Avenida de Goiânia foi projetada para ser o coração econômico da cidade

Não dá pra falar da Avenida Anhanguera sem voltar aos primórdios de Goiânia, quando tudo era mato! O planejamento original de Goiânia foi confiado a Atílio Côrrea Lima pelo Interventor Federal, Pedro Ludovico Teixeira, em 1932. Atílio recebia ali a missão de fazer Goiânia receber a expansão dos mercados. O arquiteto precisava formular um projeto que atraísse a elite urbana para a nova capital. Caso contrário, todo o trabalho de mudança e construção idealizado por Ludovico Teixeira seria um fiasco.

Nesse sentido, Atílio projetou a cidade sob seu ideal urbanístico: a construção de uma praça central. Aquele importante elemento urbano teria a cidade girando operante ao seu redor. A Praça Cívica foi então desenhada em comum com as três principais vias da cidade: avenidas Araguaia, Goiás e Tocantins. Diante das novas construções, Atílio levou em consideração a preservação a pequena cidade de Campinas como um elemento necessário para o desenvolvimento da nova capital.

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A velha estradinha que ligava Goiânia à Campinas e outros pequenos arraiais no entorno da nova capital foi mantida. Posteriormente, deu lugar a via que hoje conhecemos por Avenida Anhanguera. Ainda no final da década de 40, a via passou a ocupar o posto de quarta grande avenida da capital. Para a Avenida, Atílio traçou um projeto de parque linear no cruzamento do eixo norte-sul, onde se concentrariam o comércio e o tráfego mais intenso.

Em sua projeção, Atílio deu total atenção para as questões de divisão de área. Bem como para a descrição e delineação do terreno, áreas verdes, hierarquia das vias e o tráfego. Aquele projeto simbolizava a preocupação de Atílio com os possíveis processos de modernização que Goiânia viria a encarar mesmo anos mais tarde. Exibia a necessidade de se atentar à projeção que deveria ter em conta a independência econômica da cidade, se preocupando com diferentes elementos.

Aquele projeto colocaria a Avenida Anhanguera não apenas como um importante ponto de ligação entre cidades, como também uma zona comercial que nasce a partir da Praça Cívica. Com cerca de 14km de extensão, a Avenida contempla Goiânia com a importante ligação das regiões Leste e Oeste. Ultrapassando pontos desde o Jardim Novo Mundo até o Bairro Capuava.

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Imagens: Marcos Aleotti Fotografia – Curta Mais

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Como importante parte da história de Goiás, a Avenida foi batizada com o nome do Bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva. A via recebeu ainda importantes monumentos como o importante espaço tradicional de cultura da capital, Teatro Goiânia, no cruzamento com a Avenida Tocantins.

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Imagens: Marcos Aleotti Fotografia – Curta Mais

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Pauta desenvolvida pela estagiária de jornalismo Julia Macedo com a supervisão da jornalista Fernanda Cappellesso.

Monumento ao bandeirante: conheça a história e o significado da histórica e polêmica estátua de Goiânia

Bartolomeu Bueno da Silva – o Diabo Velho, ou Anhanguera como é popularmente conhecido, recebeu tal apelido do povo Tupi. O pseudônimo faz referência a quando o bandeirante ateou fogo em água ardente na tentativa de assustar indígenas para que revelassem onde estavam localizadas as minas de ouro.  

No ano de 1722 Bartolomeu Bueno da Silva liderou a expedição de Bandeirantes em direção ao estado de Goiás com permissão da Coroa. A caravana foi inicialmente composta por 152 homens, dentre os quais encontravam-se padres e indígenas. O percurso não foi fácil. Sem direção certa alguns bandeirantes começaram a perecer por desidratação. Outros desistiam do percurso na tentativa de voltar para São Paulo. Quando a expedição finalmente chegou ao Rio Tocantins, a caravana contava com apenas setenta homens. 

Foi só em 1725, próximo a atual cidade de Goiás, que os bandeirantes encontraram ouro. No ano seguinte (1726) Anhanguera estabeleceu-se nas terras das minas e ganhou o posto de capitão-mor da mineração recém-descoberta. Bartolomeu Bueno da Silva permaneceu como superintendente das ‘minas dos Goiases’ até 1734, quando entrou em conflito com comandantes paulistas. 

Anhanguera fora acusado de sonegação de impostos à Coroa, sendo processado e perdendo seu direito de explorador. Permaneceu então no arraial de Sant’Anna, atual cidade de Goiás, em uma tentativa de apaziguar as disputas pelo controle das minas. 

 

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O Bandeirante faleceu em Goiás no ano de 1740. Falida, sua família se mudou para o longo do rio Corumbá. Seu filho primogênito decide reclamar à Portugal as injustiças perante a história de seu pai. No ano de 1746, a família obtém a restituição das passagens dos rios Jaguari, Atibaia, Grande, das Velhas e Corumbá.

Anhanguera foi elevado ao status de herói recebendo homenagens póstumas em grandes quantidades. A principal via da capital, Avenida Anhanguera, foi assim nomeada em sua homenagem. 

 

Estátua de Bartolomeu Bueno da Silva – Goiânia

Em 9 de novembro de 1942 foi inaugurado o Monumento ao Bandeirante, uma homenagem de São Paulo. A estátua surgiu como fruto do Estado Novo da Era de Getúlio Vargas, da caminhada do progresso para o Oeste, de uma nova política hegemônica. A escultura em bronze com três metros e meio de altura busca retratar o bandeirante que deu nome à Praça do Bandeirante, como é popularmente conhecida a Praça Attilio Correia Lima. 

A histórica Praça foi palco de vários movimentos estudantis como o comício pelas Diretas Já no ano de 1984 que reuniu cerca de 300 mil pessoas. Em 1992 aconteceu o comício caras-pintadas com inúmeros jovens em luto contra a corrupção. Ao longo dos anos, o aumento no fluxo de carros na avenida Anhanguera fez com que a histórica praça fosse reduzida significativamente. 

 

Estátua com os dias contados

Durante a pandemia de 2020 espalhou-se pelo mundo uma onda de protestos em apoio ao movimento ‘Black Lives Matter’. Em Bristol, Inglaterra, a estátua do traficante de escravos Edward Colston foi arrancada da base e lançada ao rio. Em Los Angeles, nos Estados Unidos, a própria prefeitura mandou retirar o monumento de Cristóvão Colombo. 

Segundo o professor e historiador José Luciano, a estátua de Anhanguera representa “como o modelo racista e excludente de nossa sociedade triunfou”. A fama de Anhanguera, Diabo Velho, é parte da história envolta pela crueldade com que tratava os nativos em atos de racismo e massacres indígenas. 

Em 2021 tramitou na Câmara Federal Projeto de Lei PL 5296/20 que “proíbe em todo território nacional o uso de monumentos para homenagear personagens da história ligados à escravidão”.

 

Foto: Letícia Coqueiro

6 lugares para visitar em Goiânia sem precisar sair da Avenida Anhanguera

A Avenida Anhanguera é uma das avenidas mais antigas de Goiânia,  idealizada lá no plano piloto da cidade na década de 1930. Hoje se tornou uma das principais vias de comércio e de mobilidade na capital, sendo peça fundamental para o crescimento e consolidação para a região metropolitana.

 

Tendo aproximadamente 14 quilômetros de extensão, a Avenida percorre por 15 bairros goianienses e contempla alguns pontos turísticos que fazem parte da história cultural de Goiânia. Além do veículo comum como carros e motos, o percurso pode ser feito pelo transporte coletivo através do Eixo Anhanguera, no qual, em um valor cobrado de R$ 4.80 (cobrado atualmente), o passageiro consegue chegar em mais de 195 bairros que integram o centro da capital e municípios existentes no entorno, como Trindade, Senador Canedo e Goianira.

 

Por isso, o Curta Mais elaborou um roteiro de lugares localizados na Avenida Anhanguera que o goianiense pode contemplar de uma vez só e conhecer mais as histórias que marcaram a capital goiana:

 

1. Monumento Bandeirante Anhanguera

No cruzamento da Avenida Anhanguera com a Avenida Goiás, já podemos ver a história do Estado ser contada na época de sua descoberta. Na Praça Atílio Côrrea, há a escultura de Bartolomeu Bueno da Silva, criada pelo artista plástico Armando Zago e instaurada em 1942, durante a gestão do primeiro prefeito da capital, Venerando Borges.

 

A estátua de bronze possui três metros e meio de altura e menciona um dos primeiros bandeirantes que desbravou o interior do Brasil e chegou em solo goiano. Bartolomeu é conhecido pela lenda índigena, que relata sua ambição sobre as minerações de ouro contidas na região. De acordo com as informações, ele ameaçou os índios ao dizer que colocaria fogo nos rios, se caso não fosse revelado o esconderijo das minas.

 

O bandeirante pegou uma pequena vasilha, encheu-a de cachaça, colocou fogo e afirmou que faria o mesmo procedimento nas águas que serviam de alimento e sustento para o povo indígena. Este ato, fez com que os índios criassem um apelido sobre Bartolomeu, o chamando de Anhanguera, que significa ‘Diabo Velho’ na língua tupi guarani.

 

A lenda perdura até hoje e mesmo que não haja comprovações, o bandeirante ficou conhecido e se tornou história na capital. Portanto, segundo o Departamento de História da Universidade Federal de Goiás (UFG), o monumento representa apenas o filho de Bartolomeu, que possuía o mesmo nome e sobrenome do pai.

 

A estátua pode ser vista tanto na Avenida Anhanguera, como na Avenida Goiás.

 

Praça Atílio Correia Lima – Wikipédia, a enciclopédia livre
Monumento Anhanguera. Foto: Reprodução/Divulgação

 

Avenida Goiás - Praça do Bandeirante | Praça, Goiânia goiás, Cidade
Foto: Reprodução/Divulgação

2. Beco da Codorna

Considerado uma galeria a céu aberto, o local foi inaugurado em 2014, mas ganhou visibilidade apenas no ano seguinte. O espaço é contemplado por inúmeros desenhos, em sua maioria feitos por artistas goianienses, moradores e também membros da Associação dos Grafiteiros da capital. E que de certa forma, as artes expostas transmitem beleza e mensagens reflexivas para quem os observa.

 

O projeto, que foi idealizado por alunos de Publicidade e Propaganda, se tornou hoje um reflexo da tendência do urbanismo e ponto cultural em Goiânia E hoje, o espaço é usado para a realização de feiras especiais, shows de artistas locais e também ensaios fotográficos. 

 

As visitas ao local podem ser feitas gratuitamente durante todo o dia.

Beco da Codorna | Agência Municipal de Turismo, Eventos e Lazer
Entrada do local. Foto: Reprodução/Divulgação

O que os grafites do Beco da Codorna mostram sobre sua percepção de Goiânia
Foto: Reprodução/Divulgação

3. Teatro Goiânia

Inaugurado em 1942 como um Cine Teatro, o lugar é hoje um dos pontos mais importantes na história de Goiânia. 

 

Localizado exatamente na Avenida Anhanguera com a Avenida Tocantins, o teatro possui capacidade de 850 pessoas e recebe os mais variados espetáculos e peças teatrais feitas pelo Brasil inteiro. Também, realiza exibições de filmes e é palco de importantes festivais de cinema, como Goiânia Mostra Curtas, um evento inteiramente regional.

 

O teatro chama atenção por sua arquitetura Art Déco, um estilo de artes visuais e design internacional que teve início em 1910 no continente europeu, pouco antes da Primeira Guerra Mundial. Alguns edifícios e arranha-céus situados em Nova York (Estados Unidos), como o Empire State, são monumentos feitos sob este estilo e que possuem semelhanças com o modelo usado aqui em Goiânia.

 

Por conta da situação atual de pandemia em Goiás, o Teatro Goiânia está realizando apenas eventos que podem ser feitos sem a presença do público, e consequentemente transmitidos via internet. Seu funcionamento é de segunda a sexta, entre às 8h da manhã e às 20h.


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Teatro Goiânia comemora 75 anos como obra-prima do art déco da capital
Foto: Reprodução/Divulgação

4. Lago das Rosas
Localizado entre o Setor Oeste e o Centro da capital, Lago das Rosas foi o primeiro parque a ser construído na década de 40 em Goiânia. Este nome foi dado por causa de um jardim de rosas que havia no local antes do espaço ser transformado naquilo que é hoje. 

 

Sua área possui mais de 315 mil metros quadrados e abriga o principal e único Zoológico da capital, atraindo vários goianienses principalmente aos finais de semana. No parque, milhares de pessoas frequentam o local para praticar exercícios, como caminhada e ciclismo. Além disso, utilizam equipamentos de academia que estão disponíveis ao ar livre. 

 

Hoje, o cartão postal da capital possui curiosidades que são importantes para o município. A primeira, é que o lago situado no parque já foi utilizado por banhistas, principalmente por frequentadores e competidores do esporte aquático, e que hoje, é motivo de diversão. Os visitantes podem fazer passeios em pedalinhos sobre toda a região do lago, o valor cobrado é de apenas R$ 15 reais com duração de 15 minutos cada.

 

Já a segunda, é que o parque possui duas estruturas tombadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O trampolim, que foi muito utilizado por competidores na época, e também, a mureta, localizada nas extremidades do parque e que possui aproximadamente 150 metros de extensão. A mureta tem em seus pilares a figura de uma flor, e os pontos cardeais e colaterais em seu centro que simbolizam a Rosa dos Ventos.

 

Estes dois monumentos foram construídos no estilo Art Déco, como já citados aqui.

 

Lago das Rosas: Um dos principais cartões-postais da cidade desde os anos 40
Foto: Reprodução/Divulgação

 

Amma suspende pedalinhos e anuncia reforma do Lago das Rosas, em Goiânia -  @aredacao
Foto: Reprodução/Divulgação

 

5. Camelódromo de Campinas

Inaugurado em dezembro de 1995, o Camelódromo foi o pioneiro no segmento de comércio popular na cidade, e ainda hoje é referência para vários outros estabelecimentos do gênero em todo o Estado como também em território nacional.

 

Localizado em frente a um dos terminais de ônibus mais importantes da capital, o local possui um área de 3.000 metros quadrados e abriga mais de 350 lojas dos mais diversos segmentos, sejam eles: eletrônicos, brinquedos, pesca, confecções, celulares, além de lanchonetes e sorveterias.

 

O seu crescimento é tão grande, que o camelódromo possui um segundo estabelecimento com a mesma finalidade, porém em uma extensão um pouco menor. Todos os dias, mais de mil goianienses visitam o local, sem contar que se torna fonte de renda para muitos trabalhadores autônomos.

 


Foto: Reprodução/Divulgação

 

6. Shopping Cerrado

Lançado no ano de 2016, o lugar é o mais novo ponto turístico para os goianienses. Inserido em uma região de pleno desenvolvimento da capital goiana, o shopping abriga mais de 140 lojas em uma área total de 26 mil metros quadrados.

 

Com estabelecimentos referentes ao mercado da moda, alimentação, entretenimento, lazer e também utilidade pública, o ambiente traz inovação em seu projeto arquitetônico, ao envolver clientes e visitantes em meio a natureza, trazendo ambientação do cerrado para a experiência de compras no shopping.

 

Está situado entre a Avenida Anhanguera com a 24 de Outubro, no Setor Campinas. E a entrada é totalmente gratuita.

 

Atendimento virtual já é realidade em shopping de Goiânia | Especial  Publicitário Shopping Cerrado | G1
Foto: Reprodução/Divulgação

 

 

Foto: Antônio Silva/Divulgação