Rivalidade entre lulistas e bolsonaristas pode ser reeditada em pelo menos duas cidades goianas nas Eleições 2024

Depois da acirrada disputa entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) pela Presidência da República em 2022, pelo menos duas cidades goianas podem reeditar a rivalidade entre petistas e bolsonaristas nas Eleições 2024. São elas: Goiânia e Anápolis.

Na capital, dois deputados federais que representam as duas correntes políticas estão entre os primeiros colocados nas pesquisas de intenção de voto. Vice-líder do PT na Câmara, a deputada Federal Adriana Accorsi aceitou o convite de Lula e já lançou sua pré-candidatura à Prefeitura de Goiânia.

Entre os bolsonaristas, o escolhido para concorrer ao Paço é o deputado federal Gustavo Gayer (PL). Recentemente, o parlamentar afirmou que disputará o pleito “com as bênçãos” de Bolsonaro.

Adriana concorreu à prefeitura em 2016 e 2020. Na primeira disputa, a petista terminou em quinto lugar, com 6,73% dos votos. No último pleito, a deputada federal obteve 13,39% e ficou com a terceira colocação. Gayer também foi candidato a prefeito da capital em 2020. Ele terminou em quarto lugar, com 7,62% dos votos.

Em Anápolis, a aposta do PT vai no deputado estadual Antônio Gomide, que já foi prefeito de 2008 a 2012 e de 2012 a 2014. Ele renunciou ao cargo e foi candidato a governador de Goiás, mas ficou em quarto lugar. Em 2020, o petista tentou retornar à prefeitura, mas foi derrotado por Roberto Naves (Republicanos).

Quem deve buscar o bolsonarismo e antagonizar com o ex-prefeito é Márcio Corrêa (MDB) – que substitui o deputado federal licenciado Célio Silveira na Câmara. O emedebista tem usado as redes sociais para se aproximar de simpatizantes de Bolsonaro por meio de críticas ao presidente Lula. Márcio também concorreu à prefeitura de Anápolis em 2020, mas terminou a disputa em terceiro lugar.

O ex-deputado federal Major Vitor Hugo (PL) é lembrado pelos bolsonaristas, mas não tem falado abertamente sobre seu futuro político. Os três políticos aparecem na linha de frente das últimas pesquisas de intenção de voto, o que indica que petismo e bolsonarismo devem polarizar a disputa na cidade.

‘Extremistas.br’: série chama a atenção para a onda radicalista que cresce no Brasil

Um jovem dedica-se a disseminar fake news para destruir reputações, acirrando ânimos e estimulando a indignação. Seus alvos são adversários dos clientes que lhe pagam por esse “trabalho”. 

Uma militante infiltrada em grupos radicais descreve a estratégia do chamado Gabinete do Ódio. Relata como seus integrantes incitam os protestos antidemocráticos de fanáticos que pedem um golpe e uma ditadura no Brasil.

 Esses são alguns dos personagens de Extremistas.br, série documental que a Globoplay lançou na quarta-feira, 11, apenas três dias após os ataques da extrema direita bolsonarista aos Três Poderes, em Brasília. 

O material mostra mais. Como contou a Folha de São Paulo, logo no começo da série, dentro de um acampamento, a mulher fala para um repórter que se ela não estivesse na companhia dela, a repórter iria apanhar, porque “hoje eles estão pra guerra”. 

O trabalho fala do avanço do radicalismo na política brasileira nos últimos anos e descreve como agem os extremistas. A sinopse diz que “especialistas, pesquisadores, personagens conhecidos da política nacional, influenciadores digitais em ascensão, militantes arrependidos e eleitores desconhecidos mostram como o extremismo tomou conta da direita radical no Brasil”.

A série tem oito episódios. Temas como o armamentismo, o uso político da religião, o negacionismo e a mobilização virtual estão em destaque.O documentário foi  produzido pelo Departamento de Jornalismo da TV Globo.  Apenas assinantes da Globoplay podem assistir. 

A produção  foi iniciada em março de 2021. Foram quase dois anos de trabalho. Poucos dias antes de ir ao ar, golpistas invadiram e depredaram o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Palácio do Planalto. Os fatos novos foram incluídos nos dois primeiros capítulos da produção que investiga a crescente radicalização que cresce entre os brasileiros.

O documentário tem depoimentos intensos de militantes da ativa e também de militantes arrependidos. Mas aquilo que choca, de verdade, são os depoimentos dos infiltrados que contam como acontece a mobilização do grupo e como eles agem para estimular que as pessoas façam adesão total a eles.

A série não esconde que tem um lado e que este lado é contrário ao movimento extremista encabeçado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus filhos.  Quem assistir esperando um contraponto com a extrema esquerda vai se decepcionar. O material é um relato apenas da extrema direita brasileira. Mesmo assim, vale assistir para uma análise profunda da nossa sociedade.

Veja o trailer:

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Intervenção Federal: saiba o que é e como funciona

O presidente Lula (PT) decretou Intervenção Federal no Distrito Federal após  bolsonaristas invadirem os três Poderes neste domingo, 8 de janeiro. O dispositivo é previsto na Constituição Federal de 1988 em situações onde há “grave comprometimento de ordem pública”. 

 

A Constituição Federal diz, no artigo 34 da Constituição,  que são hipóteses passíveis de intervenção federal a necessidade de “pôr termo a grave comprometimento da ordem pública”, “repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da federação por outra”, ou ainda “garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da federação”.

 

A intervenção federal também pode ser decretada, segundo a Constituição, para “manter a integridade nacional” e para “prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial”.

 

A Constituição afirma que cabe ao Congresso Nacional, após o decreto de intervenção e a nomeação de um interventor, analisar o caso em um prazo de 24 horas. A intervenção federal já foi decretada em 2018, no estado do Rio, pelo governo Michel Temer. Na ocasião, o decreto levou à nomeação do general Walter Braga Netto como interventor. O período de intervenção se estendeu de fevereiro de 2018 até 1º de janeiro de 2019, sob a justificativa de uma escalada de violência em meio a uma situação de calamidade nas finanças do estado. 

 

Na ocasião, assim como na intervenção decretada por Lula no Distrito Federal neste domingo, o então governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, seguiu no cargo. O decreto se restringia ao controle da área de segurança pública pelo governo federal.

 

A Intervenção Federal acontece quando a União assume  competências que cabem aos estados.O decreto do presidente Lula diz que  a intervenção federal se limita à área da segurança pública. 

 

O documento ficará em vigor até 31 de janeiro. O decreto apontou ainda que o atual secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Garcia Cappelli, será o interventor na segurança pública nesse período. 

 

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, seguirá à frente das outras áreas da administração.

 

Leia o documento de Lula:

 

Lula decretou intervenção federal na segurança pública de Brasília