siron Franco, 76. Com o tema “Pensamento Insubordinado” a apresentação trouxe trabalhos inéditos datados de 1961 a 2023.

Residência Abdala Abrão é um ícone modernista no coração de Goiânia

Sua entrada e saída nos direcionam ao nosso próximo destino: o Palácio do Governo.

 

Palácio Pedro Ludovico Teixeira

Localizado no alto da Praça Cívica, o prédio imponente de vidraças verdes e estrutura simples traz à mente a estrutura minimalista tão presente no modernismo. E é ‘pra’ lá que iremos!

A estrutura de 12 andares funciona como sede da administração pública estadual. E, o que quase ninguém sabe, é que do lado de dentro funcionam serviços de utilidade pública como Vapt Vupt, e uma agência da Caixa Econômica Federal.

Praça Cívica: conheça a história e peculiaridades do marco inicial da construção de Goiânia

E a nossa próxima para está ao fundo do Palácio: a antiga Residência Oficial do Governador, ou o Palácio das Esmeraldas.

Palácio das Esmeraldas

Fundada em 23 de março de 1937, a casa mais verde da cidade foi idealizada por Pedro Ludovico, o primeiro morador daquela que foi erguida para ser a residência oficial do Governador do Estado de Goiás.

Carregando a bandeira do Art Déco, o edifício conta com linhas retas que lhe agracia com um ar de sóbrio, aspirando uma simplicidade.

Para o desenho arquitetônico do prédio a ideia era uma só: o espaço deveria representar a força do estado, manifestando ainda racionalidade e economia.

A capital jovem capital, símbolo de modernidade, foi contemplada então com a imponente e elegante arquitetura que, quando iluminada no fim do dia, recebe o brilho raro e especial de uma esmeralda.

ATENÇÃO – O Curta Mais adverte: cuidado ao se aproximar da residência! Dizem as más línguas que o local é assombrado.

Palácio do Governo de Goiás é uma joia arquitetônica no coração de Goiânia

 

Centro Cultural Marietta Telles Machado

Compondo o acervo Art Déco da cidade, o Centro Cultural foi construído no ano de 1933. Logo após sua inauguração, o espaço serviu de abrigo para a Secretária Geral do Estado que, mais tarde, deu lugar ao Fórum.

Por ali já passaram também a Secretaria da Fazenda; e o escritório técnico das obras de construção da cidade, em 1936.

Hoje funcionam no prédio algumas unidades da Secretaria de Estado da Cultura, o Museu da Imagem e do Som (MIS), Biblioteca Estadual Pio Vargas, Biblioteca Braille, Gibiteca Jorge Braga e o Cine Cultura.

Já que estamos por aqui, que tal fazer uma pausa para curtir algumas exibições no cinema?

O local é conhecido por rodar filmes com áudio original de filmagens, brasileiro ou não. E também por, de forma de periódica, oferecer sessões gratuitas para a população no geral. Mas, normalmente, o ingresso é ofertado por R$ 10 a inteira e R$ 5 a meia.

Dica: Na segunda-feira, todo mundo paga meia.


Museu Goiano Zoroastro Artiaga (MUZA)

Do ladinho do Centro Cultural está o primeiro museu do Estado de Goiás: MUZA. Seu acervo reúne trabalhos inteiramente ligados à história e riqueza cultura da Região Centro-Oeste. E é lindo de ver!

A história do edifício começou no dia 6 de fevereiro de 1946, quando foi assinado o decreto Lei n°383 para criação do primeiro Museu Estadual.

Documentos da década de 1940, preservados no Arquivo Histórico local, guardam as conversas entre governantes de Goiânia e municípios vizinhos a pedido de doações.

 

Correios da Praça Cívica

Centralizado entre as vias 82 e Tocantins eleva-se o imponente prédio da primeira estação telegráfica de Goiânia, atual prédio do Correios.

Inaugurado no dia 2 de maio de 1936, a construção viu chegar sua primeira correspondência no 4 de maio, às 9h da manhã. As primeiras correspondências eram pacotes dos jornais Diário de São Paulo, Diário da Noite, A Pátria e Diário Carioca.

Anos mais tarde, na década de 1970, a edificação foi demolida para dar lugar à uma construção maior e de caráter arquitetônico modernista.  

Correios da Praça Cívica é histórico e conta um pouco da história de Goiânia


Casa de Pedro Ludovico Teixeira

Erguida entre os anos de 1935 e 1937, a Casa edificada pelo grupo Coimbra e Bueno e sob projeto de Attílio Côrrea, tinha como objetivo abrigar a família de Pedro enquanto ele não estivesse cumprindo mandato.

Com personalidade própria, a casa rosa exala os ideais do movimento Art Déco. Sua fachada majestosa já foi, por vezes comparada à palácios dignos de realeza.

Ali, quem reinava era Dona Gercina Borges, a mulher mais importante da história social de Goiás no século XX, assim como nos anteriores. Por isso, a rua de sua antiga residência – hoje o museu em homenagem ao fundador de Goiânia – recebe seu nome.

O Museu guarda artigos que contam, em detalhes, sobre como era a vida do casal e o nascimento de uma capital planejada.

Conheça a casa histórica que abriga museu e foi residência do fundador de Goiânia

Mito ou verdade? – Durante o tour pela casa, o Guia contou ao Curta Mais que a piscina da casa já foi palco de um trágico acidente.

 

Palácio Alfredo Nasser

Construído no ano de 1962 para funcionar como casa oficial da ALEGO (Assembleia Legislativa do Estado de Goiás), em parte do terreno reservado ao Bosque dos Buritis.

O imponente prédio surgiu como uma chama arquitetônica viva em uma cidade planejada com predisposição à modernidade.

Com assinatura dos arquitetos Eurico Calixto de Godoi e Elder Rocha Lima, o prédio foi erguido com apenas dois blocos, com poucos detalhes e em formato simples.

Dentro de cada bloco, os ambientes eram divididos por móveis devido à falta de paredes em projetos modernistas.

Ícone modernista foi sede da Assembleia Legislativa de Goiás

E já que chegamos ao Bosque dos Buritis, que tal aproveitar o momento e curtir um pouquinho da natureza?

Há poucos passos da casa rosa de Pedro Ludovico Teixeira, o local foi construído para funcionar como refúgio oficial dos moradores de Goiânia. O local é um verdadeiro ponto de descansos para os moradores do centro urbano.

Durante as tardes, o espaço reúne famílias, amigos, e vira o paraíso dos pets que passeiam com seus donos.

Imagem: Marcos Aleotti Fotografia – Curta Mais

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LG Posé: a incrível TV obra de arte que une tecnologia e design chega a Goiânia pelas mãos do Fujioka

O primeiro aparelho de televisão chegou ao Brasil em 18 de setembro de 1950. Com o passar dos anos, a televisão ganhou mais espaço na vida dos brasileiros.

Como um dos principais meios de comunicação e entretenimento, passou por uma série de mudanças tecnológicas que permitiram a transmissão de novelas, telejornais, esportes, séries, filmes e shows musicais.

Sem dúvidas, a televisão é uma das invenções mais significativas da recente história da humanidade. Seu surgimento foi resultado de uma série de avanços científicos.

Esses avanços continuam a todo vapor. Em 2022, a marca coreana LG lança sua nova linha de televisores: LG OLED. O último aparelho ultra tecnológico dessa coleção a ser lançado pela marca foi a Objet Collection Posé.

Apresentada pela primeira vez na Semana de Design de Milão 2022, a TV, que abraça os projetos mais lindos de arquitetos e decoradores goianos, sustenta extremo potencial para compor ambientes com elegância e modernidade.

Fugindo do convencional, seu suporte é composto por um apoio para chão que lembra os cavaletes de madeira usados em quadros de pintura. Na arquitetura, os cavaletes são vistos como itens alternativos, que trabalham uma mobília com uma pegada mais retrô ou industrial urbana.

Ao casar o design do apoio de chão, com o design arredondado e frágil da tela da televisão, o aparelho oferece um visual mais leve. Seu desenho é capaz de promover uma fácil harmonização desde ambientes neutros e sóbrios a ambientes alegres e coloridos.

Vista de relance, a televisão chama a atenção por sua aparência incomum, que remete à tradicionalidade de obras de arte.

TV

“Eu diria que é uma TV própria para ambientes minimalistas, pois dispensa o uso de um rack ou painel. Ela, por si só, já é um móvel”, explica o arquiteto goiano, Caio Garcia. “Inspirada no conceito dos eletrodomésticos dos anos 1950 e 1960, a Posé traz o retorno do estilo Space Age”.

O compartimento multifuncional da parte de trás, com acabamentos em tecido Calming Beige, opera funções de revisteiro, livreiro e organizador de cabos e acessórios.

Para Adriano Pessoa, gerente de produtos de TV da LG Eletronics do Brasil, “As cores e acabamentos foram desenvolvidos para gerar impacto sem limitar as opções de design dos clientes. O acabamento em tecido Calming Beige cria uma proposta neutra que se adapta a qualquer projeto de design e decoração”.

O revisteiro, como parte da decoração de muitas casas, cria uma peça que ganha pontos pela otimização de espaço. Neste caso, sua estruturação bem pensada ocupa um lugar inutilizado: a parte de trás de uma televisão.

 

Onde encontrar

No Centro-Oeste, o Grupo Fujioka é o primeiro varejista a comercializar o produto. O Lançamento Première acontece no dia 25 de maio, na Casa Cor de Goiânia.

Durante o evento, o artista Samuel Caixeta realiza uma intervenção artística. A ideia é que os convidados experimentem novas perspectivas nesta noite que terá arte e tecnologia”, comenta a gerente de marketing do grupo, Roberta Tibery.

 

Mais sobre a TV Posé

Esse novo modelo, equipado com o Modo Galeria, tem capacidade de transformar sua casa em uma verdadeira galeria de arte. Fique à vontade para escolher a obra que melhor se adapta à sua decoração!

A ativação deste modo disponibiliza, na tela da TV, obras de artistas renomados como Vincent Van Gogh, Claude Monet, Paul Cézanne e Wassily Kandisnky.

A nova TV conta também com a tecnologia de automação e conectividade LG ThinQ AI. Você pode controlar toda a Casa Conectada a partir da televisão!

TV

TV

Além de possuir suporte para Google Assistente, Amazon Alexa e Apple Home Kit, essa opção oferece integrações com produtos compatíveis com o aplicativo.

Com uma tela de 55 polegadas, os televisores com tecnologia OLED Objet Collection Posé possuem resolução 4K UHD e 120 Hz de taxa de atualização.

Seu sistema opera suporte às tecnologias gamers como GeForce Now, VRR, G-Sync e FreeSync Premium, que podem diminuir o tempo de resposta e latência ao se comunicar com placas de vídeo da Nvidia e da AMD.

Conta ainda com processador Alpha 9 Gen5 AI 4K, Dolby Vision IQ, Dolby Atmos, Filmmaker Mode, que promete otimização das qualidades de imagem e som de forma automatizada, utilizando aprendizagem de máquina.

 

Serviço

Fujioka – Lançamento Première

Onde: Casa Cor Flamboyant Shopping Center

Quando: 25 de maio, às 19h

Site: Fujioka

Imagem: Divulgação

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Avenida Paranaíba em Goiânia abriga casa residencial modernista assinada por arquiteto do Conjunto Nacional em São Paulo

O ano era 1952 e o arquiteto recém-formado, David Libeskind, projetava em Goiânia a residência da família Félix Louza. A construção começaria no ano seguinte. A partir de sua base, a casa já chamava a atenção por ser diferente das casas construídas na região.

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Imagens: Acervo de David Libeskind

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Goiânia foi construída sob o idealismo da arquitetura art déco moderna, mas aquele projeto de Libeskind era um tanto quanto singular. Tomando forma na Rua 82, a casa residencial possui um único andar. A movimentação dos carros no cruzamento das principais vias da cidade se erguia como um problema aos donos da construção.

No entanto, Libeskind eliminou as aberturas tradicionais que se voltavam para a rua. A casa se abraçou, voltada para si mesma. As divisórias seriam revestidas por materiais cerâmicos de primeira linha ou cobogós em tons neutros.

As cerâmicas nas paredes podem transformar um ponto exato em local de destaque. Bem como os cobogós. O uso desses materiais no exterior da construção desenhou, sozinho, a beleza do lugar. A distinção entre eles promoveu a união de símbolos da riqueza em uma fachada plena.

Com a divisão de áreas da casa, os pátios receberam a incrementação de jardins. Por ser uma casa “abraçada por si mesma”, o jardim central da construção foi projetado para funcionar como ponto de integração e circulação.

A criação daquele espaço proporcionou a ventilação e iluminação que os ambientes internos precisavam por estarem tão fechados. Em formato retangular, os espaços foram marcados por seu sentido horizontal. O projeto foi encoberto por uma laje de concreto e telhas de cimento amianto.

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Imagens: Acervo de David Libeskind

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Os proprietários do local não escolheram David Libeskind como arquiteto por obra do acaso. As obras de Libeskind foram publicadas por importantes veículos de comunicação como Ad – Arquitetura e Decoração, Acrópole, Habitat, Casa e Jardim e Brasil Arquitetura Contemporânea. Ali ocorria a divulgação da arquitetura moderna no país.

Muitos leitores se imaginaram, por muito, vivendo em “casas de revistas”. Inspirados pela estética da modernidade, o casal Félix Louza se sente influenciado a escolher o então arquiteto para projetar sua residência. Dona Irene se encontra com Libeskind para guiar a projeção. Entre seus desejos, pontua a preferência por uma casa sem janelas, moderno assim como as casas divulgadas em Belo Horizonte.

Na visão do Senhor José, em Goiânia ainda não tinha arquitetos com conhecimentos capazes de entender seus desejos por um lar em estilo modernista. Para um casal viajante, a nova residência para a família deveria ser semelhante as construções vistas em outras regiões do Brasil.

Antes da casa ser construída no Setor Central, a família morava em uma fazenda, no antigo município de Bonfim, hoje Silvânia. Construir a casa não foi trabalho fácil ou rápido para ninguém. A construção levou cerca de dois anos para ser finalizada. Grande parte dos materiais utilizados chegavam de São Paulo, já que em Goiânia não havia instrumentos necessários para o desenvolvimento da obra em questão.

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Imagem: Naldo Mundim

Uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de Goiás (UFG) sobre o morar em arquiteturas singulares utilizou a casa como ponto de estudo. O incrível projeto de David Libeskind era habitação de José Félix Louza e Irene Félix Louza. Juntos, os dois residiram a casa alvo de críticas, sejam elas boas ou ruins.

Em uma antiga Goiânia ainda sem asfalto se erguia a sinuosa construção em estilo moderno. A pesquisa realizada por Isabela Menegazzo Santos de Andrade pela UFG, questiona como foi para os habitantes originais da residência viver em uma casa modernista diante da dura realidade da cidade de Goiânia na década de 1950.

 Imagem de capa: Naldo Mundim 

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Avenida de Goiânia foi projetada para ser o coração econômico da cidade

Não dá pra falar da Avenida Anhanguera sem voltar aos primórdios de Goiânia, quando tudo era mato! O planejamento original de Goiânia foi confiado a Atílio Côrrea Lima pelo Interventor Federal, Pedro Ludovico Teixeira, em 1932. Atílio recebia ali a missão de fazer Goiânia receber a expansão dos mercados. O arquiteto precisava formular um projeto que atraísse a elite urbana para a nova capital. Caso contrário, todo o trabalho de mudança e construção idealizado por Ludovico Teixeira seria um fiasco.

Nesse sentido, Atílio projetou a cidade sob seu ideal urbanístico: a construção de uma praça central. Aquele importante elemento urbano teria a cidade girando operante ao seu redor. A Praça Cívica foi então desenhada em comum com as três principais vias da cidade: avenidas Araguaia, Goiás e Tocantins. Diante das novas construções, Atílio levou em consideração a preservação a pequena cidade de Campinas como um elemento necessário para o desenvolvimento da nova capital.

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A velha estradinha que ligava Goiânia à Campinas e outros pequenos arraiais no entorno da nova capital foi mantida. Posteriormente, deu lugar a via que hoje conhecemos por Avenida Anhanguera. Ainda no final da década de 40, a via passou a ocupar o posto de quarta grande avenida da capital. Para a Avenida, Atílio traçou um projeto de parque linear no cruzamento do eixo norte-sul, onde se concentrariam o comércio e o tráfego mais intenso.

Em sua projeção, Atílio deu total atenção para as questões de divisão de área. Bem como para a descrição e delineação do terreno, áreas verdes, hierarquia das vias e o tráfego. Aquele projeto simbolizava a preocupação de Atílio com os possíveis processos de modernização que Goiânia viria a encarar mesmo anos mais tarde. Exibia a necessidade de se atentar à projeção que deveria ter em conta a independência econômica da cidade, se preocupando com diferentes elementos.

Aquele projeto colocaria a Avenida Anhanguera não apenas como um importante ponto de ligação entre cidades, como também uma zona comercial que nasce a partir da Praça Cívica. Com cerca de 14km de extensão, a Avenida contempla Goiânia com a importante ligação das regiões Leste e Oeste. Ultrapassando pontos desde o Jardim Novo Mundo até o Bairro Capuava.

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Imagens: Marcos Aleotti Fotografia – Curta Mais

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Como importante parte da história de Goiás, a Avenida foi batizada com o nome do Bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva. A via recebeu ainda importantes monumentos como o importante espaço tradicional de cultura da capital, Teatro Goiânia, no cruzamento com a Avenida Tocantins.

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Imagens: Marcos Aleotti Fotografia – Curta Mais

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Pauta desenvolvida pela estagiária de jornalismo Julia Macedo com a supervisão da jornalista Fernanda Cappellesso.

Residência Abdala Abrão é um ícone modernista no coração de Goiânia

Que o centro de Goiânia é um local histórico isso você já sabe. No entanto, O Curta Mais está aqui para te apresentar os detalhes e as construções que trazem mais cor e estrutura à essas histórias.

Na década de 1950, David Libeskind assinava o projeto que constituia o Conjunto Nacional de São Paulo. Uma década mais tarde o artista e arquiteto desenvolve o plano de construção de uma residência modernista em Goiânia. Localizada na Rua 84, a casa se tornou parte integrante do acervo histórico da capital.

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Com esboços marcantes da arquitetura modernista, a Residência Abdala Abrão atrai olhares curiosos através de sua fachada impelida pelo concreto armado e alvenaria de blocos cerâmicos. Para esse projeto o arquiteto dispõe-se a trabalhar com uma distribuição em área delimitada no formato de quadrado complementada por um ‘puxadinho’ ao fundo.

Os espaços fluídos e com escassez de compartimentos, traz um charme especial ao projeto. Os níveis são condecorados por escadas pequenas, sendo essa uma marca registrada de Libeskind. A horizontalidade tão comum em casas modernistas também se faz presente nesta construção.

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A prova da assinatura de David Libeskind, mais do que os singelos níveis desenhados em escadas, são os materiais utilizados na construção. A casa reúne de maneira cautelosa madeira, vidro, pedras e elementos cerâmicos. 

Essa obra serviu de sede ao Iphan durante alguns anos. Desativada durante o ano de 2019, a casa foi escolhida por galeristas para servir como um novo espaço de arte em Goiânia. Os conhecedores de arte escolheram a residência Abdala Abrão após realizarem um mapeamento da cidade e a entenderem como uma referência residencial na região central de Goiânia.

A galeria Cerrado procura exibir trabalhos de artistas nacionais que se dedicam verdadeiramente à arte. Para a inauguração, a casa passou por algumas reformas acompanhadas de perto pelo arquiteto goiano Leo Romano, uma grande personalidade da arquitetura na década de 1960.

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Imagens: Letícia Coqueiro 

Ícone modernista foi sede da Assembleia Legislativa de Goiás

A Assembleia Legislativa de Goiás (ALEGO) oficializou sua mudança para o prédio Maguito Vilela. Por cerca de sessenta anos o Parlamento funcionou no Palácio Alfredo Nasser. Com uma diversidade de sedes em seu histórico, a Alego recebe sua primeira casa oficial no ano de 1962. Aos 29 anos da cidade, o Bosque dos Buritis teve parte de seu terreno cedido à Assembleia Legislativa. 

O Palácio Alfredo Nasser surge carregado por um simbolismo histórico e cultural. Seus traços arquitetônicos retratam uma cidade projetada com predisposição à modernidade. O projeto do edíficio desenvolvido por Eurico Calixto de Godoi em parceria com Elder Rocha Lima se erguia sob um plano diretor de apenas dois blocos. Em um deles estava os gabinetes dos deputados, já no outro, estruturava-se o plenário e o refeitório.

palácio

Seguindo a ideologia do modernismo em poucos detalhes e formato simples, dentro dos blocos os ambientes eram divididos através dos móveis. Sem aqueles imobiliários o lugar era um vão livre com banheiros ao fundo. A criação de áreas de circulação foi interligada por grandes rampas e escadas em concreto puro para trazer certa monumentalização à esses lugares.

O interior do prédio foi interligado por pilotis, um conjunto de pilastras e coluna que sustentam as paredes, ao mesmo tempo em que contemplam o lugar com vãos livres. Em tradução, apesar de possuir pilastras o edifício foi contemplado com grandes espaços abertos sem a obstrução destas. 

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Uma entrada concedia acesso público direto ao plenário. Dentro do órgão deliberativo máximo do Poder Judiciário, as arquibancadas foram posicionadas lado a lado com a câmara dos deputados. O lugar privilegiado permitia visão geral aos políticos. A amplitude de todos os espaços facilitava o acesso para todos. 

Com sua inauguração, o prédio recebeu o título de Palácio dos Buritis. Foi através de um projeto de Lei do deputado Ary Valadão que a sede conduziu-se ao batismo de Palácio Alfredo Nasser posteriormente. A homenagem era oferecida ao goiano que teve sua vida dedicada à política, bem como ao jornalismo e à advocacia. 

PALÁCIO

Em virtude da transformação do Bosque dos Buritis na nova sede da cultura goiana, o local está entregue para a prefeitura. Estima-se que a partir de maio o Palácio Alfredo Nasser abrigará a Secretaria de Cultura do Estado de Goiás. 

Imagem: Acervo ALEGO

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Clube de Goiânia com arquitetura modernista e que integra parte da história da capital tem mais de 60 anos

Fundado em 1938, o Jóquei Clube foi o primeiro parque recreativo de Goiânia. Seu primeiro nome foi Automóvel Clube de Goiás.

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Localizado no centro da cidade, o complexo contava com academias de ginástica, saunas, piscinas, quadras de esporte, salão de festas, restaurantes e playground. Aquele era um centro de lazer e esportes repleto de equipamentos e com entrada para todas as faixas etárias.

A beleza dessa primeira sede impressionava por sua arquitetura inusitada. De maneira eclética, a estrutura reunia elementos formais comuns em chalés, e a construção que lembrava os casarões coloniais do meio rural.

A nova sede era símbolo da arquitetura moderna da capital em suas características tão particulares. Nesta época, o local virou point oficial da elite goiana. Sediando festas de carnaval e réveillon, era um lugar perfeito para desfrutar da convivência social.

Seus salões serviam de palco para orquestras renomadas, além da orquestra própria do clube. Sob o comando do maestro Geraldo Amaral e outros grandes nomes da música, os hóspedes sempre conseguiam a trilha sonora perfeita para o desenvolvimento de suas melhores memórias.

Entre 1947 e 1950, o Estado decidiu investir no clube que, com algumas doações, passou a oferecer mais alguns serviços como hipismo. Cerca de dez anos depois, o casarão inicial  precisou ser demolido por ser considerado ultrapassado e não ser adequado para atender as necessidades dos frequentadores.

Na década de 1960, o Jóquei Clube ganha uma nova sede, no centro da cidade. O local se tornou referência do modernismo no estado de Goiás. 

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Com cerca de 22 mil metros quadrados, a nova sede foi projetada para ser mais funcional. Seus diferentes ambientes foram interligados por rampas e escadas a fim de melhorar o fluxo de pessoas, de forma conectada e articulada. Essa estrutura permitia uma visão mais clara e ampla de todos os espaços do clube. Com inauguração oficial em 1975, o local manteve atividade intensa.

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No início dos anos 1990, o Clube entrou em processo de decadência financeira. Isso contribui bastante para a  má conservação da estrutura física do local que é histórico.

Em 2009 o clube foi oficialmente fechado e deixado em estado de abandono. Parte de seu bosque foi transformado em estacionamento. Sua arquitetura modernista, inspirada no estilo do francês Le Corbusier foi comprometida.

Hoje o prédio só pode ser apreciado pelo lado de fora. Com dívida de aproximadamente R$30 milhões, o local não pode ser vendido, nem demolido. A situação de abandono incomoda os moradores das casas  que denunciam o Jóquei Clube por ser foco de Aedes Aegypti e também  agentes de cultura que consideram o local histórico e destacam que ele deveria ser melhor preservado.

Curiosidade – Durante a década de 1970, o Estado de Goiás foi destaque nacional na liga de basquete. A maioria dos jogadores da Seleção Brasileira de Basquetebol eram goianos. Aquela foi considerada a era de ouro do basquete goiano. Os treinos eram realizados no Jóquei Clube de Goiânia.

basquetebol

Estudo faz levantamento histórico da arquitetura residencial de Goiânia

O Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (Iphan-GO), vinculado ao Ministério da Cultura, lançou no dia 20 de janeiro o livro “Arquitetura Residencial em Goiânia – Décadas de 1930 a 1970”. A obra é resultado de estudo realizado por pesquisadores, arquitetos, geógrafos e acadêmicos, visando catalogar as linguagens arquitetônicas presentes nos residenciais goianos.

Allyson Cabral, superintendente do Iphan-GO, explica que o lançamento do livro foi possível por meio da parceria entre o Instituto e a Universidade Federal de Goiás (UFG). A coordenadora da pesquisa pela UFG, Eline Mora, pontua que a identificação desse patrimônio é o enfoque do inventário. “A modo de contribuir para futuros estudos e intervenções em prol de sua preservação e valorização”, afirma.

Durante os dois anos de estudo, entre 2015 e 2016, foram identificadas 339 residências, dentre elas 25 conjuntos que variam quanto ao estado de conservação, nos setores Central e Sul.

 “Trata-se de informações que podem fomentar e contribuir com políticas públicas ou estratégias de preservação atreladas aos tombamentos já existentes, especialmente quando em parceria com o poder público municipal”, explica Dafne Marques de Mendonça, coordenadora da pesquisa pelo Iphan-GO.

Goiânia foi planejada pelo político Pedro Ludovico Teixeira, natural de Goiás e construída para ser a capital do estado. A cidade foi projetada pelo urbanista Attilio Corrêa Lima e pelo engenheiro Augusto de Godoy, sendo conhecida pelo tombamento do Conjunto Arquitetônico Art Déco e Urbanístico.

Art Déco é um estilo artístico que surgiu na Europa nos anos 20 com destaque em suas características formas geométricas, em união ao uso de ornamentos e design abstrato.

 

Pesquisa

O objetivo da pesquisa foi também ampliar o olhar para as construções da cidade, para além do art déco, identificando outras oito linguagens arquitetônicas: casa-tipo, eclético sintético, eclético tipológico missões, eclético tipológico neocolonial, eclético sintético tipológico normando, modernista, modernista de transição e brutalista, conta o superintendente.  

“A metodologia adotada para a construção do inventário é o Sistema Integrado de Conhecimento e Gestão (SICG) do Iphan, juntamente com a experiência de outros inventários da Instituição, a fim de estabelecer um sistema que vai desde o reconhecimento até a gestão dos bens”, explica Dafne. Conforme a coordenadora da pesquisa pelo Iphan-GO, ele é dividido em três Módulos: M1 – Conhecimento; M2 – Análise e Gestão; e M3 – Cadastro. Para este inventário em específico foram utilizados os Módulos 1 e 3.   

Imagem: Reprodução Secult