Goiânia pode perder o título de capital do sertanejo
Goiânia, reconhecida por décadas como o grande polo da música sertaneja no Brasil, conquistou o título de “capital do sertanejo” graças à sua vibrante cena musical. A cidade se destacou como um dos principais centros de composição, gravação e produção do gênero, moldando a identidade do sertanejo. Com uma história rica em eventos que celebram a música sertaneja, como o VillaMix Festival, Goiânia tornou-se uma referência para artistas e fãs do ritmo em todo o país. No entanto, essa hegemonia tem sido desafiada nos últimos anos por uma cidade que, surpreendentemente, vem emergindo como um novo centro de criação e produção da música sertaneja: Londrina, no Paraná.
Londrina, conhecida por seu avanço agropecuário e importância econômica no estado do Paraná, começou a ganhar destaque no cenário sertanejo recentemente. A cidade viu a ligação com a música do campo se estreitar com a ascensão meteórica de Ana Castela. A jovem artista se tornou uma das cantoras mais ouvidas no Brasil, consolidando sua carreira sob a gestão da Agroplay, um escritório de agenciamento artístico com sede em Londrina que vem se destacando no cenário musical brasileiro.
O sucesso de Ana Castela não foi um caso isolado e abriu as portas para que outros talentos da região também se projetassem nacionalmente. Londrina, cidade que também é berço da renomada dupla Fernando & Sorocaba, tem atraído cada vez mais duplas sertanejas e cantores solo que buscam não apenas gravar suas músicas, mas também inovar no gênero. Artistas como Luan Pereira, Léo & Raphael e Júlia & Rafaela, todos agenciados por empresas locais, têm seguido essa trilha de sucesso, misturando elementos do sertanejo tradicional com batidas de funk e música eletrônica. Essa fusão de estilos não só renova o sertanejo, mas também conquista um público mais jovem, mantendo o gênero relevante e dinâmico.
Além do sertanejo, o segmento gospel, conhecido por atrair grandes multidões em shows, tanto em cidades pequenas quanto em grandes capitais, tem encontrado em Londrina um novo centro de produção e desenvolvimento por meio da Agroplay. A aposta no gospel reflete a versatilidade da cidade em abraçar diferentes vertentes musicais e consolidar-se como um verdadeiro polo de produção artística.
Enquanto Goiânia segue sendo um gigante da música sertaneja, Londrina se afirma como um novo concorrente de peso. A capital goiana, com sua tradição e eventos consolidados, ainda tem muito a oferecer ao cenário musical. Porém, o crescimento exponencial de Londrina e a capacidade da cidade paranaense de inovar e diversificar seu portfólio musical indicam que o título de “capital do sertanejo” pode não ser mais um monopólio goiano. A disputa entre as duas cidades promete ser acirrada nos próximos anos e quem ganha com isso é o público, que poderá desfrutar de uma produção musical cada vez mais rica e variada.
